DEU NO JORNAL

Nikolas Ferreira

Gabinete paralelo de Janja

Gabinete paralelo de Janja, que não tem cargo oficial, já custou milhões ao contribuinte brasileiro

Segundo uma reportagem publicada recentemente pelo Estadão, mesmo não possuindo cargo no governo, a primeira-dama Janja teria uma equipe “informal” de ao menos 12 pessoas à sua disposição, que incluiria assessora de imprensa, fotógrafos, especialistas em redes sociais e até um militar. Um grupo que, no total, custaria cerca de R$ 160 mil mensais em salários, além de já terem gasto R$ 1,2 milhão em viagens desde o início deste governo Lula.

Como na esquerda sempre há uma surpresa negativa para deixar tudo pior, entre os nomes que estão no “gabinete paralelo” de Janja está o da antropóloga Priscila Pinto Calaf, que, segundo veiculado pela mídia, fez uma dissertação de mestrado com o título “Criança que faz criança: (des)construindo infância e sexualidade com meninos e meninas de rua”. Só por isso já dá para entender o porquê de ela ter passado no teste de qualidade do PT.

Em um texto anterior, comentei sobre a entrevista de Rosângela Lula da Silva a um telejornal brasileiro, em que ela externa sua frustração por não ter um gabinete próprio e atribui isso ao machismo e à misoginia. Com um time deste tamanho, que custa quase R$ 2 milhões ao ano aos pagadores de (muitos) impostos, ela realmente acha que é justo reclamar.

O governo Lula e sua irresponsabilidade fiscal fala em corte de gastos, mas o corte em si nunca é do próprio governo, mas da população que o mantém. Há dinheiro para “Janjapalooza”, artistas, viagens, móveis e até a compra de uma nova cascata artificial para a Granja do Torto que nem sabemos o quanto custou, já que os que tanto prometeram transparência não informaram.

Há poucos dias, a aprovação do PL 4.614/24, de autoria do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), causou revolta em grande parte dos brasileiros, já que dificulta a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e prejudica idosos, pessoas com deficiência e com transtorno do espectro autista (TEA). Enquanto esbanja dinheiro, a gestão petista corta verba daqueles que mais necessitam.

Como sempre, farei a minha parte e acionarei o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a licitude dos gastos, bem como o Ministério Público Federal para averiguar supostos casos de improbidade administrativa com relação ao “gabinete paralelo” de Janja. Para além dos custos públicos, a autorização para tal ato pode ser enquadrada como crime de responsabilidade, por violar o dever de moralidade da Constituição Federal, abuso de poder, desvio de finalidade e improbidade, em razão do gasto, como muito bem pontuado pelo advogado e professor de Direito Constitucional André Marsiglia. Não podemos admitir a continuidade desta farra.

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