ALEXANDRE GARCIA

O ministro Fernando Haddad, após reunião com a ministra Simone Tebet, em 13 de junho de 2024.

O ministro Fernando Haddad, após reunião com a ministra Simone Tebet, em 13 de junho

O desabafo de Fernando Haddad, há poucos dias em São Paulo, deixou a impressão de despedida. Queixou-se de que o Brasil é uma “encrenca” e “um país difícil de administrar”. E aí já parece uma catarse: “Às vezes, quem está em uma posição de poder não está fazendo a coisa certa pelo país. Isso é a coisa mais triste da vida pública: quem pode fazer a diferença nem sempre está pensando no interesse público. E devia estar, né? Porque está em posição de poder; porque é grande empresário ou político com mandato”. A quem estaria o ministro se referindo? Foi num evento do Instituto Conhecimento Liberta. Significativo, não?

Enquanto isso, Lula, mais uma vez, aplicava o mau exemplo de Pilatos. Referindo-se à “MP do fim do mundo”, que lhe foi devolvida, lavou as mãos: “A bola está nas mãos do Senado, e na mão (sic) dos empresários. O Haddad tentou, não aceitaram. Agora encontrem uma solução”. O presidente não pode esquecer que ele é o chefe do Executivo, responsável, portanto, pelo equilíbrio fiscal. Aliás, quem deu o chute inicial nessa bola foi ele mesmo, ao quase dobrar o número de ministérios, aumentando a despesa, e não demonstrando vontade em cortar o Estado gordo, pesado e lento. A solução que aparece é tributar.

Com isso, recebeu críticas de um pesado contribuinte de campanha, Rubens Ometto. O presidente da Confederação Nacional da Agricultura nem quer mais falar com Lula. E o presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Souza Costa, anunciou que agora vai elevar o tom porque um presidente sindicalista não está preocupado com o emprego atingido no estado. Queixou-se da morosidade, inércia e pouca efetividade do governo federal, que recebe mais impostos do estado em relação ao que retribui em serviços e apoio – e ainda tem um ministro lá só para cuidar dos assuntos do Rio Grande. O investimento estrangeiro em bolsa também demonstra desaprovação. Neste ano, foram retirados da B3 R$ 45 bilhões em investimento estrangeiro. Segundo fonte do J.P. Morgan, isso acontece porque o governo demonstra dificuldade em cumprir as metas fiscais.

Sucessivas medidas provisórias têm fracassado e ainda assim o presidente insiste. Agora uma delas beneficia os irmãos Batista, Joesley e Wesley, e foi anunciada poucos dias depois que eles estiveram no Planalto. A da desastrosa importação de 1 milhão de toneladas de arroz ainda está vigente; o fiasco não surtiu arrependimento. Não é a oposição que mais enfraquece o governo; é o próprio chefe de governo. Lula é política pura; a administração pública precisa de técnicos, especialistas em cada assunto, e não apenas intuição. Mas a intuição parece cansada, ou desatualizada, passada no tempo. As lideranças do governo e seus seguidores notam isso. O problema é que prejudica o país inteiro. Não é o país que é encrenca; é o governo que está encrencado.

2 pensou em “GOVERNO ENCRENCADO

  1. “Não é o país que é encrenca; é o governo que está encrencado.”
    Nada poderia ser mais objetivo na coluna que essa última frase.
    Dito isso, ponto final.

  2. O jornalista raiz,Alexandre Garcia,disse:

    Lula é política pura. A administração pública precisa de técnicos,especialsitas em cada assunto, e não apenas intuição. Mas a intuição parece cansada ou desatualizada.passada no tempo”.

    Aos fatos básicos:
    1) Lula usou da retórica inflamada desde sua origem como sindicalista em São Bernardo do Campo.
    2) Lula no alto de seu narcisismo patológico sempre dispensou a moral,a cultura,a intelectualidade e principalmente a espiritualidade.
    3) Como vaidade do defeito irreversível se vangloriou de nunca ter estudado nada.
    4) Lula se perdesse a língua no decorrer da sua jornada nefasta estaria inutilizado.
    5) A medida que envelheceu não se deu conta que o estilo rígido,inflexível e oportunista de se comunicar volatizou.
    6) Lula pretendia nos seus delírios de poder se tornar o Fidel Castro do século 21.
    PS-Por falar em Fidel Castro,o psicopata,assassino,genocida,qual a sua importância no mundo atual? Resposta honesta e realista: Nenhuma!
    O mesmo acontecerá com Lula.
    7) Lula sem as “forças do mal”, como o conluio dos “urubus de toga” do STF (Somos Todos Farsantes) e traidores da pátria, não teria conseguido esse retorno ao poder .
    PS2-Oportuno lembrar que a frouxidão do ator-farsante,Jair Bolsonaro,atuou como linha auxiliar para o retorno da quadrilha petista e de Lula ao poder.
    Além de ter “aberto a porteira” para que o STF com Alexandre Imoral na proa,instaurasse a ditadura da toga em franca expansão.
    8) Lula está no processo de autodestruição.
    9) Lula aos 79 anos está, em pouco tempo,para receber a “fatura” do destino pelos crimes que cometeu (e ainda comete),uma vez que,não entendeu o que lhe foi conferido como missão de vida.
    Lula e muitos outros lixos humanos precisam desencarnar o mais rápido possível.
    PS3-Essa “faxina” generalizada nas “forças do mal” que sempre impediram que o Brasil realizasse um verdadeiro projeto de nação,passa por um Estadista raiz,e não com a fraude humana e política de um Jair Bolsonaro.
    PS4-Os inteligentes entenderão o significado de “faxina generalizada”.

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