Hoje, começo com uma pergunta de uma ouvinte que me acompanha no meu canal do YouTube: a Jaqueline. Ela reclama, dizendo o seguinte: “Olha, você toda hora fala do poder do povo, que o povo é a origem do poder, que isso está na Constituição. Em uma democracia, o povo é a origem do poder e exerce esse poder por meio de seus representantes eleitos.”
Aí ela pergunta: será que os representantes eleitos — deputados, senadores, vereadores — estão realmente representando o seu povo, seus eleitores, seus estados, seus municípios? É uma pergunta muito boa. Ou será que eles estão obedecendo aos partidos? Eu acrescento: aos financiadores de campanha. Estão a serviço de si próprios, de suas famílias, dos amigos que têm empresas? Ou estão realmente representando, conseguindo sentir as aspirações de seu povo, de seus eleitores?
Bom, eu respondo para a Jaqueline o seguinte: em primeiro lugar, para que isso aconteça, teria que haver voto distrital. Cada representante deveria representar o seu distrito, para ser reconhecido na rua, para ser cobrado de perto. Voto distrital.
Segundo, eu acho que as redes sociais ajudam, porque está mais fácil cobrar do representante. O representado pode dizer: “Isso não foi o que você prometeu na campanha. Não voto mais em você. Você não está a serviço do povo; está a serviço do seu partido ou de algum grupo econômico.”
Por outro lado, acho que a censura estraga tudo isso. A censura quer manter pouquíssimas fontes de informação, que entregam apenas aquilo que acham que o povo deve receber — e não aquilo outro —, e, ao mesmo tempo, quer calar aqueles que discordam das autoridades. A autoridade é um prestador de serviço, vive dos impostos da nação, mas tem que prestar serviços. É assim que funciona.
Jaqueline, obrigado pela participação.
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Assistência sob suspeita
Tem outra coisa aqui: descobriu-se agora que o Ministério do Trabalho pagou, três dias depois de assinar um convênio, R$ 15,8 milhões — quase R$ 16 milhões — para uma ONG chamada Unisol Brasil, lá do ABC Paulista, ligada a um sindicato, que é ligado ao PT, para tirar lixo lá em Roraima, no território Yanomami. E qual é o lixo no território Yanomami? Há cestas básicas que foram entregues lá e que geram embalagens plásticas — deve ser isso.
Gente, eu estive olhando: dá mais de 3.500 quilômetros de distância. Vocês não acham que seria muito mais fácil ensinar os indígenas a reciclar o plástico? Ou, sei lá, enterrar, ou vender para quem quer reciclar, e não deixar jogado lá? Aliás, eles viviam de quê antes? Antes de aparecerem os doadores, viviam do que encontravam na natureza.
O interessante é que vi aqui, na notícia, o tamanho da reserva: equivale à soma do Espírito Santo com o Rio de Janeiro, onde vivem 21 milhões de brasileiros. Segundo amigos que circulam por lá, em toda a área vivem 7 mil indivíduos. Ou seja, para alcançar os 21 milhões, seria necessário multiplicar 7 mil por 3 mil. É incrível.
E esse dinheiro, claro, é o seu dinheiro — vem do imposto que você paga.
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IOF sob pressão
Aliás, falando em imposto, o Ministério da Fazenda, sem rumo, agora está dizendo que, se encontrarem alternativa, vão cancelar tudo do IOF. O Brasil inteiro está contra — desde a Fiesp até a menor associação comercial. E, com isso, os congressistas se mobilizam para fazer um decreto legislativo que derrube o decreto de Lula.