VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

A festa de Natal é uma das mais antigas do cristianismo. Sua comemoração vem desde o berço da Igreja no Ocidente. Segundo alguns autores, o Bispo Telésforo foi quem a estabeleceu, na era cristã. Até então, a festa do Natal era móvel, e tanto podia ser celebrada no mês de janeiro, como no mês de maio.

No século IV, Cirilo, Bispo de Jerusalém, dirigiu-se ao Papa Júlio I, pedindo-lhe que ordenasse a realização de uma consulta entre os homens doutos do Oriente e do Ocidente, para que se estabelecesse o verdadeiro dia do nascimento de Jesus. Consultados os teólogos, concordaram estes que o dia a ser designado seria 25 de Dezembro, a data exata do nascimento de Jesus Cristo, em Belém da Judéia.

Quando ocorreu o nascimento de Jesus, o rei Gaspar tinha 60 anos. Era natural da Arábia. O rei Baltasar tinha 40 anos, e tinha nascido em Sabá; e o rei Melchior, que era nascido em Tarsis, só tinha 20 anos.

Cada um deles compreendeu o aviso da estrela, embora se achassem em diferentes regiões. Iniciaram suas viagens através de estradas diferentes, vindo a encontrar-se nas proximidades de Belém.

Narram as Escrituras da Idade Média, que eles se reuniram novamente, 33 anos depois, diante do sepulcro de Jesus. Morreram na Cidade Santa (Jerusalém), onde mãos piedosas lhes deram sepulturas. Depois, seus restos mortais foram trasladados para diferentes cidades europeias.
A Noite de Natal é sagrada, para todos os lares. Noite de encanto e mistério para as crianças e seus pais.

No profundo silêncio da noite, quando tudo repousa na calma e bem-estar do sono, nas cabecinhas das crianças, surge a imagem do Menino Jesus, e, ao mesmo tempo, a de Papai Noel, que lhes sorri e lhes distribui os mais belos presentes. Antes de se deitarem, as crianças deixam os sapatinhos ao lado de suas camas, imaginando os presentes que irão receber.

Coitadas das crianças, filhas de pais pobres, que não tem condições de comprar comida, nem, muito menos, presentes de Papai Noel, para alimentar as ilusões de seus filhos!

Essa bonita lenda de Papai Noel, que na sua singela invenção, encerra um tesouro de afetos, que brotam dos corações dos pais, tem provocado muitas frustrações às crianças pobres.

Conta certo escritor que, quando tinha ele oito anos, na manhã do dia de Natal, depois de ter saltado da cama, apressadamente, ansioso para ver o que o Papai Noel lhe tinha posto no sapato, encontrou duas grossas moedas de pequeno valor. O seu desapontamento deixou-lhe uma grande marca na alma. Não entendia por que o Bom Velhinho, que distribuía bonitos presentes para os seus amigos, lhe dera um presente tão sem graça?

Rapidamente, veio-lhe o pressentimento de que o responsável por sua decepção fora seu pai, com o propósito de desiludi-lo da fé que tinha em Papai Noel. Com certeza, ele mesmo metera aquelas moedas grosseiras em seu sapato, satisfazendo, assim, seu próprio desejo de para encerrar, uma vez por todas, aquele sonho do filho.

Naquele momento, desapareceu da mente do menino a visão bonita que tinha de Papai Noel, dando lugar ao veneno da descrença e da revolta contra o Bom Velhinho e contra o próprio pai. Há marcas da infância, que ficam para sempre.

No Natal, em alguns países, as crianças costumam arranjar presépios, que foi o lugar onde nasceu Jesus, colocando-os numa paisagem que representa o país de Betheem, por cujos caminhos surgem os três Reis Magos, com incenso, ouro e mirra, em homenagem ao Menino Deus; pastores tocando flauta e uma multidão de homens e animais, como cavalos, cães e galinhas, que bebem num pequeno lago, figuras que dão vida à paisagem. O chão, coberto de musgo verde, aparece rodeado de montanhas nevadas (de farinha). Este é um costume que vem da Idade Média, e que se popularizou, através de São Francisco de Assis.

Em outros países, é costume se armar a árvore de Natal. Há regiões em que todas as famílias, sejam ricas ou pobres, arranjam o seu ramo de pinheiro e o enfeitam de brinquedos e luzes.

Escritores e poetas contam interessantes histórias sobre a origem desse costume. Falam das belas coisas que aparecem na gelada e na dura terra, na noite de Natal, da Rosa de Jericó, que se abriu debaixo dos pés da Virgem Maria e das árvores que se vestiram de linda folhagem e deliciosos frutos.

Nessas festas, reina, essencialmente, o espírito familiar, pois é NOITE DE NATAL e nasceu o Menino Jesus!

10 pensou em “FESTA DE NATAL

  1. NAS SEXTAS-FEIRAS DAS PÁGINAS DIGITAIS DO JBF COMANDADO PELO PAPA DA PACIÊNCIA, LUIZ BERTO, QUANDO SE LÊ OS TEXTOS ENXUTOS DA COLUNISTA PIMENTEL, ALCANÇAMOS A NOTA OU O GRAU 10 DE SATISFAÇÃO.. ALIÁS, SEXTA-FEIRA É UMA PALAVRA COMPOSTA DE 10 LETRAS

    P.S.: – Sexta-feira é um dos dias úteis mais amados da semana Talvez porque antecede o final de semana e por significar que você está próximo(a) do descanso tão merecido!!! Mas, o que realmente importa é que na sexta-feira os fubânicos parecem mais felizes e de bom humor. Quem sabe não esteja presente a boa aura da coluna CENAS DO CAMINHO, quem sabe?!?!?!

    • Corrigindo: “………. satisfazendo, assim, seu próprio desejo de (XparaX) encerrar, uma vez por todas, aquele sonho do filho.”

      Agradeço o seu generoso comentário, querido colunista Altamir Pinheiro!.
      Suas palavras, oriundas de um escritor de alto nível como você, me deixaram emocionada e ao mesmo tempo, envaidecida.

      Desejo a você e sua família, um Ano Novo cheio de Ventura, Saúde e Paz, E que a sua divina inspiração se fortaleça cada vez mais, para que continue nos brindando com crônicas belíssimas, que focalizam os grandes filmes que marcaram época na vida dos cinéfilos..
      .
      Separei, para rever, neste fim de semana:
      “O JULGAMENTO DE NUREMBERG”; “LADRÃO DE CASACA”; “ERA UMA VEZ NO OESTE”; “MATAR OU MORRER”; “O SOL É PARA TODOS”, e, para relaxar, “QUANTO MAIS QUENTE MELHOR”.

      Grande abraço e um feliz fim de semana!

      • E BOTA BOM GOSTO NISSO!!! Quanto mais Quente Melhor, talvez seja a melhor interpretação da bonita Marilyn Montoe: quanto à Era Uma Vez no Oeste é motivo de satisfação rever a lindeza da divina e maravilhosa Claudia Cardinale: E o que dizer de Gary Cooper um dos homens mais bonito e elegante do Oeste que desempenha um corajoso papel ao lado da magnífica Gracie Kelly; No quesito estupidez humana o excelente filme O Julgamento de Nuremberg nos retrata o quanto à humanidade extravasa o seu egocentrismo: O Sol é Para Todos e Ladrão de Casaca complementam um final de ano de pessoas que se ocupam em coisas de bom gosto, parabéns!!!

    • Obrigada, estimado colunista Jesus de Ritinha, grande poeta, em versos e prosa!

      Um Ano Novo cheio de Ventura, Saúde e Paz, extensivo aos seus familiares!

      Grande abraço e um feliz fim de semana!

  2. Por Jesuses (o IMENSO de Nazaré e o MIÚDO gigantesco poeta do Seridó),
    Já que o momento é propício a DESEJOS, deseja Sancho que jamais a INSPIRAÇÃO para nos maravilhar, com textos tão gostosos como o de hoje, FALTE à lavra profícua da musa fubânica, a genial Violante, que brilha nas páginas fubânicas com a mesma intensidade do SOL do maravilhoso Nordeste.

    Ouso repetir o PS do esplêndido Altamir:

    P.S.: – Sexta-feira é um dos dias úteis mais amados da semana Talvez porque antecede o final de semana e por significar que você está próximo(a) do descanso tão merecido!!! Mas, o que realmente importa é que na sexta-feira os fubânicos parecem mais felizes e de bom humor. Quem sabe não esteja presente a boa aura da coluna CENAS DO CAMINHO, quem sabe?!?!?!

    • Obrigada pelo comentário gentil e carinhoso, querido colunista Sancho Pança!
      Você me emocionou com suas palavras.
      Eu também o admiro muito. Sua forma inteligente e encantadora de escrever, nos mostra o gênio que você é! Além de ser um grande escritor, você tem em si a delicadeza no trato com os colegas do JBF, uma virtude admirável e louvável.

      Que o Novo Ano seja para você e seus familiares, cheio de Ventura, Saúde e Paz, e que lhe traga muitas realizações!

      Grande abraço, e um excelente fim de semana, querido amigo!

  3. Violante,

    Parabéns pela belíssima crônica sobre o Natal. Você tem uma facilidade extraordinária de prender a atenção do leitor com descrição minuciosa dos fatos. Compartilho um poema de Aldemar Buarque de Paiva (1925- 2014), poeta, cordelista, radialista, jornalista, compositor, produtor artístico e publicitário brasileiro sobre o tema PAPAI NOEL:

    EU NÃO GOSTO DE VOCÊ PAPAI NOEL!…

    Eu não gosto de você, Papai Noel!
    Também não gosto desse seu papel
    de vender ilusões à burguesia.
    Se os garotos humildes da cidade
    soubessem do seu ódio à humildade,
    jogavam pedra nessa fantasia.

    Você talvez nem se recorde mais.
    Cresci depressa, me tornei rapaz,
    sem esquecer, no entanto, o que passou.
    Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente
    e a noite inteira eu esperei, contente.
    Chegou o sol e você não chegou.

    Dias depois, meu pobre pai, cansado,
    trouxe um trenzinho feio, empoeirado,
    que me entregou com certa excitação.
    Fechou os olhos e balbuciou:
    “É pra você, Papai Noel mandou”.
    E se esquivou, contendo a emoção.

    Alegre e inocente nesse caso,
    eu pensei que meu bilhete com atraso,
    chegara às suas mãos, no fim do mês.
    Limpei o trem, dei corda,
    ele partiu dando muitas voltas,
    meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez.

    O resto eu só pude compreender quando cresci
    e comecei a ver todas as coisas com realidade.
    Meu pai chegou um dia e disse, a seco:
    “Onde é que está aquele seu brinquedo?
    Eu vou trocar por outro, na cidade”.

    Dei-lhe o trenzinho, quase a soluçar
    e como quem não quer abandonar
    um mimo que nos deu, quem nos quer bem,
    disse medroso: “O senhor vai trocar ele?
    Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele.
    E por favor, não vá levar meu trem”.

    Meu pai calou-se e pelo rosto veio
    descendo um pranto que, eu ainda creio,
    tanto e tão santo, só Jesus chorou!
    Bateu a porta com muito ruído,
    mamãe gritou ele não deu ouvidos,
    saiu correndo e nunca mais voltou.

    Você, Papai Noel, me transformou num homem
    que a infância arruinou, sem pai e sem brinquedos.
    Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre
    para a riqueza do menino pobre
    que sonha o ano inteiro com o Natal.

    Meu pobre pai doente, mal vestido,
    para não me ver assim desiludido,
    comprou por qualquer preço uma ilusão,
    e num gesto nobre, humano e decisivo,
    foi longe pra trazer-me um lenitivo,
    roubando o trem do filho do patrão.

    Pensei que viajara,
    no entanto depois de grande,
    minha mãe, em prantos,
    contou-me que fôra preso
    e como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia.
    Foi definhando, até que Deus, um dia,
    entrou na cela e o libertou pro céu.

    Desejo um final de semana pleno de paz, saúde e harmonia

    Aristeu

  4. Obrigada, prezado Aristeu, pela gentileza do comentário elogioso, e por compartilhar comigo esse belo e emocionante poema, “EU NÃO GOSTO DE VOCÊ PAPAI NOEL!.” Gostei imensamente!

    Desejo a você e seus familiares, um Ano Novo repleto de felicidade, com muita Saúde, Amor e Paz! E também muitas realizações, e inspiração, para nos brindar sempre com sua maravilhosa Coluna, “CULTURA POPULAR”!

    Grande abraço e um ótimo fim de semana!

    Violante

  5. Obrigada, prezado Aristeu, pela gentileza do comentário elogioso, e por compartilhar comigo esse belo e emocionante poema, “EU NÃO GOSTO DE VOCÊ PAPAI NOEL!.” Gostei imensamente.

    Desejo a você e seus familiares, um Ano Novo repleto de felicidade, com muita Saúde, Amor e Paz! E também muitas realizações, e inspiração, para nos brindar sempre com sua maravilhosa Coluna

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