DEU NO JORNAL

Luís Ernesto Lacombe

Não haverá nem gol de honra

Não, eu não sou da turma do “quanto pior, melhor”. Não torço contra o Brasil, contra os brasileiros. A questão é que ninguém consegue torcer por um time empenhado em fazer gol contra, em atacar a si próprio, a sua própria meta. Não há torcida possível, não há torcida que se mantenha, com uma equipe que insiste numa tática de autodestruição. Quem acredita num esquema que só pode levar à derrota?

O jogo nem chegou à metade, e o Brasil já está perdendo de goleada. Como manter a esperança? A bola vai entrando, sem que sequer haja goleiro sob a baliza. São 11 buscando um resultado desfavorável, e mais outro, e mais outro. Imposto nas redes o tempo todo, de bico, de canelada, de qualquer jeito. Uma taxa tributária insana vai estabelecendo o estrago total.

É um time que não “gasta a bola”, que não tem técnica primorosa e habilidade especial. É um time caríssimo, um elenco enorme, que gasta muito mais do que tem em caixa. O placar já mostra mais de R$ 1 trilhão de aumento da Dívida Pública do Governo Geral. Isso em apenas 14 meses… Não há como vencer o campeonato assim.

Déficit fiscal, déficit fiscal, déficit fiscal… E o técnico diz que dá para empatar o jogo nos minutos finais. Finge que há uma meta de déficit zero, que num passe de mágica ela será atingida, com o tempo regulamentar quase esgotado. Uma parte pequena da torcida confia incondicionalmente nisso. Pura ilusão. Não haverá empate nos minutos finais, nem virada espetacular nos acréscimos.

Parece que as vitórias só seriam possíveis se o time fosse todo mudado, os 11 jogadores, os reservas, o técnico, os auxiliares dele… Ou se o grupo todo, por um milagre, descobrisse, enfim, para que lado deve atacar, que baliza deve defender e que táticas podem conduzir a vitórias. Isso talvez levasse a torcida aos estádios, essa transformação completa.

Sem mudar o seu jogo, o time que está em campo, pródigo em disparar petardos contra si mesmo, acha que vai enganar todos os brasileiros. E como? Gastando quase R$ 700 milhões em publicidade, quase R$ 200 milhões nas suas redes sociais. O placar vai continuar mostrando a goleada que estamos sofrendo, mas o que importa é convencer todo mundo de que o placar mente…

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