JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

Mário Rodrigues Sette nasceu em Recife, PE, em 19/4/1886. Escritor, professor, cronista, tradutor, jornalista, radialista, memorialista, dramaturgo e agitador cultural do Recife em pricípios do século XX. Teve papel destacado na construção de uma cultura histórica republicana em Pernambuco.

Filho de Ana Emília Luna Sette e Antonio Rodrigues Sette Jr., foi alfabetizado em casa e fez o curso primário na escola de seu avô materno. Aos 11 anos ficou órfão do pai e a família foi morar em Santos, SP. Após uma temporada, sua mãe casou-se de novo e a família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu o curso secundário e foi redator do jornal estudantil A Semana, do Colégio Pedro II.

Aos 15 anos, não convivendo bem com o padastro, decidiu voltar ao Recife e foi morar na casa de um tio. A juventude foi levada na “boêmia” junto aos estudantes da Academina de Direito, frequentando o Café 15 de Novembro, a Livraria Francesa, entre outros “points” da cidade, e retomou o namoro com a menina que conhecia desde criança. O casamento se deu em 1927; tiveram 3 filhos e viveram em Olinda e Recife. Ainda solteiro colaborou em jornalecos humorísticos e também em grandes jornais, como A Província e Diário de Pernambuco.

Já casado, trabalhou na ferrovia Great Western e nas Lojas Paulistas, atual Casas Permbucanas. Apartir de 1909 foi funcionário público dos Correios de Pernambuco e continuou colaborando com outros jornais, como o Jornal Pequeno e, mais tarde, com a famosa revista Fon-fon, do Rio de Janeiro. Seu primeiro livro – Ao clarão dos obuses – publicado em 1916, foi bem recebido pela crítica e teve 2 edições. O segundo – Rosas e espinhos – lançado em 1918, também recebeu boa acolhida do público e da crítica. O terceiro – Senhora de engenho – em 1921, marcou sua consagração na literatura nacional.

A 1ª edição foi esgotada em 15 dias, um best-seller com 7 edições, com a 3ª publicada pela editora de Monteiro Lobato, numa tiragem de 5 mil exemplares. O livro garantiu-lhe uma vaga na Academia Pernambucana de Letras. Em 1925 ingressou no magistério e passou a lecionar História e Língua Francesa em inúmeros colégios particulares do Recife. Nas décadas de 30 e 40, suas publicações passam a tratar mais da reconstituição histórica, social e pitoresca do Recife em fins do século XIX e princípios do XX.

Dentre estas obras encontram-se Maxabombas e maracatus (1935) e Arruar (1948), sobre a qual Gilberto Freyre escreveu: “Quem lê Arruar... se é pernambucano, fica mais pernambucano; se brasileiro de outro Estado, mais amigo de Pernambuco e do Recife; se estrangeiro, mais simpático à gente pernambucana e à cidade que não é apenas capital de um Estado, mas metrópole de uma região”.

Em 1943 transpôs para o teatro seu livro Senhora de engenho e pediu ao seu amigo Capiba para compor a valsa Maria Betânia, nome da protagonista. A música fez mais sucesso do que a peça, pois extrapolou para outros estados, como a Bahia, onde Caetano Veloso aproveitou para sugerir o nome de sua irmã recém nascida. Pouco depois tornou-se radialista ativo no comando de alguns programas, dos quais destaca-se “A Hora da Saudade”, na Rádio Jornal do Commércio.

Faleceu em 25/3/1950 e teve sua vida e legado esmiuçados numa tese de doutorado em História, defendida por Amanda Alves Miranda Cavalcanti, em 2023, na UFPE-Univesidade Federal de Pernambuco, com um título apropriado: Mário Sette, o condutor de travessias históricas pelo Recife, à disposição no link https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54168

Outro link, de consulta mais breve é o site Mário Sette – Um conceito de pernambucanidade (mariosette.com.br)

4 pensou em “OS BRASILEIROS: Mário Sette

  1. Recebi do Berto o comentário abaixo, feito por Esdras Serrano, leitor recifense do JBF
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    Estava lendo agora MEMORIAL – José Domingos Brito, sobre Mário Sette.
    Mario Sette foi padrinho de minha mãe e primo de meu avó, Renato Sette Serrano.
    É sempre bom ler sobre ele.
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    Bom saber o Memorial anda sendo lido no Recife por um parente do memorável Mário Sette

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