MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

Dedicado ao meu querido Rodrigo de Leon

Ao longo do tempo que publico aqui alguns textos, procuro pautar sempre em temas políticos, principalmente contra a corrupção, e econômicos, onde abro espaço para compartilhar alguns ensinamentos da Ciência Econômica, com o intuito de esclarecer os leitores, quando se trata de medidas do governo. Não me recordo de momentos nos quais tenha saído dessa linha e talvez essa seja a primeira vez.

Comecei, muito timidamente, a comentar alguns textos de colunistas e um deles era de Goiano Braga Horta. Pontuava coisas sobre o que ele escrevia e qual não foi minha surpresa quando, numa determinada ocasião, vi um texto publicado, em letras vermelhas, como Correspondência Recebida. O título era Tapar o sol com a peneira. O engraçado é que eu lia o JBF para mitigar os efeitos de uma depressão que havia me acometido duramente. O único ambiente que me permitia agira com desenvoltura era a sala de aula. Quando começava a dar aula, esquecia o mundo lá fora.

Com a operação Lava Jato, passei a ser mais crítico da bandidagem petista que se instalou nesse país para aparelhar, enriquecer, formar quadrilhas, ajudar ditaduras e em 2018, mais precisamente no dia 02/01/2018, ao ouvir o discurso de Paulo Guedes ao assumir a pasta da Economia, eu disse comigo mesmo: “Caramba! Essa é a primeira vez que vejo um ministro dizer, claramente, como pretende reduzir o déficit”. A partir daí passei a acompanhar a política econômica, muito mais com o intuito de cobrar as medidas prometidas.

Durante os 3,5 anos que se seguiram, mostrei e escrevi sobre isso, principalmente, no Facebook e aqui no JBF. Eu não me recordo de uma empreiteira sequer que tenha ganho destaque no governo Bolsonaro para realizar obras, mas não esqueço Odebrecht, OAS, UCT, etc. do governo Lula. Eu me recordo de todos os prejuízos que as empresas públicas tiveram nos governos do PT e não vejo um reconhecimento sequer ao fato de que no governo Bolsonaro todas as empresas públicas tiveram lucros.

Veio a eleição de 2022 e, ao que parece, eu voltei a sondar a disponibilidade da senhora depressão para uma conversa tête-à-tête, uma saída no final de semana, quiçá, de mãos dadas, de modo que eu possa me empanturrar de cachaça ou de remédio. Eu não consigo imaginar como se permite que um canalha do porte do atual presidente seja digno de concorrer a um cargo público e ser eleito. Acabei me afastando das publicações do facebook e procurei manter – por enquanto – esse monte de tolice que coloco aqui com a intervenção de Chuplcleide.

Não tenho palavras. Não tenho mais palavras. Não sei como me expressar diante de uma escolha dessa magnitude. Não tenho palavras para me expressar diante da impunidade, da sacanagem, da perseguição, da orquestração metódica dessa corja imunda que, ora, governa o país.

Não sei o que dizer ou que fazer quando vejo o canalha mor indicar seu advogado para um cargo de ministro do STF. O cara impetrou mais de 300 recursos e não ganhou um. Chamaram até Eros Grau para ajudar na defesa, mas ele foi devidamente escanteado Zanin. Alçar esse cara a guardião da constituição? Sério? Por 28 anos o cara vai ficar lá, sem a menor capacidade para tal. As falhas constitucionais não são preenchidas por interesses vis. A gente pode até pensar que a culpa disso tudo é do Edson Fachin, mas não. É unicamente do eleitor. Veja o sinal emitido pelos advogados de defesa de Lula que ocupam o STF: no dia de votação de medidas provisórias de interesse do governo, Dias Tóffoli liberou ação contra o presidente da câmara. Simples assim. Se a gente votasse em pessoas honestas, esse tipo de subserviência não aconteceria.

“Quando eu calar a minha voz, por favor, entenda, que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando, coração na boca, peito aberto, vou sangrando…”. Francamente, não posso me conformar com o “Deus está vendo”, com a justiça divina. Queria muito ver a justiça dos homens agindo com dignidade. “Se você agir com dignidade, pode até não consertar o mundo, mas tenha certeza de uma coisa: haverá um canalha a menos no mundo”. Era assim que diz um velho repórter pernambucano chamado Jota Ferreira. Lamento, mas “estou sentando no trono do apartamento com a boca escancarada esperando a morte chegar”. Só digo uma coisa: que eu não vá antes de Lula porque se eu for … ele nunca mais dormirá na vida, nem sob o efeito da cachaça.

23 pensou em “NÃO TENHO MAIS PALAVRAS

  1. Querido amigo. Há muito também já não tenho mais palavras, já não sei mais o que dizer. A sensação da perda da esperança é o pior que um ser humano pode chegar. Que Deus tenha Piedade desse pobre país e de seu malsinado povo.

    • Pois é meu caro. Talvez eu tenha demorado demais em reconhecer que não há o que fazer. Só esperar, como o sertanejo espera a chuva.

  2. Bom saber que ele está bem e ainda defendendo suas convicções, embora não concordemos com elas. Obrigado por sua gentileza.

  3. Ah, coitados. A esperança de vocês era o golpe. No que deu? Mil e cacetada presos pelo ministro mais corajoso do que os generais frouxos desta República. Então vocês se agarraram no Arthur Lira, mas esse cara tem ficha limpa e rabo preso. Em questão de tempo, o que será da Inês alagoana? Disse certa vez Agamenon Magalhães, sujeito muito homenageado no Recife, mas um defunto podre: “quem não pode viver, morre”. É o que resta!…

    • Trajano, não a minha. A minha esperança era que o país continuasse a crescer, que a taxa de desemprego caísse abaixo dos 8%, que os corruptos permanecessem presos, que o futuro do país fosse digno para as gerações vindouras. Vi ao longo de longo a esquerda anunciar o “gópi”. Era no dia 07/09, não foi. O mais engraçado é a burrice quando se fala em golpe. Em todo canto o golpe vem das forças armadas que tiram o presidente e assume o poder. Até hoje não entendo como a imbecialidade acredita que os militares dariam um golpe, apenas para manter Bolsonaro no poder. Em 1964, havia um motivo cabal para eles: ameaça da implantação de um governo comunista. Qual a motivação atual? Quando as palavras de Agamenon, tudo bem. Vou continuar vivendo porque posso, apesar de toda canalhice que inunda esse país. ” A gente só aprende quando a mão pesada do destino bate nas nossas costas”. Abraços

    • Trajano, para não ficar dúvidas: Getúlio Vargas decretou um sistema ditatorial no Brasil, mas teve apoio das forças armadas. Na década o movimento da coluna Prestes pode ter gerado essa atitude, no entanto, ele não fez isso só. Mais uma vez, a ideia era não permitir o comunismo, tanto que o partidão foi para a clandestinidade. Golpe ou melhor autogolpe quem deu foi Hugo Chavez, com o apoio das forças armadas e a Venezuela é essa bosta que está aí, tendo um ditador como presidente e este ditador tem uma oferta de US 15 milhões por sua prisão. Ele foi recebido aqui com honras de estado pelo presidente eleito. “Diz-me com quem anda que eu te direi quem és”. “Quem se junta com porcos, farelo come”.

  4. Maurição, caríssimo,

    Escreves: “Acabei me afastando das publicações do facebook e procurei manter – por enquanto – esse monte de tolice que coloco aqui com a intervenção de Chuplcleide”.

    UM PEDIDO: não nos prive do prazer de ler o tanto que ensinas aos pobres mortais em suas intervenções fubânicas neste playground bertiano.

    UMA CONSTATAÇÃO: as próximas décadas serão “phodda bagarai” para quem não comunga com a seita vermelha.

    Por fim faço coro ao escrito por Álvaro Simoes Filho sobre goyabano, o bicho inteligente da goiaba vermelha:
    “Onde andam aquela inteligência e cultura ímpares mas desperdiçadas no culto, para nós incompreensível, a um indigente moral e intelectual como Janjo?

    Churchiliemos: “A lição é a seguinte: nunca desista, nunca, nunca, nunca. Em nada. Grande ou pequeno, importante ou não. Nunca desista. Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo”. Winston Churchill

    Um abraço imenso

    • Recordo texto do MARCOS ANDRÉ – DADO & TRAÇADO, com uma seleção de frases intitulado AS ÚLTIMAS PALAVRAS . . . A última era: “Vou ver no que é que dá se eu votar assim, nesse sujeito, na urna eleitoral!!!”

      Segundo o Marcão: “Esta é a pior das frases. Mata gente de montão”.

      I vamu qui vamu…

    • Dr. Honoris Coco… agradeço suas belas palavras. Vamos continuar pontuando as coisas. Quatro anos no instante passa e não há sofrimento eterno. Lula 3 é uma bosta em todos os sentidos, mas, realmente, esse merda de país é maior do que ele.

  5. Caro Sr. Maurício Assuero. Permita-me interagir com sua excelente análise, como sempre, dessa triste realidade que assola o nosso país e a todos nós cidadãos de bem.

    Quanta luta, quanto trabalho, quanta dedicação, quantos sonhos, quanta esperança…
    Dos nossos pais. Das gerações passadas. Para tornar essa Nação, na verdadeira Pátria de todos nós. Não que tudo naquelas épocas, fossem flores.
    Mas a decência, o caráter,
    a honra, a dignidade, o respeito, a educação… Eram valores
    e sentimentos inerentes da formação das famílias.
    Nós éramos mais felizes porque éramos sêres humanos melhores.

    Acredito que todos nós comungamos desses mesmos anseios, aflições e preocupações que o senhor relatou no seu artigo. Porque é inadmissível termos convivido quatro anos, jogando-se dentro das quatro linhas, mesmo com todas dificuldades, limitações, traições e perseguições. Mas o país estava caminhando lado à lado com a prosperidade e o desenvolvimento.
    E aí descambarmos nesse pesadelo tenebroso e sem fim.
    Não merecíamos isto.

    Nosso Brasil sempre foi cobiçado. Infelizmente não temos representantes à altura dele e do seu povo. Muito menos para defendê-los dos cobiçadores. Temos sim, vis e reles antipatriotas venais que subjugam o país e a sua população, ao poder de uma doutrina insana que avança à passos largos para dominação total da humanidade.

    Pelo título da sua coluna e pelos seus comentários sobre depressão, acredito que é o que temos que seguir: “Pare, olhe e escute”.

    Bom final de domingo e um excelente início de semana.

    • Luiz, que legal. Suas palavras soaram mais forte. Gostei do arremate: além do parar, olhar e escutar, precisamos acrescentar o agir.

  6. Parabéns pela perfeição do texto, prezado Assuero!
    A situação política atual do Brasil é desesperadora. “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.A frase é uma citação da peça Hamlet, de William Shakespeare. Pode ser traduzida como: “Algum mal sério está escondido na Dinamarca” .

    A impressão que sinto é de que uma imensa fossa estourou e as fezes podres estão se espalhando pelo solo brasileiro, e se avermelhando cada vez mais. Para a cegueira do fanatismo e a imbecilidade crônica, não há vacina que dê jeito.

    Grande abraço!

    • Sou como Olavo de Carvalho falou: Nao existe petista gente boa .
      O unico veneno pra esta peste foi desperdiçado em 2022. Mas fiquei com a licao da esquerda: adotei o “odio do bem”

  7. Que bom saber, mestre Assuero, que seu Rivótril para amenizar a angústia pela desgovernança do nove dedos a esse País tão maravilhoso, é o JBF.

    Na minha modéstia opinião, essa Gazeta Escrota presta um grande serviço àqueles que amam o Brasil e tem depressão por vê-lo sendo governado por uma Canalha!

    • Pois Ciço…quando Berto ficou sem publicar durantes uns dias, recentemente, o povo quase endoidece. É um tranquilizante potente.

  8. Moçada maravilhosa,

    Já tive minha fase de depressão profunda também. E foram vários anos.

    A minha hora agora é de estar simplesmente ABSOLUTAMENTE IRADO! Estou pronto para o que der e vier. Até já poupei o suficiente para pagar pela minha cremação e não deixar essa dívida para meus familiares.

    RESISTÊNCIA PASSIVA!

    Um filho da puta desses, pelo menos, eu levo comigo.

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