Ela é um velho chalé de toques suburbanos.
Modesta, do portão à fachada singela,
nada existe invulgar, por fora ou dentro dela,
capaz de comover sicranos nem beltranos.
Mas é a mesma onde vi, já se vão tantos anos,
pela primeira vez abrir-se uma janela
aos raios matinais da ensolarada umbela,
sublime no esplendor dos halos soberanos.
No seu mesmo aconchego acolhedor de outrora,
intensamente eu vivo, em meu “aqui e agora”,
a paz familiar e as bênçãos da amizade.
Em saudade é comum que ela more na gente;
mas Deus me deu, estranha e afortunadamente,
a ventura maior de morar na Saudade…
Poema com fecho de ouro!