XICO COM X, BIZERRA COM I

Lançamento de meu primeiro Livro, na Passadisco. Consciente de que minha memória fisionômica não vale 1 centavo de Real, combinei com Fábio, dono da Loja, um recurso para neutralizar minha prosopagnosia (Valei-me, São Google). Para evitar o vexame provável de não lembrar o nome do adquirente, a cada livro vendido combinamos que ele anotaria o nome do comprador num papelzinho e esse lembrete seria colocado na página inicial do livro em que eu assinaria a dedicatória.

Um comprador recusou-se a informar seu nome alegando ser meu amigo pessoal há anos e, por isso, desnecessária a providência. Indiferente aos apelos de Fábio dirigiu-se à fila de autógrafos, livrinho na mão e deu-se o que você, meu caro leitor, deve estar imaginando. Branco total. O nome do meu amigo fugiu à lembrança e o papelzinho que deveria estar ali como auxilio não estava no lugar combinado. Tentei discretamente, utilizando-me de todas as artimanhas, descobrir o nome do meu amigo.

– Como devo dedicar? Perguntei-lhe, na esperança de que se revelasse o segredo do seu nome.

– Do jeito que você dedicar eu ficarei feliz – respondeu-me.

Outras tentativas fiz, em vão. Terminei por dedicar o livro de uma forma genérica e pouco elegante (Ao meu querido amigo, o abraço do Xico). Tão logo assinei a prosaica dedicatória, lembrei o nome do amigo. Não pegaria bem rasurar o autógrafo já concedido. Abracei-o, agradeci a presença e, com um sorriso amarelo, como forma de retratação, pronunciei seu nome lenta e vagarosamente: Hild – Gard.

No lançamento do Livro seguinte Hildgard estava lá e, desta vez, incrivelmente, lembrei seu nome. Agradeci aos deuses a não-presença de sua irmã, Edghilda, filha de dona Hilda e ‘seu’ Edgard. Ainda bem: eu não lembraria seu nome.

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2 pensou em “MEU AMIGO DE NOME ESQUISITO

  1. Lançando um livro na Travessa, do Rio, Manuel Bandeira teve o mesmo problema. Que não conhecia o jovem português que tinha seu livro, na mão, para autografar. E perguntou:

    – Que nome ponho?

    Para ver o rapaz responder

    – Manuel Bandeira, ora pois.

  2. Fico a imaginar a cara do meu amigo, se lhe respondo a igual pergunta:
    – Xico Bizerra, ora pois …
    Não seria tão indelicado. Bastou-me a frustração do esquecimento …
    rsdsdsdsrsrs

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