PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

É triste, diz a gente, a vastidão
Do mar imenso! E aquela voz fatal
Com que ele fala, agita o nosso mal!
E a Noite é triste como a Extrema-Unção!

É triste e dilacera o coração
Um poente do nosso Portugal!
E não veem que eu sou … eu … afinal,
A coisa mais magoada das que são?! …

Poentes de agonia trago-os eu
Dentro de mim e tudo quanto é meu
É um triste poente de amargura!

E a vastidão do Mar, toda essa água
Trago-a dentro de mim num mar de Mágoa!
E a noite sou eu própria! A Noite escura!!

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

Um comentário em “MAIS TRISTE – Florbela Espanca

  1. Na fase destes versos, Florbela é a noite escura.

    Um coração cheio de mágoas (afinal ela se deu tanto aos amores e nada restou).

    Um poente do nosso (dela) Portugal.

    Imenso mar que levou Alferes, o seu grande amor.

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