Como o gênio da noite, que desata
o véu de rendas sobre a espádua nua,
ela solta os cabelos… Bate a lua
nas alvas dobras de um lençol de prata.
O seio virginal que a mão recata,
embalde o prende a mão… cresce, flutua…
Sonha a moça ao relento… Além da rua
preludia um violão na serenata.
Furtivos passos morrem no lajedo…
Resvala a escada do balcão discreta…
Matam lábios os beijos em segredo…
Afoga-me os suspiros, Marieta!
Ó Surpresa! ó palor! ó pranto! ó medo!
Ai! noites de Romeu e Julieta!
Antônio Frederico de Castro Alves, Bahia (1847-1871)
No primeira quadra leia …o véu de rendas sobre a “espádua” nua …
Correção feita. Grato pela advertência, caro Flavio.