XICO COM X, BIZERRA COM I

Encontrei um velho amigo – nem vou dizer o nome dele, que não via desde o século passado, e ele me confidenciou seu estado atual, como que desabafando. Ainda bem que comigo é completamente diferente. Meu único problema é ser mentiroso:

Da rede, levei três quedas
Acordei, rabo no chão
Na rua, duas topadas
Foi-se a unha do dedão
A pressão nos dezenove
Nem Captopril resolve
O bater do coração

Dor de dente, não mais tenho
Porque dentes já não há
Já deixei de comprar pente
Nada há pra pentear
Na farmácia, todo mês
Compro uns quatro pinci-nez
Que é pra poder enxergar

O joelho reclamando
A glicose disparada
O bucho num ronca-ronca
U’a peidaria danada
E o maior esquecimento
Um branco no pensamento
Sem se alembrar mais de nada

Saí com u’a novinha
Que a qualquer um satisfaz
Sabe tudo de carinho
Basta um ‘tiquinho’ de gás
Só que eu, na hora agá
Quando quis funcionar
Esqueci cumé que faz …

Inda bem que o intestino
Funciona bem danado
Todo dias às 8 horas
Obro muito, um bocado
Quando acordo às 8 e meia
A desgraceira é feia,
Eu já tô todo cagado…

3 pensou em “MEU VELHO E BOM AMIGO, MEU AMIGO BOM E VELHO

  1. Falo dos males de um amigo, como digo no preâmbulo, meu caro Doutor jurostAcademico, pois , já vdizia a sábia Cecilia
    ‘Ainda sou bem moço pra tanta tristeza,
    Deixemos de coisa e cuidemos da vida
    Pois senão chega a morte ou coisa parecida
    E nos arrasta, moço, sem ter visto a vida’ ….
    Abraço Capibaribeano
    XICO

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