RODRIGO CONSTANTINO

“Vossa excelência fala em direito de criticar. Direito de criticar eu acho que tem. Direito de vaiar tem. Direito de aplaudir nós também temos. Direito de xingar, e aí eu falo de cátedra, porque mais xingada do que nós somos, e nós mulheres não passamos por discurso de ódio, como eu tenho insistido, é discurso de ‘ódia’, contra nós é misógino, sexista, desmoralizante, detona, a gente passa a exercer uma autocensura como nós vimos nas eleições”.

Essa não foi uma fala de Erika Hilton para levantar uma cortina de fumaça sobre maquiadores contratados como assessores e reembolso do estado para cirurgia de nariz. Essa fala não foi de uma candidata a presidente da UNE tentando lacrar perante uma patota comunista. Essa fala foi da ministra Cármen Lúcia, adorada pela velha imprensa, que resolveu acender velas wokes para lacrar com a militância.

A jornalista Fernanda Salles resumiu bem: “Quando a maioria perceber que as instituições foram aparelhadas por militantes alinhados ao PSOL, será tarde demais”. Talvez já seja tarde demais em muitos aspectos. Afinal, a ministra em questão, nunca é demais lembrar, votou pela censura suprema, mesmo bancando a defensora da liberdade. É censura sim, vedada pela Constituição, teve de admitir, mas até “segunda-feira” tudo bem…

Bárbara, do canal TeAtualizei, refrescou a memória da ministra com alguns casos recentes. “Eu vivo muito preocupada, eu diria quase aterrorizada com a questão da censura nos últimos tempos e estou dizendo no Brasil”. Ela cita livros, e seu colega Flávio Dino censurou livros de fato. Em seguida, a ministra menciona censura a jornalistas que expõem ganhos de servidores públicos, que devem ser públicos por questões legais. Mas aconteceu recentemente: uma juíza condenou uma jornalista por ela ter divulgado seu salário em nome da transparência.

Cármen Lúcia apresenta outro exemplo: censura a espetáculos artísticos, vedada pela lei e pior ainda se for por decisão judicial. Bárbara, então, busca o caso de um documentário barrado pelo TSE antes mesmo de seu conteúdo vir a público. A ministra fazia parte desse mesmo TSE censor.

Agora, vemos esses ministros supremos empenhados em regular as redes sociais, legislando para impor justamente a censura. Como pretexto, alegam coisas vagas como “discurso de ódio”, ou pior, de “ódia”, que é para assassinar junto a língua portuguesa e lacrar perante uma patota radical. Esses ministros, admiradores do regime chinês, segundo Gilmar Mendes, não demonstram qualquer respeito pela liberdade de expressão. Depois não adianta a ministra Cármem Lúcia se dizer “aterrorizada” com a censura que ela ajuda a implantar…

2 pensou em ““DISCURSO DE ÓDIA”

  1. Depois do “Discurso de Ódia”, temos que relembrar do Stanislaw Ponte Preta: “Política tem esta desvantagem: de vez em quando o sujeito vai preso em nome da liberdade.”

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