CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Dificuldades que nos são impostas….

Tenho uma neta que nasceu no estertor de 1999 e limiar de 2000 e tenho uma dificuldade grande em entender se ela conta seu aniversário a partir de 1999 ou 2000, pois são tão poucos segundos que fica quase impossível hoje saber se ela está com um ano a mais ou a menos.

Todo aniversário pergunto quantos anos ela tem…

Eu próprio senti essa dificuldade; nascido em Agosto, na época em que escola era currículo anual, só fui aceito com 7 anos e meio, ao invés dos 7 anos previstos à época; por azar a professora não admitia canhotos e, à custa de muita reguada na cabeça, escrevo mal com as duas mãos.

Por conta de calendário, comecei tarde na escola.

Era doido pra aprender a ler os gibis roubados de meus irmãos e, comendo as figuras, não tive dificuldade para aprender o ABC e acompanhar a Cartilha Caminho Suave, ferramenta primordial daquele tempo.

Deixando de divagar, entra o assunto que está na moda: pandemia!

Acreditam uns poucos (muitos!) que a simples virada da folhinha ou, mais chique: calendário, estaremos livres da desgraça que nos abateu no ano que se acaba.

Roubando do seu grande romance mestre Luiz Berto, seria como se a Besta Fubana, em grande performance alçasse voo do telhado do “mercado Brasil”, quiçá do mundo, devolvendo a mansidão, rotina e vida perdida durante o período nebuloso que passamos.

Voltaríamos a 2019 ou, esqueceríamos 2020, como o ano esquecido da Republica Rebelada de Palmares.

E, tal qual a derrotada Palmares (?), sairíamos do transe hipnótico da falsa verdade e, entraríamos na realidade diária, que apesar de sofrida é melhor que a incerteza do quando voltaremos ao normal.

Afinal, melhor lutar com os problemas conhecidos e passiveis de correção, que algo inexplicável, que sabe-se lá como combater e, se acompanharmos a cabeça de alguns “influencers” transvestidos em cargos públicos e com poder da caneta, não age em ônibus, trem ou aglomerações e só em horários que os tais determinam.

“Fique em casa” lembram a todo instante; mas, como sobreviver se somos os geradores da riqueza e daqueles que nos oprimem e lhes dão regalias?

É tão patético, que fica impossível dar credibilidade no que afirmam tais “otoridades”, hoje senhores de nosso destino.

Os mesmo que se ajuntam em festas, celebração de vitória política ou pega jatinho para curtir no exterior o que negam aos pobres mortais pagadores de impostos que propiciam seus privilégios.

O simples bater copos e dizer “saúde”, o cantar “Parabéns” é proibido, no país ou espaço dos imperadores plantonistas, que a sorrelfa aumentam seus próprios salários; na imaginação só faltam aqueles penachos sacudidos pelos escravos para dar todo clima de império ao que vivemos.

Voltando ao início, espero tudo isso acabar e poder rever meus netos e filhos, que moram longe e o momento me impede de um simples abraço…

No mais, infelizmente tudo seguirá igual, enquanto não tivermos um Natanael, personagem principal do livro de Luiz Berto, O Romance da Besta Fubana

2 pensou em “JOSÉ ALVES FERREIRA – SÃO PAULO-SP

  1. Que belezinha!!!
    Temos um talento nato na família!!!
    Um escritor, o senhor vai longe!!!
    Estamos com muita saúdade e em breve poderemos nos ver e dar aquele abraço e altas risadas!!!
    Seus textos é tudo aquilo que as pessoas pensam sobre o momento que vivemos!!!
    Parabéns 🥳👏

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