CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

A Tese do Professor

O professor R. Silva já há vários anos tentava a Cátedra de Termodinâmica da Escola Politécnica. O cargo de Livre Docente já não o satisfazia.

Mas agora ele prometia que seria diferente.

Ele sempre atribuiu seu fracasso anterior à sua conhecida falta de simpatia, mas a realidade era uma certa incompetência em expor suas teses acadêmicas. Resolveu, portanto, que antes do início da apresentação de sua próxima tese procuraria começar com um “quebra-gelo”. E assim foi feito.

Ei-lo agora, a defender sua tese em termodinâmica, em frente à Banca examinadora, composta por luminares de várias Faculdades. Um dos examinadores era ninguém menos que o famoso físico brasileiro Cesar Lattes, descobridor do “pion”, uma das subpartículas do átomo, resultante de um “quark” e de um “antiquark”. Coisas de louco, somente compreendidas pelo nosso estimado Maurino Junior.

O professor R. Silva começou a sua dissertação com uma frase nada científica:

– “Como vocês sabem, a Engenharia nada mais é do que Física e bom senso”.

Imediatamente foi interrompido pelo eminente cientista Cesar Lattes:

– “O senhor poderia escrever sua frase em uma linguagem matemática?”

E a frase ficou assim, escrita em trêmulas letras brancas sobre um quadro negro:

Engenharia = Física + Bom Senso.

Continuou o nobre cientista:

– “Agora o senhor poderia isolar o termo “Física”?

E a nova equação ficou assim:

Física = Engenharia – Bom Senso.

“Aham, que meigo”, suspirou profundamente o grande mestre da Física brasileira. Seu olhar fuzilou com uma tempestade de nêutrons o pobre professor, que só não se cagou nas calças porque nada passava pelo orifício aonde o sol não nasce.

O restante da apresentação da tese foi, digamos assim, meio sem graça.

Por razões obscuras o Professor R. Silva não conseguiu sua cátedra nessa vez.

3 pensou em “MAGNOVALDO SANTOS – PALM COAST – ESTADOS UNIDOS

  1. Rapaz, dá um nó no quengo só de imaginar o que se passou pela cabeça do pretendente enquanto escrevia e isolava Física.
    Certamente pensava “que merda!”

  2. O professor Silva cometeu um erro de soberba (bom senso???) nas variáveis da equação. Se no lugar de bom senso colocasse Fator de Cagaço daria certo. Na engenharia se diz Fator de Segurança, mas o primeiro é que está certo

    Engenharia = Física + Fator de Cagaço.

    Tenho a certeza que se fosse escrito assim, o grande Físico Lattes não teria lhe comido o fígado.

  3. Muito interessante. Numa universidade um cara defendia a tese e muita gente no auditório. O cara apresentou as hipóteses e começou a descrever o modelo que usara, depois os resultados, os examinadores fizeram suas arguições e tudo estava se encaminhando para uma aprovação quando um professor presente pediu, gentilmente, a palavra. Então, ele disse “meu jovem me desculpe, mas suas hipóteses estão baseados no conjunto vazio!”. Oh!!!!!!!!! Ninguém viu e quando começaram a analisar as hipóteses perceberam que, realmente, o conjunto era vazio. Salvo engano isso foi em Columbia, nos anos 1980. Já nos anos 1990, na Unicamp, e outro salvo engano, um cara defendeu a tese e depois das considerações da banca, um professor pediu a palavra e disse que os resultados estavam e fez uma explanação do erro. O cara estudou a tese do rapaz e procurou tudo que a refutasse ou não e depois que apontou os erros, disse “eu não tenho nada contra você. Fiz isso porque não gosto do seu orientador”.
    Finalmente, no programa que fiz meu mestrado e doutorado, um aluno foi defender a dissertação dele. Depois que o examinador externo fez suas considerações, o examinador interno disse o seguinte: “fulano. Eu tentei ler seu trabalho. Se ele tivesse ruim, eu até teria conseguido, mas ele está muito ruim, ruizinho mesmo e para mim não vale título de graduação quanto mais de pós”. Depois disse que o cara estava reprovado. Foi um quebra pau da peste entre ele e o orientador. O fulano só conseguiu o título porque foram dois votos favoráveis. O sacana fez isso para se vingar do orientador do rapaz que reprovara um aluno orientado por ele.

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