Quem ao homem deu o direito
À estrada da intolerância
Com destino à ignorância
No vale do preconceito?
Qual livro traz o preceito
Dizendo que a pele escura
Faz menor a criatura
Ante uma pele mais clara?
É a estupidez que separa
E causa essa fratura.
Pele com outra pintura
Independente do tom
Não faz do homem um ser bom
Se ele não traz a alma pura
E lhe faltando a ternura
Com qualquer um semelhante
Esse homem no instante
É simplesmente uma fera
Indomável, vil, megera,
De espírito horripilante.
Todo homem é apavorante
Quando se enxerga melhor,
Mais capaz, e bem maior
E do ódio é praticante.
A humanidade é errante
Nessa vida passageira
E a ideia verdadeira
Prega vivamos em paz
No Cosmos somos iguais
Não passamos de poeira.
Grande Poeta Jesus Ritinha de Miúdo
“Irmãos do Sol e da Lua” me trouxe à memória duas figuras humanas antagônicas. Uma branca e outra preta. Uma, a encarnação do “satanás” (será que existe mesmo no mundo real ou Carl Sagan está certo: vivemos no mundo malassombrado?), Adolf Hitler, a encarnação da carnificina, do extermínio, da barbárie humana.
E o outro: Nelson Mandela. Preto, mas com um coração do tamanho do universo em ternura, solidariedade, perdão, tolerância, fraternidade entre todos os povos da terra.
Valeu a reflexão, Grande Poeta.
E ambos eram filhos do mesmo Cosmos, Cícero.
Por isso a valorização e importância devem ser da alma, do espírito; jamais da poeira.
Obrigado por sua atenção.
Caro Amigo e colega de trabalho
“Deixe-me dizer que acho seu nome muito singular:. Jesus, tudo bem; de Ritinha, também vá lá, porque é filho dela ;de Míúdo, é por quê ? Seu pai chamava-se miúdo? Isso é que excesso de modéstia. Sua coluna no JBF revela isso.
Este foi o comentário que fiz sobre Jesus na minha coluna Memorial sobre Teodoro Sampaio. Pois bem, mas não dei provas disso. A prova vem agora com seu poema aqui estampado, onde nosso amigo Cicero Tavares chama-o de Grande Poeta. Está certo, Cícero, é isso mesmo.
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Exatamente, Brito!
Herdamos dos judeus marranos que nos colonizaram esse costume de conhecer o filho por seu pai.
“Davi filho de Jessé”, ou “Jesus filho de José”, depois se tirou o “de”.
Por isso Barrabás. Que na verdade era Bar de Rabás, ou Bar (que significa filho) de Rabás, já que também se chamava Jesus. Logo, Jesus Bar Rabás, significando Jesus “filho” de Rabás.
No meu caso Ritinha é minha mãe, e Miúdo o meu pai.
Aí, porque me assino assim é uma história interessante.
Nós interiores é assim mesmo. Quando não nos fazem conhecer pelos pais, vai pela atividade profissional (também herança judaica, tipo, José o Carpinteiro), ou pela empresa.
Lá em Acary temos Paulo da CAERN, Rosália do Banco, Zé Neto do Asilo, Dedé Fiscal, Dedé da Cerâmica, Juarez da Prefeitura, Zuil Vereador, Tucha Marchante, e por aí vai.
Jesus, Paul MacCartney e Michael Jackson gravaram uma música, Ebony and Ivory, que dúzia “Ebony and Ivory, side by side on my piano…”, Algo como “ébano e marfim lado lado no meu piano” falando de branco e preto juntos. Na época Michael era preto. Muito bom seu registro
Maurício, Deus deu a Jesus de Ritinha de Miúdo um dom que não cai em qualquer família: poeta! Por isso que nós o admiramos.
Cícero, sobre admiração eu só lhe garanto uma coisa: há recíproca.
Para ambos!
Tem razão, Cícero. As vezes dá vontade de trocar minha matemática pela poesia, embora a métrica dos números seja linda.
Pesquisei a música.
Sensacional!
Errei o cantor: era Stevie Wonder. Composta por Michael e Paul, salvo engano.
Se o poeta, que se algo de “miúdo” possui, não é o talento, que é sem tamanho, de tão grande, resumisse o poema em: “Não passamos de poeira”, já seria uma baita poesia.
Os que quebram patrimônio público ou privado, queimam pneus, agridem inocentes que carregam bandeiras do Brasil deveriam aproveitar o tempo livre (que parece ser muito) para acessar o JBF e ler o nosso Jesus, pois poesia acalma nervos e faz bem à alma.
Hômi, agora eu fiquei de toda largura.
Obrigado!