Discutir, debater e argumentar são sinônimos. Estão relacionados com a arte da Retórica, que para os antigos gregos era um dos campos básicos do conhecimento, ao lado da música, da gramática e da lógica.
Uma consequência inevitável de qualquer debate produtivo é a exclusão ou discriminação: Um debate busca atingir um conhecimento comparando várias idéias, ou teorias, ou teses. O processo do debate vai descartando, isto é, excluindo, as idéias que não funcionam ou não contribuem para a solução daquilo que está sendo discutido.
É um processo óbvio e instintivo para qualquer pessoa. Quem escolhe comer uma maçã está excluindo as bananas, as pêras e as ameixas. Quem pega um livro na estante está excluindo todos os outros livros da estante.
Por que então no mundo de hoje palavras como exclusão ou discriminação são consideradas palavrões, coisas horríveis e nojentas que toda pessoa deve fazer força para evitar?
Porque são consequências do pensamento e da liberdade, e estas são as coisas que certas pessoas consideram realmente ofensivas. Ao decretar que excluir é feio, estas pessoas automaticamente tornam feio o ato de escolher. Ao impedir o ato de escolher, elas retiram das demais pessoas a liberdade de pensar por si próprias.
E como estas mesmas pessoas mantêm seu direito (monopólio) de pensar, decidir e excluir? Decretando que a única exceção possível é “excluir a exclusão”, como na famosa expressão “não podemos tolerar a intolerância”. Ao dizer que o outro errou primeiro, ela se isenta de culpa ao cometer o mesmo erro.
Moral da história: Quem controla as palavras, controla o pensamento.