Passado o primeiro turno das eleições municipais, os resultados indicaram que partidos de esquerda, dentre os quais PT, PSDB e PDT, saíram das eleições menores do que entraram. Os casos do PDT e do PSDB parecem mais emblemáticos, visto que Ciro Gomes sofreu uma derrota acachapante no Ceará, não elegendo quase ninguém que apoiou, principalmente, em Fortaleza. De modo igual, o PSDB e a forma desses partidos continuarem existindo é através da federalização, isto é, um artifício usado para driblar a lei, pois o partido sem representatividade sai de cena.
O PSDB era o partido de esquerda com maior representatividade. Comandou o estado de São Paulo batendo, por ano, no PT que nunca chegou a governar o estado, para o bem dos paulistanos. O MDB, tinha raízes quadro fortes, chamado “históricos” como Pedro Simon, mas depois absorveu algumas indignidades como José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e tornou-se um partido bissexual, ou seja, politicamente dividido com uma ala fazendo oposição e outra participando do governo fosse ele qual fosse.
O PSDB era aristocrático e Fernando Henrique Cardoso foi eleito e reeleito com facilidade para presidência da república. Nitidamente, politicamente, superior ao PT que era extremista e causava temor a organizações como o Fiesp (não custa lembrar que quando Lula se candidatou em 1989, Mário Amanto, então presidente da Fiesp, declarou que se ele fosse eleito, 800 mil empresários sairiam do Brasil). A briga pelo poder era entre PT e PSDB, visto que os outros partidos de esquerda (PDT, PCB, PCdoB etc.) nunca tiveram capacidade de arregimentar eleitores. O PDT vive das cinzas de Leonel Brizola que brigou contra o PTB de Ivete Vargas pelo legado de Getúlio Vargas (briga judicial, com vitória de Leonel Brizola).
Ciro Gomes se candidatou à presidência em três ocasiões e seu melhor resultado, salvo engano, foi 12% dos votos. Ele não entendeu que o Brasil não o quer como presidente e atualmente pode ser visto nas lives da vida pregando bobagem. Um mero canalha que chegou a beijar a mão de Antônio Carlos Magalhães. Hoje, critica o governo tendo, particularmente, votado no presidente atual. Na ausência de capacidade empresarial para trabalhar, continua ganhando dinheiro do PDT para não fazer nada. Dinheiro público, vindo do fundo partidário. Essa vergonha precisa acabar. A saída para o PDT é se juntar, em federação, com o PSDB e o Solidariedade.
No caso do PT, ao que se viu até agora, nenhuma prefeitura em capitais, embora esteja no segundo turno em quatro delas, todas no Nordeste. Duas prefeituras em cidades grandes lá em Minas Gerais e o resto das prefeituras são interioranas, sem muito expressividade no cenário político. Perdeu a prefeitura de Araraquara, não teve um bom desempenho no ABC paulista e tem, em São Paulo, a esperança de ter um aliado extremamente mais radical, o PSOL, na prefeitura. Se Pablo Marçal tivesse sido mais objetivo nos debates e não se pegasse a babaquice (pesquisas mostram que os indecisos deixaram de votar em Marçal por conta daquele laudo falso), o segundo turno paulista poderia ter alijado Boulos da disputa.
Acho que cabe relembrar um fato ocorrido aqui em Pernambuco nos idos de 1980. Jarbas Vasconcelos era o candidato preferido de Arraes para prefeitura do Recife, ambos no PMDB. Ocorre que o partido tinha interesse em lançar Sérgio Murilo e Jarbas sairia derrotada na convenção. Arraes o filiou ao PSB e Jarbas concorreu por esse partido. Faltando dois dias para acabar a propaganda eleitoral, o programa do PSB massacrou Sérgio Murilo acusando de ter cometido um assassinato. De fato, Sérgio se envolveu num problema dessa natureza, no entanto, ficou comprovado que foi por legítima defesa. A viúva do cara que morreu, declarou que foi legítima defesa, mas o povo não deu a mínima importância e Jarbas Vasconcelos foi eleito.
Voltando à questão do primeiro turno, é preciso verificar se essa derrocada da esquerda representa o início da conscientização da população. Eu acho que pode haver um ingrediente de simpatia com os candidatos, ou seja, lançam um candidato que não é opção da maioria. Lula foi vaiado aqui em Pernambuco porque não abraçou a candidatura de Marília Arraes e ela saiu do PT para concorrer pelo Solidariedade.
Sobre o PSB, partido do vice-presidente que dizia que Lula queria voltar à cena do crime, foi eleito, com folga, o candidato do Recife que colocou como vice uma figura controlável pela família Campos. Lula insistiu para que o vice fosse do PT por motivos óbvios: daqui a dois anos João Campos vai se candidatar a governador de Pernambuco e com isso o PT assumiria uma prefeitura estratégica.
Diante de tudo isso, a única certeza que me resta é que o presidente atual continua centralizando as decisões de esquerda nesse país e quando ele morrer, dificilmente o PT existirá porque não ninguém com capacidade de agregar votos. Basta ver o seguinte: o PT foi reconhecido com partido em 1980, mas só chegou ao poder 22 anos depois. Esse foi, de fato, o tempo necessário para o partido se organizar, mudar a cara de reacionário, se aproximar do mercado, dos empresários etc. Quando o presidente atual morrer, qualquer outro nome do partido vai precisar de 20 anos para ser reconhecido no cenário nacional.
Meu caro Assuero, infelizmente o capiroto não quer essa criatura ao lado dele, por isso a sobrevivência desse partido. Fiz parte de sindicato na minha juventude, pense o tempo perdido.
Meu bom Professor Maurício Assuero, parabéns pelo excelente texto. E sua memória política referente a política pernambucana.
Ilustre Valter, abraço forte. Que honra que me já dão sua passagem por aqui. abraços
Quase morri de rir com a recusa do capiroto. Eu nunca fui filiado, mas frequentei reuniões de dois sindicatos bastante fortes: dos bancários e dos professores. Tinha colegas que eram ligados ao sindicato, até me convidavam para participar, mas eu nunca gostei de extremismo e havia muito disso.
Verdade, além de muita roubalheira, comentei com meu pai na época e ele foi duro comigo, falou que quem com porco se mistura, no mínimo farelo comia, que pulasse fora do barco o quanto antes, e o fiz.
Minha disse algo parecido. Não queria que eu me envolvesse com “esse pessoal” que pregava o comunismo. Mas, parece o jovem tem essa natureza de afrontar os pais e depois procurá-los quando quebra a cara.
No RN o MDB é apenas um puxadinho do PT.
O velho senador Garibaldi Alves, em quem votei (argh!) a vida toda, baixou literalmente as calças para Lula & CIA.
Seu filho, Walter Alves, não teve vergonha do que o pai fez e, em nome de continuar mamando, baixou as suas também.
Aliás, o mal que eu não enxergava nos Alves: têm a boca ávida pelo poder.
Esse MDB é a parte governista: está no poder seja quem for o presidente. É poeta… a gente se lasca com certas escolhas…
Meu caro Assuero, você está cada vez mais parecido com Policarpo Quaresma… um sonhador. Nesse mundo da política é cachorro cheirando rabo de cachorro, porco se espojando na mesma lama que outros porcos. Os que estão aí, dizendo que estão brigando pelo povo, são todos mentirosos. Se fossem verdadeiros, a primeira coisa que proporiam seria o fim dessa pouca vergonha chamado de fundo eleitoral e fundo partidário. Que cada partido vivesse da doação de seus filiados e fossem sustentados pelos seus simpatizantes. Pindorama já era, agora só esperar o juízo final. Achar que a esquerda asquerosa vai sumir é ser otimista demais. Esses satanazes tem artimanhas e gatimanhas que os encrustam ao poder de maneira perene. É a besta do apocalipse que levou uma ferida mortal na cabeça, mas foi curada. O esuerdismo e o PT é o “Thereon” que João fala, no Apocalipse que surgiu do mar e veio para destruir. E, em se tratando de política, todos esses partidos que você citou são as cabeças e os diademas dessa besta feroz.
Eu também concordo nobre Dr. Roque Grande! A proposta de acabar com os fundos é excelente e traria uma realidade simples: os partidos políticos acabariam porque ninguém, em sã consciência, está disposto a contribuir com partido político, exceto de forma compulsória como o dízimo cobrado pelo PT. Todo mundo que tem cargo, entrega 10% ao partido. Veja que a candidata a prefeita de Curitiba, Cristina Graeml, prestou contas de R$ 6 mil de gastos e essa grana veio de simpatizantes. No passado eu fiz uma pesquisa – acabei não publicando – onde avaliava o patrimônio dos candidatos, número de votos etc. Tinha candidato com patrimônio de R$ 123 milhões e recebendo dinheiro público
O “ladrão-mor” e esse “partido das trevas”. Coincidentemente, passaram a ganhar eleições à partir do surgimento das “caixinhas mágicas”.
O Gen. Figueiredo (Presidente à época) proferiu: “Vocês querem, então vou reconhecer “esse” sindicato como Partido (PT). Mas não esqueçam que um dia “esse” partido chegará ao poder e lá estando, tudo fará para instituir o COMUNISMO. Nesse dia, vocês vão querer tirá-los de lá. E para tirá-los de lá, será a custa de muito SANGUE BRASILEIRO”.
O quê será que ele diria, se vivo fosse, nesses dias sombrios de hoje?
LCF, acho que não diria nada. A liberdade de expressão é medida relativa.
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