A ministra da Saúde, Nísia Trindade
Parece que o governo Lula terá duas mulheres a menos. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, está saindo. E agora ficamos sabendo que a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, foi denunciada para a Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Ela gravou muitas coisas, dizendo, por exemplo, que recebia telefonemas de Lula, da Janja, mas que enrolava o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo. E ainda falou de emprego na COP30. Um rolo danado. Essa é uma mulher do governo Lula que corre risco de deixar o cargo. Já a outra ministra deve sair mesmo; Nísia Trindade sempre teve uma ação de esquerda na Fiocruz durante o governo passado, mas Jair Bolsonaro nunca a tirou de lá. Agora, parece que ela não está mostrando serviço.
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“Minuta do golpe” era estado de defesa, que está na Constituição
Estava revendo a delação de Mauro Cid e muita gente fala da tal “minuta de golpe”. Mas o que era isso? Era a sugestão de uma medida totalmente constitucional, de estado de defesa ou algo semelhante, para fazer a recontagem dos votos se houvesse dúvida – e há dúvida até hoje. Mas este é um protocolo que tem de ser aprovado pelo Conselho da República e, depois, pelo Congresso Nacional. Que golpe é esse que tem de ser aprovado pelo Congresso Nacional? Tanto que o então procurador-geral da República, Augusto Aras, achava que não havia nada de consistente ali que pudesse fortalecer o inquérito. Mas o próprio ministro Alexandre de Moraes, relator – nunca se viu um juiz passando a ser o instrutor de uma delação –, foi lá e assumiu a delação.
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Depoimento de Cid está cheio de absurdos de Moraes
E entre as coisas vimos está o ministro Moraes insistindo com Mauro Cid. “E aí? Vocês sabiam do 8 de janeiro?” Claro que não sabia; foi uma absoluta surpresa, surpreendeu todo mundo – só não surpreendeu aqueles que receberam os comunicados insistentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), prevendo que poderia haver manifestação e que poderia haver quebra-quebra, como já houve em outras ocasiões.
Cid ainda foi ameaçado: “Ou você muda essa versão e tal, ou seu pai vai ser investigado, sua esposa vai ser investigada, sua filha mais velha vai ser investigada e você vai ser preso de novo”. Ele ficou preso quatro meses. E aí percebemos por que Filipe Martins (também assessor de Bolsonaro) ficou preso seis meses, e inclusive consta que ficou dez dias em solitária. Qual era o objetivo? Ver se Filipe Martins também concordava em fazer uma delação. E todos sabiam que o motivo da prisão não existia. A justificativa é que ele teria desembarcado nos Estados Unidos, que planejava uma. Mas não: ele saiu de Brasília (DF), foi para Curitiba (PR) e depois para Ponta Grossa (PR).
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Registros manipulados para incriminar Filipe Martins e para inocentar Adélio Bispo
Agora estão investigando para saber como apareceu o nome de Filipe Martins lá nos registros de imigração dos EUA. Isso é importantíssimo, porque é um “fio de Ariadne”, que puxamos para saber quem estava na outra ponta do fio, quem botou o nome de Filipe Martins na alfândega de Miami. Assim como é preciso investigar quem botou o nome do Adélio Bispo entrando na Câmara dos Deputados. Quem foi o deputado que autorizou – porque só um gabinete de deputado pode autorizar – a entrada de Adélio no dia 6 de setembro de 2018, quase véspera de eleição, em plena campanha? Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio em Juiz de Fora (MG) enquanto o nome dele estava lá na Câmara dos Deputados, como se ele estivesse na Câmara. Era o álibi perfeito, se Adélio não tivesse sido preso em flagrante. São mistérios que precisam ser esclarecidos.
Com tanta safadeza ainda falam mau de Bilhante Ustra, afinal de contas, quem são os terroristas do novo modelo da democracia do país !!!