O menino, finalmente, encontrou o burrinho azul com que tanto sonhara. Do jeitinho que ele queria: um animalzinho manso, que nunca aprendeu a correr ou a pular e, como que engasgado com uma matraca, conversador que só. O bichinho pequeno e belo sabia tudo, como tudo se chamava e ensinou ao menino o nome dos rios, dos pássaros e das flores … Não bastasse tanto, na hora de dormir o burrinho azul contava histórias bonitas e o menino sonhava com anjos também azuis bebendo água em taças de paz. E no jardim longo e florido em que se transformou sua estrada, o menino, agora também azul, contava aos quatro cantos do mundo a alegria de ter encontrado aquele amigo com quem Cecília Meireles um dia sonhou, azulzinho ora da cor do céu, ora da cor do mar. Ele existe, sim. Basta sonhar e todos os burrinhos se tornam azuis, todas as estradas se enchem de flores e todas os homens bebem água em taças de paz. E não faltarão histórias bonitas na hora de dormir. Ainda bem que existiram Cecília e seu burrinho.
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Ainda bem que esse burrinho era azul. Que, fosse verde-e-amarelo, e se sobretudo morasse em Brasília, as histórias que contariam eram de as crianças morrer de medo. Ou de vergonha. Viva Xico!
O burrinho azul de Cecília me emocionou, mestre Xico!
É voltar à infância e sonhar com o burrinho que carregou a gente por entre a mangueira cheia de manga madura.
Saudade da infância sem malícia.
Ele, além de azul, mora em lugar nenhum, mas habita integralmente nossa memória infantil, meu caro dr José Paulo. Faz-nos voltar a ser criança, como assim entendeu o amigo Cicero Tavares. Aos dois, minha gratidão pelos comentários.