Marcel van Hattem
Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru
O Brasil segue a passos largos para tornar-se um pária internacional. Nesta semana, dois casos escabrosos se somaram à lista de motivos por que perdemos, cada vez mais, respeito na arena internacional. Na segunda-feira (14), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu negar a extradição de um traficante, Vasil Vasilev, à Espanha. No dia seguinte, Lula concedeu asilo político à ex-vice-presidente peruana Nadine Heredia Alacón, condenada por corrupção em seu país, e autorizou a FAB a transportá-la para cá, fazendo da nossa Força Aérea uma Uber de criminosos.
Alegando reciprocidade, Alexandre de Moraes fez equivaler o crime de tráfico de drogas à perseguição política que promove contra seus adversários, como bem definiu o próprio judiciário espanhol ao negar a extradição de Oswaldo Eustáquio ao Brasil por ver “evidente conexão e motivação política”. Já Vasil Vasilev, traficante búlgaro preso no Brasil a pedido do Reino da Espanha por ter transportado até 52kg de cocaína no aeroporto de Barcelona, não só teve a extradição negada como foi enviado por Moraes para prisão domiciliar como forma de retaliação.
Mas o absurdo não para por aí. Além de submeter os brasileiros a mais um criminoso, um traficante de drogas em nosso território, Vasil Vasilev, Moraes ainda quer mandar nos espanhóis. Literal e ilegalmente! Em sua decisão, o ministro exige explicações da embaixadora da Espanha em Brasília no prazo de até cinco dias. A determinação fere de morte a imunidade diplomática estrangeira, além de avançar sobre atribuição exclusiva do Poder Executivo brasileiro. Sob qualquer ângulo que se observe a situação, não há a menor chance do governo espanhol, país membro da União Europeia, enxergar normalidade institucional no Brasil do consórcio lulopetista com o STF.
Para não ficar para trás, no dia seguinte é o próprio governo Lula que imita o desatino do Supremo. Nadine Heredia Alacón, ex-primeira-dama e ex-vice-presidente do Peru, recebeu asilo político brasileiro imediatamente após ser condenada em seu país à prisão por corrupção. Ollanta Humala, ex-presidente peruano entre 2011 e 2016 e esposo de Nadine, foi condenado por ter recebido propina da Odebrecht e do governo venezuelano e está preso por seus crimes.
Enquanto, no Brasil, a Lava Jato foi desmantelada sem o menor pudor por Gilmar Mendes e companhia, em países vizinhos seus desdobramentos seguem dando cadeia. Não surpreende, portanto, que Lula tenha concedido asilo a uma pessoa que se beneficiou dos mesmos esquemas pelos quais ele próprio foi condenado pela Justiça brasileira e depois descondenado pelo STF.
Tanto o criminoso búlgaro Vasil Vasilev como a peruana Nadine são beneficiários de uma mesma constatação: a cúpula do poder em Brasília não tem o menor compromisso com o combate à criminalidade. Dão, isso sim, prioridade apenas a seus próprios interesses políticos e pessoais. Enquanto isso, cavamos nossa cova internacional e consolidamos a posição vexaminosa em que o PT e o STF colocam o Brasil: ao lado de regimes autoritários, arbitrários e que em vez de combater a criminalidade dão guarida, inclusive, para foras da lei estrangeiros.
E ainda se lê que a culpa da impopularidade do atual mandatário é quem está lutando diariamente pela Vida por justamente querer passar o Brasil a limpo .