Nesses últimos dois anos eu venho tendo sustos sobre sustos, principalmente no uso das palavras da “Inculta e Bela”. Ao que me parece, levamos uma pancada no lobo parietal, e, de repente, as coisas deixaram de ter sentido, as palavras perderam seus significados, as pessoas perderam parâmetros, e a sociedade perdeu o seu rumo. No campo do comportamento eu já nem me meto mais, ainda mais quando vejo as ditas mulheres militantes da esquerda. É um bando de mulher feia, com o corpo todo fora de esquadro, sebentas, fedidas, encardidas e com uma maturidade mental menor que a de meu sobrinho de seis meses de idade. E, quando veem uma manifestação, a primeira coisa que fazem é tirar a roupa e botar o fiofó e a bacurinha para cima, a fim de todos verem. Perguntaram-me uma vez o motivo delas fazerem isso e eu disse que elas estavam arejando o cérebro. Não sei por que perdi a amizade dessa pessoa, depois dessa resposta.
Mas, no terreno do vocabulário a coisa perde o controle. Primeiro é a tal da fake news. Um estrangeirismo para a mentira. Isto é, para as pessoas aparecerem cultas, inteligentes e conectadas com o mundo, em vez de usar a palavra mentira, usam fake news, ou notícias falsas. Ora, se é falsa, não tem como ser notícia. O nome correto é mentira, ou fofoca, mas não notícias. Simples assim. Outro termo muito em voga, na atualidade é “genocida”. Por qualquer coisa se tira essa palavra de dentro do picuá de argumentos e lança-se na cara dos outros. Esse vocábulo, ou adjetivo, se preferirem serve como um ferrolho. Quando alguém usa esse adjetivo contra seu oponente, simplesmente está passando um ferrolho em qualquer tentativa de debate, ou argumentação. É a estratégia do ponto jogando xadrez: derruba as peças, espanta o oponente, caga em cima do tabuleiro e sai de peito estufado dizendo que venceu a partida.
Todavia, o que eu acho mais interessante é que as pessoas que usam esse vocábulo, principalmente para atacar o presidente de plantão, são as mesmas pessoas que defendem, com unhas e dentes, a chamada agricultura orgânica. E, então, algum gaiato pode me perguntar: o que afinal uma coisa tem a ver com outra, se são temas distintos? Uma ova que são distintos. São temas correlatos em que aqueles que a defendem, são, em sua essência protogenocidas, ou genocidas latentes. Mas, vamos por parte.
A moda da atualidade é usar o termo “orgânico” como se fosse uma panaceia para todos os males da sociedade. Eu fico com um sorriso cafajeste no canto do beiço quando alguém fala que tal produto é “orgânico”. Como eu tenho apreço pelas palavras, fico se me pensando: ora, todo produto cuja composição molecular possui carbono, é, em essência, orgânico. Mas ai alguém pode dizer: usa-se essa terminologia para diferenciar dos produtos à base de agrotóxicos. E outra besteira se forma: agrotóxico. Essa gente não sabe o que é um defensivo agrícola. Para eles tudo é “agrotóxico”.
Então, você pega artistas, músicos, apresentadores de televisão, que diariamente espinafram e acusam o presidente de genocídio, ao mesmo tempo em que defendem, de maneira ferrenha, a tal agricultura orgânica como meio de livrar o ambiente dos ditos “agrotóxicos” e melhorar a qualidade dos alimentos das pessoas. Lindo! Bom! E Belo.
Aqui na gloriosa Campo Grande/MS, até 2019 havia uma feira de produtos orgânicos que ocorria todas as quintas feiras a partir das 19 horas até as 23 horas em uma praça central. Certa vez, fui “bispar” essa feira e fazer algumas comparações. Havia maço de alface com folhas pequenas, custando nove reais, o quilo da batata orgânica custava vinte e três reais, cebolinha orgânica custando onze reais. Na comparação, no mercado aqui perto de casa, o quilo da batata cultivada pelo método tradicional custa três reais e cinquenta centavos, o maço da alface, daqueles parrudos sai por um real e cinquenta centavos, cenoura a dois reais, e por aí vai.
Aí eu se me pergunto: quem é o genocida mesmo? Façamos um exercício aqui. Suponhamos que a humanidade renuncie a agricultura atual e opte por produção orgânica. O primeiro impacto seria a necessidade de se multiplicar por cem a área destinada à agricultura, pois se perderia em produtividade para se ganhar em escala. Um estudo que eu li, sobre essa possibilidade dizia que seriam necessários uma área de duas vezes e meia a superfície do planeta Terra para poder produzir comida para toda a humanidade se ela optasse pela agricultura orgânica.
Então viria o problema do preço final do produto “orgânico”. Quem vocês acham que teria dinheiro suficiente para pagar 23 reais pelo quilo de batata? O rico, ou o pobre? Quem poderia dispor de recursos para ir a uma feira orgânica, comprar o necessário e deixar quase um salário mínimo lá, só com essas compras? O artista descolado, que ganha milhões por ano, ou o assalariado que come carne de terceira, duas vezes na semana, quando come, para não perder o gosto de como é uma proteína animal?
O resultado, segundo esse estudo – ele foi exposto pelo ativista conservador Bem Shapiro na Universidade da Califórnia em San Bernardino, em 2019 -, seria a morte por inanição de quase seis bilhões de pessoas em todo o planeta, pois não teriam recursos suficientes para comprar uma alimentação adequada e em quantidade suficiente. E isso, é relativo apenas à produção de vegetais, cereais e leguminosas. Quando se expande para a produção de proteína animal, a coisa fica muito mais absurda, a ponto de só os muito ricos – e aqui se inclui os artistas, os cantores, os músicos e os ditos “inlfuencers” que ganham muito na internet falando bobagem -, poderiam comer proteína animal.
E ainda assim, eu vejo como artistas, cantores, gente dita descolada e “consciente”, cuja preocupação com o planeta está acima do bem e do mal, prega a necessidade de banimento da agricultura atual, em prol da agricultura orgânica, pois ela traria benefícios às pessoas e ao planeta. Mas, nenhum deles para pensar nas consequências de seus atos e militância em prol do bom, do belo e do justo. Diante de todos esses dados cabe a pergunta…. quem é mesmo o genocida?
Caríssimo Genocida Roque,
Matas a milhares de esquerdistas de raiva. Os que não morrem, partem imediatamente para mostrar a bunda (vai que você se apaixona), pois não possuem argumentos possíveis para refutar seu texto.
E assim caminha a humanidade, atualmente tão carente de sinapses que a capacite para a argumentação, o contraditório ou o simples diálogo.
Como eu disse, caro Sancho… todas as vezes que eles tiram a roupa e mostram a bunda, estão, na verdade, arejando as ideias.
Meu caro Roque Nunes. Morei nestas bandas por aí, garanto vc não era nem nascido. Foi em 1980 a 1985.
As boas lembrancas ficaram. Um filho , o mais velho reside em Sinop, no Matogrosão.
Trabalhei na região sul do M. Grosso do Sul
em Dourados.
Sempre leio teus artigos.
Este de hoje, me tocou profissionalmente. Sou Neto, filho de produtor rural, também produtor (bovinos de corte no TOCANTINS , e iniciando uma pequena irrigação de mamona – Ricinus comunis – na micro região de Irecê BA, ) sou também Eng. Agrônomo.
Voltando ao teu artigo, concordo ipse literes com o que você escreveu.
Sempre que alguém, profissional da Área de Ciências Agrárias, produtor rural , consumidor, e na grande maioria estes Ecochatos e Biodegradáveis de plantão ataca de ” consumidor consciente ” mando na caixa dos peitos do ou da indigitado/ a ( para ficar na moda kk) que antes de ficar falando bubiça, vá consultar quem realmente entende do assunto , isto é, vá ler ” Agricultura, Fatos e Mitos ” escrito pelos Eng. Agrônomos Xico Graziano, Décio Luiz Gazzoni e Maria Thereza Pedroso.
Como este povo não gosta de ler coisa muito extensa , vou facilitar : vá direto ao Capítulo VI , página 155, Agricultura Orgânica .
Depois se quiser aprender um pouquinho mais, recomendo que veja quem são estes profissionais .
Se não for pedir muito, leiam a introdução onde um dos autores fala das tolices que ouve e lê, escrito e/ou falado por ” Otoridades” de plantão.
Espero que , se algum Çabiu se digne a ler, pois vai também ver que nem tudo que se usa na Agropecuária é Agrotóxico.
Continue a escrever meu caro.
Pesquise um pouco e nos brinde com um artigo sobre os grupos musicais que vem ( ou vinham) do Paraguai para cantar guarânias e outras milongas nos restaurantes , cafés e outros locais menos votados desta Bela Cidade Morena.
Abraços.
Caro Wellington.
Garanto.. entre 1980n e 1985 eu já era molecote taludo e sem vergonho… só tenho a cara de novinho, mas já estou chegando nos 50. Os ditos defensores do meio ambiente, xiitas e xaatos em seus discursos acreditam que leite cresce em gôndolas refrigeradas e legumes em bancas de feira. Mas honra-me muito ter um profissional da área, que entende do riscado do agro tecer elogios tão extensos a este velho escriba.
Ops onde se lê Biodegradáveis, leia BIODESAGRADÁVEIS, KK
Ptqp, não é que o Roque, como o vinho, está ficando melhor com o passar dos anos?. Um grande abraço professor, gostei demais da conta do seu artigo uai !
Grato pela gentileza Paulo. São apenas coisas desimportantes de um caeté com saudade da floresta.
Bom artigo . Um dia veremos grandes nomes das artes explicando como as vacas colocam o leite nas caixinhas e quais dão leite em pó. Quanto a palavra “genocida ” tem um video no Youtube onde um policial pede a um sujeito ( parece ser um prefeito )para tirar a faixa do carro com esta palavra. E lê para o dito cujo a infração e a pena. Quanto ao produto orgânico , quem sabe se seus consumidores estenderão a própria vida por pelo menos uns cem anos . Se não baterem o carrão importado antes e virarem mais um número no ( que também está na moda ) covid.
Queria eu, Joaquim, viver até essa data para ver esse milagre acontecer…
Roque, os afazeres me afastaram um pouco dos comentários e minha leitura tem sido naquele estilo de leitura dinâmica que o cabra lê e não entende porra nenhuma. Mas, somente agora parei pra ler seu artigo e vejo que ele está perfeito. Você desmontou com inteligência a imbecilidade. Abraços
Assuero.
São dois.. minhas participações, tanto na coluna, quanto no cabaré estão erráticas. São muitos eventos a participar… inclusive internacionais. No dia 21/06 estarei apresentando um trabalho em um congresso na Universidade de Salamanca. Pena que é apenas virtual, mas isso pontua, tanto meu currículo, quanto a qualidade do Programa na avaliação da CAPES. Então acabo lendo as colunas nesse estilo dinâmico também, e não entendo “xongas” do que foi escrito. No cabaré a mesma coisa. Tenho aulas que começam às 13 horas, param e voltam às 17 porque tem um pesquisador na Europa, no Canadá, ou mesmo nos Estados Unidos fazendo uma palestra e a gente é “convidado” a assistir. Mas tudo bem, passando a barafunda, volto a bater ponto no cabaré.