XICO COM X, BIZERRA COM I

Com a luxuosa ilustração de Thiago Lucas, esse sim, um gênio do Jornal do Commercio de Recife

A moda agora é discutir o progresso tecnológico com o advento do chat GPT 4.0, ‘gênio’ da criatividade literária, poética, fotográfica, científica e até musical. Basta que lhe sejam oferecidas algumas informações e o tal do chat desenvolverá teses científicas, escreverá crônicas e novelas, fará poesia e comporá músicas. A um simples toque. Talvez ultrapassado, preocupo-me muito mais com o retrocesso da inteligência natural do que com o avanço da inteligência artificial.

E OS ABRAÇOS?

Com a máquina assumindo nosso lugar acabar-se-ão os abraços, os afagos, os carinhos? Deus me defenda de receber um cafuné de um note book ou um beijo de um computador. Lembro do meu tempo de menino, rapazola, recorrendo ao Caldas Aulete e à Enciclopédia Britânica para fazer tarefas escolares. Hoje não, tudo está à mão, sobre a mesa, numa tela feia e fria. Sem contar as centenas de ‘influenciadores’ inventados pela grande mídia das redes sociais. No tempo do eu menino meus grandes influenciadores eram meu pai e meu avô, que me davam exemplos de correção na vida.

SUBMUNDO DO BBB

Hoje, qualquer Gil do Vigor ou Juliette, saídos do submundo de um tal de BBB, escrevendo saudade com cê cedilha, faturam milhões às custas de outros tão inúteis quanto eles, uns um pouco mais idiotas, outros um pouco mais imbecis. Modestamente, vou seguir escrevendo minhas besteiragens, fazendo poesia e música sem recorrer ao Satanás virtual que se achegou, certo de que continuarei Poeta, o que esse GPT jamais será: no máximo, fará ‘poesia’, sem o sentimento humano, sem coração, sem a ternura e a bem-querença que os parafusos e chips desconhecem. Será sempre apenas uma máquina. Sabida, talvez, insensível, com certeza.

4 pensou em “FAZER POESIA NÃO É SER POETA ou ESSE TAL DE GPT

  1. Caro Xico, o mundo evolui tecnologicamente, quer nós queiramos ou não.

    Mesmo com todos os defeitos, eu ainda prefiro o mundo atual, onde se vive mais, se tem mais informações sobre a realidade e se pode progredir estudando para as novas profissões que estão aparecendo.

    Quando surgiu a TV, falavam que o rádio estaria acabado, que a internet acabaria com a TV. Nada disso ocorreu.

    Muitas profissões que antes eram bem remuneradas acabaram. Datilógrafos, operadores de fax, telex, telefonistas, dentre outras, não existem mais.

    O amor é um sentimento exclusivo da espécie humana. Apesar de tudo, não vai acabar.

    Quanto às subcelebridades que ganham dinheiro às custas de descerebrados que os assistem, isto é mais um reflexo da falta de cultura do povo.

    O mundo evolui, caro Xico e temos que estar preparados para estas transformações.

  2. Me caro João Francisco, submeto-me aos avanços tecnológicos não obstante minha aversão aos parafusos e chips sem alma, coração e sentimento. Isso acelera o descerebramento coletivo que se manifesta nas nulidades representadas pelos ‘influencers’ que proliferam. Penso assim.

  3. Meu caríssimo Padre José Paulo, minha aversão às máquinas, parafusos e chipes sem sentimento tornam-me meio amargo. Vou desculpar-me com todos os chips por minha resistência às ‘modernagens’ muito sabidas mas que nunca ocuparão uma cadeira na ABL.

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