A carestia é demais
Na venda de Pocidônio
Onde o pobre do campônio
Faz suas dívidas mensais.
O pão, o leite, e o gás
O preço já esta bombando
Logo mais não tô comprando
Nem um confeito xibiu;
“A linguiça já subiu
E o ovo está balançando”
No tempo da quarentena
Subiu a cebola roxa
Peito, sobrecu e coxa
Batata doce e maizena.
Até água Marilena
Vejo que está aumentando
E o preço desembestando
Do arroz e do Bombril;
“A linguiça já subiu
E o ovo tá balançando”
Já não tenho condição
De pagar ao bodegueiro
Vou quebrar meu miaeiro
É triste a situação.
Se compro pouco o feijão
O arroz fica faltando
E a meninada chorando
Querendo comer pernil;
“A linguiça já subiu
E o ovo está balançando”
Prezado Hélio: dificílimo ver um texto tão cheio de graça e engenhosidade como o seu. Quando eu crescer quero ter essa veia artístico-literária – claro, agora só na outra encarnação. Por enquanto me contento em saber fazer contas, claro.
Meus parabéns pela sua brilhante poesia.
Tenha um bom dia!!!
Obrigado caro amigo pela apreciação, um forte carregado de rimas e poesia.