Na manhã da segunda-feira, 25 de julho de 1966, o Capitão da Marinha do Brasil, Rômulo Uchôa Rodrigues, acordou-se em seu apartamento, meio ressacado da farra de domingo na “Casa da Djanira”, a melhor casa de mulheres do Recife, por dentro do bairro de Boa Viagem. Foi ao banheiro, fez a barba, como todos os dias, desde que entrou na Escola Naval. Tomou uma ducha, lembrando da noitada de amor com Verônica, uma jovem flor sertaneja. Vestiu a farda de Capitão da Marinha. Mantinha suas roupas civis e fardas bem passadas e alinhadas, tarefa da caprichosa arrumadeira de seu apartamento no Edifício Califórnia na praia de Boa Viagem. Tomou café na lanchonete do térreo. Desceu ao estacionamento, ligou seu Gordini vermelho, partiu para o Aeroporto Guararapes, onde, por determinação do seu chefe, Almirante Comandante do 3º Distrito Naval, foi designado para receber o General Arthur Costa e Silva, Ministro da Guerra, pretenso candidato a substituir o General Castello Branco na Presidência da República.
O Capitão dirigia, pensando: – “Uma pena, o General Costa e Silva, “linha-dura”, insistir em ser o substituto do Presidente Castello Branco. Havia esperança, entre amigos democratas e muitos outros brasileiros, de que o Presidente Castello Branco, no final do mandato, convocasse eleições gerais, com nova Constituição. Era a esperança do retorno à Democracia no Brasil. Com o Costa e Silva seria mais difícil, daria continuidade ao Governo Militar”.
Rômulo estacionou o carro. Caminhou em direção ao saguão do aeroporto, lotado de militares, civis, políticos, puxa-sacos. O Capitão conversou rápido com seu chefe, o Almirante, e foi à banca de revista, folheou algumas. Nesse momento ouviu o alto-falante anunciar que o General Costa e Silva havia mudado de trajeto, desembarcaria no aeroporto de João Pessoa e de lá partiria de carro para a sede da SUDENE. Rômulo comprou uma revista e retornou ao estacionamento. Nesse momento ouviu um estrondo forte, uma bomba estourou perto: BUM!!!!! O deslocamento de ar o jogou de lado, o corpo chocou-se contra uma coluna. Ele desmaiou.
O trecho acima é de meu novo romance, O TERRORISTA DO AEROPORTO. Uma história de ficção partindo de um fato real acontecido em 1966, quando o terrorista deixou uma bomba de alto teor no Aeroporto Guararapes do Recife, com a intenção de assassinar o General Costa e Silva, candidato a substituir o presidente Castello Branco. O candidato se livrou, mas a bomba matou três pessoas e feriu mais de 15 que se encontravam no Aeroporto do Recife. O romance não foca a luta armada contra o Governo Militar, é uma história de amor a partir desse fato. Ficção pura.
Lançamento em Maceió dia 24 de outubro (sexta-feira) entre 18:00 e 22:00 hora na Pizzaria Fornaria Jatiúca, com um recital da poeta Rosana Oliveira. TODOS CONVIDADOS PARA UMA AGRADÁVEL NOITE DE POESIA.
Parabéns ao Escritor Carlito Lima, pelo novo livro. Os leitores agradecem pela sua mais nova ficção.
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