Há quem diga que Alexandre de (I)Moraes acorda todas as manhãs, não com o canto dos pássaros, mas com o aplauso imaginário que só ele escuta. Ele se olha no espelho, ajeita a careca reluzente como um símbolo solar da própria glória e sussurra: “A lei sou eu.” É a versão tropical de Luís XIV, só que sem Versalhes, sem música barroca e, convenhamos, sem a menor elegância.
Pois bem. Eis que, das entranhas do interior paulista, surge Limeira. Sim, Limeira! A cidade das laranjas e da coragem cívica decidiu algo que até mesmo alguns generais de pijama hesitam: dizer que o pequeno Napoleão de toga é persona non grata. Foi como jogar um balde de água fria num pavão inflado.
E a ironia histórica aqui é deliciosa: Alexandre, o homem que parece acreditar que pode reescrever a Constituição com a mesma leveza com que se troca um despacho por outro, agora precisa lidar com um título que nem seus fiéis cortesãos podem anular. Persona non grata. É a medalha de lata no peito de um imperador de bosta.
Claro que Limeira não vai mudar o destino do Brasil sozinha — o STF não vai desmoronar na manhã seguinte, e a Praça dos Três Poderes não vai virar estacionamento. Mas, como ensinou a História, basta um grão de areia para travar a engrenagem de um relógio suíço. E aqui, meu amigo, a engrenagem está cheia de areia, ferrugem e vaidade.
O gesto limeirense é mais que simbólico; é pedagógico. É o lembrete de que o Brasil não é um feudo e que togados não são divindades olímpicas — embora alguns se achem mais Zeus que o próprio Zeus. Que outras cidades sigam o exemplo, para que o “Rei Careca I” entenda que a coroa que ele ostenta é de papel crepom, e que a História não é generosa com quem confunde autoridade com autoritarismo.
Sim, senhoras e senhores, o autoproclamado semideus togado, o César de toga preta, viu-se alvo não de um tribunal submisso ou de jornalistas bajuladores, mas de um punhado de representantes locais que resolveram — pasmem — lembrar que o poder emana do povo e não de um gabinete acarpetado em Brasília.
O gesto, em si, não derruba estátuas, não abre as portas de nenhuma Bastilha moderna, e tampouco tranca o STF num armário de vassouras. Mas é uma faísca. E faíscas, como a História nos ensinou, quando caem sobre o feno seco da insatisfação popular, podem se transformar em incêndios políticos de proporções imensas.
O “imperador de bosta”, como o povo já sussurra nos botecos e redes sociais (fora do alcance da censura), é mestre em vestir-se de salvador enquanto rasga, com zelo quase artístico, o tecido mais delicado de uma nação: sua liberdade de expressão. Ele governa não pela força das ideias, mas pelo peso da caneta e o silêncio imposto pelo medo.
Mas, vejam só, até mesmo o mais arrogante dos monarcas precisa lidar com o desprezo público. E ser declarado persona non grata não é apenas um ato formal; é um recado: “Aqui, excelência, sua autoridade vale menos que nota de três reais.”
Se Limeira foi a primeira a ter coragem, que outras cidades sigam o exemplo. Talvez um dia, quem sabe, esse “rei” perceba que não há toga que esconda a podridão moral de quem se coloca acima das leis e da própria República.
E, que em outras cidades deste combalido país, esse mesmo exemplo brilhante seja seguido para extirparem da vida, este câncer maldito.
“O Pequeno Napoleão de Toga”
Há quem diga que Alexandre de (I)Moraes acorda todas as manhãs, não com o canto dos pássaros, mas com o aplauso imaginário que só ele escuta. Ele se olha no espelho, ajeita a careca reluzente como um símbolo solar da própria glória e sussurra: “A lei sou eu.” É a versão tropical de Luís XIV, só que sem Versalhes, sem música barroca e, convenhamos, sem a menor elegância.
Pois bem. Eis que, das entranhas do interior paulista, surge Limeira. Sim, Limeira! A cidade das laranjas e da coragem cívica decidiu algo que até mesmo alguns generais de pijama hesitam: dizer que o pequeno Napoleão de toga é persona non grata. Foi como jogar um balde de água fria num pavão inflado.
E a ironia histórica aqui é deliciosa: Alexandre, o homem que parece acreditar que pode reescrever a Constituição com a mesma leveza com que se troca um despacho por outro, agora precisa lidar com um título que nem seus fiéis cortesãos podem anular. Persona non grata. É a medalha de lata no peito de um imperador de bosta.
Claro que Limeira não vai mudar o destino do Brasil sozinha — o STF não vai desmoronar na manhã seguinte, e a Praça dos Três Poderes não vai virar estacionamento. Mas, como ensinou a História, basta um grão de areia para travar a engrenagem de um relógio suíço. E aqui, meu amigo, a engrenagem está cheia de areia, ferrugem e vaidade.
O gesto limeirense é mais que simbólico; é pedagógico. É o lembrete de que o Brasil não é um feudo e que togados não são divindades olímpicas — embora alguns se achem mais Zeus que o próprio Zeus. Que outras cidades sigam o exemplo, para que o “Rei Careca I” entenda que a coroa que ele ostenta é de papel crepom, e que a História não é generosa com quem confunde autoridade com autoritarismo.
Sim, senhoras e senhores, o autoproclamado semideus togado, o César de toga preta, viu-se alvo não de um tribunal submisso ou de jornalistas bajuladores, mas de um punhado de representantes locais que resolveram — pasmem — lembrar que o poder emana do povo e não de um gabinete acarpetado em Brasília.
O gesto, em si, não derruba estátuas, não abre as portas de nenhuma Bastilha moderna, e tampouco tranca o STF num armário de vassouras. Mas é uma faísca. E faíscas, como a História nos ensinou, quando caem sobre o feno seco da insatisfação popular, podem se transformar em incêndios políticos de proporções imensas.
O “imperador de bosta”, como o povo já sussurra nos botecos e redes sociais (fora do alcance da censura), é mestre em vestir-se de salvador enquanto rasga, com zelo quase artístico, o tecido mais delicado de uma nação: sua liberdade de expressão. Ele governa não pela força das ideias, mas pelo peso da caneta e o silêncio imposto pelo medo.
Mas, vejam só, até mesmo o mais arrogante dos monarcas precisa lidar com o desprezo público. E ser declarado persona non grata não é apenas um ato formal; é um recado: “Aqui, excelência, sua autoridade vale menos que nota de três reais.”
Se Limeira foi a primeira a ter coragem, que outras cidades sigam o exemplo. Talvez um dia, quem sabe, esse “rei” perceba que não há toga que esconda a podridão moral de quem se coloca acima das leis e da própria República.
Limeira acendeu a vela. Agora, é esperar o vento.