MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

Recentemente o Fundo Monetário Internacional, aquele famigerado FMI que vinha “atacar a soberania nacional”, divulgou uma relação da taxa de crescimento econômico de 20 países, nos últimos 10 anos, dentre eles nosso estimado Brasil varonil, esse “gigante deitado eternamente em berço esplêndido”. Bastaria dizer que o Brasil só cresceu mais do que o Japão, ou seja, nesse ranking estamos em 19º lugar, mas as pessoas poderão dizer: “estamos melhor do que o Japão!”.

Em termos de variação percentual, o país de maior crescimento econômico, 77%, é Índia, cujo PIB passou de US$ 2,4 trilhões, em 2015, para US$ 4,3 trilhões em 2024. O PIB chinês passou de US$ 11,2 trilhões para US$ 19,5 trilhões, no mesmo período. Caber ressaltar duas coisas: a primeira é que o crescimento do mundo foi 35%, isto é, 2,2 vezes menor do que o PIB da Índia. A segunda questão é a taxa de crescimento médio desses 20 países foi 26,28% e somente 5 países (Índia, China, Turquia, Indonésia e Coreia do Sul) tiveram taxa de crescimento superior à média.

Dentre os países com crescimento abaixo da média, você encontra algumas economias sólidas como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, dentre outros. A taxa de crescimento do Brasil, numa década, foi 8%, ou seja, 3,35 menor que a taxa média desses 20 países e 4,38 vezes menor do a taxa de crescimento do mundo. Não há dúvidas de que a pandemia afetou todos as economias, mas não podemos deixar de avaliar que estamos tratando de um período 5 anos da pandemia, portanto, não podemos apoiar nossa defesa, apenas, sobre a pandemia.

Os fatores que afetaram o Brasil vão para além do que aconteceu com o mundo. Em 2008, não custa lembrar, tivemos uma crise intensa provocada pelo desequilíbrio no mercado imobiliário americano. Foi uma coisa mais ou menos parecida com aquilo que aconteceu com as Lojas Americanas. Em 2008, o presidente de plantão incentivou às pessoas ao consumo alegando que a maré econômica não passava de uma marolinha. Deu no que deu. O crescimento econômico do Brasil começou a despencar até chegar a menos 3,5% em 2015. Em meio às incertezas geradas pela crise prime, como ficou conhecida, o Brasil viveu uma crise política que culminou com o impechment daquela presidenta – esqueci o nome dela – então, o crescimento se achatou mais ainda.

No momento atual, embora os indicadores apontem para crescimento econômico, baixo desemprego etc. o que promete chegar por aí vai abalar os fundamentos econômicos. Primeiro, as autoridades constituídas, incluindo a autoridade monetária e o secretário do tesouro nacional, falam sobre desaceleração da economia, ou seja, vamos botar o pé no freio ou puxar as rédeas para equacionar essa ideia do pleno emprego. Em adição, cresce a quantidade de pedidos de recuperação judicial e a quantidade de solicitação do seguro-desemprego que a atingiu o patamar de 7,44 milhões, em 2025.

As contas não batem e o governo deve encaminhar para o congresso, no próximo dia 18/03, a proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000,00. Eu tenho medo de falar sobre isso, porque não há clareza na forma de compensar essa renúncia fiscal, diga-se, de passagem, fato que pode agravar ainda mais o déficit público.

Enquanto o Brasil não cresce, outras medidas são tomadas para fortalecer o estado democrático de direito e você nem percebe. O método de desviar a atenção de casos assombrosos e focar aquilo que agrada a mídia, está em pleno vapor, principalmente, quando se tem aparelhado os organismos judiciais nomeando, por exemplo, o advogado de defesa do presidente como ministro da suprema corte. No fundo, ninguém está interessado em corrigir e o país só estará livre quando tiver pessoas honradas ocupando as cadeiras da câmara dos deputados e também no senado. Aguardem o que vem por aí.

2 pensou em “ENQUANTO O BRASIL NÃO CRESCE

  1. Bom dia meu caro Assuero, o brasileiro de bem creio seja a maioria, pra o senado como são votos diretos, podemos colocar pessoas com um histórico que esperemos, seja confiável e honre nossas expectativas, quanto a câmara, tem uns jabutis no meio do caminho que aparecem na cena, sem sabermos que faziam parte do pleito. E tem mais, caso o senado com um grupo selecto e honrado resolva usar nossa desrespeitada constituição, os senhores que aqui no Brasil tudo podem, como reagirão? Oremos meu caro amigo!

  2. Meu nobre amigo. Essa semana eu recebi um pedido de divulgação de um protesto virtual, feito por um professor esquerdista, contra os privilégios do legislativo e do judiciário. Eu respondi dizendo que iria repassar porque o texto mostrava o descalabro que isso significa, mas acrescentei que pouco efeito teria, inclusive citando a normativa aprovada por Alcolumbre no dia 28/02/2025 que dá mais privilégios aos técnicos do senado. Isso é Brasil

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