Se houvesse ainda talismã bendito
que desse ao pântano – a corrente pura,
musgo – ao rochedo, festa – à sepultura,
das águias negras – harmonia ao grito…
Se alguém pudesse ao infeliz precito
dar lugar no banquete da ventura…
E trocar-lhe o velar da insônia escura
no poema dos beijos — infinito…
Certo… serias tu, donzela casta,
quem me tomasse em meio do Calvário
a cruz de angústia que o meu ser arrasta!…
Mas se tudo recusa-me o fadário,
na hora de expirar, ó Dulce, basta
morrer beijando a cruz de teu rosário!…
Antônio Frederico de Castro Alves, Bahia (1847-1871)