ALEXANDRE GARCIA

Presidente Lula durante evento no Palácio do Planalto

Ontem, numa palestra que eu fiz para a ADESG Nacional, me perguntaram sobre como vai ser Trump com o Brasil. Eu disse, olha, eu não tenho bola de cristal, ainda mais para prever o que vai fazer um homem como Trump, que pode nos surpreender. Lula o chamou de nazista, Lula defendeu Kamala, mas Lula já mandou cumprimentos em nome do governo brasileiro. Uma pista é o fato de ele não ter convidado Lula e ter convidado Milei para estar lá.

Eu lembro que uma vez um presidente dos Estados Unidos disse que na América Latina, para onde tender o Brasil, a América Latina vai atrás. Isso pode até ser alterado. Para onde pender a Argentina, a América Latina vai atrás, dependendo do prestígio, da recuperação da economia argentina, da posição internacional da Argentina.

A posição internacional do Brasil é a favor do Hamas, do Irã, afinada com a China dentro do BRICS, apoiando Cuba, fechando os olhos para a fraude da eleição venezuelana. Então, não é muito boa em relação ao Ocidente, principalmente a um governo como o de Trump.

Já Milei é o oposto. Ele está valorizando as empresas argentinas. Buenos Aires, eu vi imagens, está virando um brinco, uma cidade europeia de novo, uma Paris, uma Madri. E o peso foi a moeda que mais se valorizou no mundo, ou seja, quem está comprando em peso no exterior está se beneficiando. E o governo brasileiro precisa se dar conta, que inclusive isso é percebido pelos brasileiros.

O Instituto Ipsos, conforme publicou o Globo ontem, está mostrando que 63% dos brasileiros dizem que o governo está na direção errada, que 65% acham que a economia vai mal, e que os maiores problemas são crime 41%, saúde 38%, pobreza 37%. Tudo isso é consequência de fracassos do Estado brasileiro nos seus três níveis. Agora, pobreza, especialmente o governo Lula, que desde o Lula 1, ele disse que ia acabar com a fome –  vale dizer com a pobreza – mas veio 1, veio 2, veio Dilma 1, Dilma 2 e agora Lula 3 e 37% estão achando que o nosso terceiro problema em tamanho é a pobreza. Então está na hora de pensar nisso. E o próprio Trump deu um sinal, – “Eles precisam de nós, nós não precisamos deles”.

Na palestra de hoje eu lembrei que quando chegou o primeiro embarque de Coca-Cola no Brasil, meu pai comprou uma garrafa. Eu tinha uns 5 anos de idade, ou 6. Hoje a gente não precisa mais importar Coca-Cola, a gente produz aqui. Mas tem outras coisas que a gente precisa. Remédios, partes mecânicas e tecnológicas de altíssimo grau para a indústria aeronáutica brasileira, que é muito importante, também para a indústria automobilística. Precisamos muito, sim, dos Estados Unidos. A gente tem que pensar nisso.

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Perigo nas estradas

E eu queria encerrar comentando sobre o perigo das estradas, principalmente neste mês de janeiro. Foi preso ontem o motorista daquela carreta que no dia 21 de dezembro, vésperas de Natal, matou 39 pessoas, perto de Teófilo Otoni, Minas Gerais. Ele estava conduzindo blocos de granito, estava com a carga de 68 toneladas de blocos de granito, com vários eixos, e chegou a trafegar a 130 km por hora.

Na hora do acidente, ele estava a 90 km numa rodovia de 80 km. E agora descobriram que ele estava movido a cocaína e álcool. Foi preso. Foi preso ontem. E já tinha um histórico de álcool ao volante. Entrou no homicídio doloso, porque ao ingerir cocaína e álcool, ele está assumindo o risco de matar. É o Arilton Bastos Alves.

Vamos ver se ele vai ser condenado muito mais que quem usa um batom para escrever uma frase na estátua da justiça.

Um comentário em “DIPLOMACIA IDEOLÓGICA DE LULA PODE CUSTAR CARO PARA O BRASIL

  1. Só para se ter uma ideia do quanto dependemos dos EUA, se eles nos sancionarem como já o fazem com a Rússia e o Irã, mesmo tendo fábricas aqui, não haverá mais Coca-Cola, pois eles são os detentores da marca.

    As indústrias aeronáutica (Embraer) e bélica fecham, ou seja, acaba de vez com a já inútil FFAA.

    Algum desavisado poderia falar que a Rússia e China nos forneceriam armas e blá, blá, blá.

    Aí eu falo, a Rússia esquece, pois mal faz armas para si mesma na guerra em que está.

    Quanto a China, ela teria que repor todos os nossos navios, submarinos, aviões (sim, os Gripens ficariam inoperantes). De uma hora para outra.

    E tem mais um pequeno detalhe; o BR estaria quebrado (mais ainda). Quem iria querer investir aqui?

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