XICO COM X, BIZERRA COM I

Pelo tom de voz percebo a aflição do meu amigo José, ao telefone, 5 horas da manhã: – Mariazinha vai casar, disse-me. O que deveria ser motivo de alegria converteu-se em sentimento totalmente adverso. Imaginei a possibilidade de o futuro genro, por algum motivo, não desfrutar da simpatia de meu amigo. Não era essa a questão. Ao contrário, o noivo era um bom rapaz e tinha boas intenções, revelou-me. A questão era mais séria e envolvia o oneroso custo do casamento: convite, bolo, festa, local da recepção, aluguel do carro que levará a noiva, maquiagem, cabelereiro, banda que animará os convivas do evento. E o principal e mais caro: o vestido de noiva a ser usado uma única vez. Por certo não sobraria dinheiro sequer para adquirir a florzinha que o pai da noiva costuma usar e seria aplicada na lapela do mesmo paletó utilizado em seu próprio casamento, há vinte anos, apertado e meio furta-cor. Era o jeito. Não sobrara dinheiro nem para o terno do filho menor, Zezinho e para o vestido novo e longo de Dona Maria, sua esposa. Mas Mariazinha estava se casando e merecia todo aquele sacrifício. Como conforto, meu amigo só tem Mariazinha como filha. Zezinho, irmão mais novo, quando for casar, o pai da escolhida que se vire para bancar a festa. E sua noiva talvez até use esse mesmo vestido que vestirá Mariazinha, sua cunhada, irmã de Zezinho. O carro, José troca depois.

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6 pensou em “MARIAZINHA VAI CASAR

  1. Terá sido a filha do próprio Xico? Ou parente dele? Quem terá sido? Faltou ele dizer isso em mais uma croniqueta perfeita. Abraços.

  2. Foi não, meu Mestre imortal, foi a de algum José indefenido, marido da Dona Maria, pai do Zezinho e da Mariazinha, todos frutos da imaginação de quem não tem o que fazer e gasta seu tempo escrevendo bobagens e distribuindo besteiragens.

  3. Vai ver sou eu, Mestre Xico. Que me chamo Jose. Sou marido de uma dona Maria ( Lecticia ) . E pai de um Zezinho. Sou eu e não sabia. Esse Xico Bizerra…

  4. É Padre José Paulinho, mesmo!

    Um homem do bem, santo, magníficamente cordial, com uma esposa que tem um coração maior do que o universo.

    Bom dia, Paulinho para você, sua Lectícia, seu filho Paulinho, sua nora e seu netinho (ou netinhos?)

    E os demais!

  5. Na croniqueta genial Xico, o mais importante foi o casamento, que gerou a narrativa e nos proporcionou uma segunda-feira sem igual!

    Parabéns e bom dia!

  6. Apesar do José, da Maria e do Zezinho, ao imortal querido faltou-lhe a Mariazinha da narrativa. Por isso, insisto: os escritos apenas preenchem o nada-fazer de quem escreveu (nomes escolhidos a esmo, no subgênero dos mais comuns para não despertar suspeitas). Jamais submeteria a intimade de um amigo dileto às narrativas de um cronista cheio de besteiragem e bobagices. Abraço a todos, pais e não-pais das Mariazinhs casadoiras …

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