O que aconteceu foi o seguinte, caros leitores desta coluna, estava eu dando minha costumeira olhada no que acontecia no Twitter, quando esse tuíte me chamou a atenção:
O autor, como se vê do print, é um cidadão que naquela rede social adota o nome de Billy, pessoa a quem não conheço pessoalmente, mas que me apraz seguir, porque tem umas tiradas espirituosas.
Ao ver seu tuíte com esse pedido de desculpas, percebi a ironia, mas também notei uma musicalidade na combinação das palavras. Li-o novamente, em voz alta e confirmei que havia algo melodioso ali.
Pedi autorização ao Billy para usar o texto no refrão de uma canção. Ele concordou. No dia seguinte a canção estava completa. Aí o trabalho que deu foi gravar o vídeo que agora compartilho com vocês.
EM PROCESSO DE DESCONSTRUÇÃO (DESCULPA AÍ)
Quando o politicamente correto surgiu como expressão
De uma nova moral pra gente seguir,
Não percebi o esforço que eu teria que fazer
para mudar tanta coisa em meu jeito de ser.
Aos poucos fui percebendo que minha falta de empatia.
foi tantas vezes um modo de opressão das minorias
E comecei minha luta, verdadeira revolução,
Um processo de desconstrução
Desculpa, gente
Por comer essas coisas que aumentam meu colesterol
Por beber cerveja gelada num dia de sol
Por ser homem, gostar de mulher e de futebol
Desculpa aí,
Por ser essa pessoa assim tão tóxica
Com senso de humor um tanto ácido
Pela minha falta de senso estético
Por meu raciocínio matemático
Por minha personalidade hermética
Fazendo de você sempre uma vítima,
Eu sei já andei na contramão.
Mas estou em processo de desconstrução
Extraordinário. A visão, a letra, a ironia e as data vênias consequentes
Obrigado, Assuero! Estou com um pouco receio de ser cancelado pelo pessoal que defende o politicamente correto, mas resolvi me arriscar.
kkkkk “Contramão, desconstrução”, me fez lembrar, sei lá, alguma música mais antiga.
Mas não, tá muito melhor que aquele velho sambista, pois “sol e futebol” rima muito melhor que “futebol e rock and ról”
Mairton, v. tem muito mais futuro do que aquele tal de Chico, é até mais afinado. kkkkkkk
Abraço e muito bom.
Admito que quando fiz a sequência de rimas com proparoxítonas lembrei do Chico. Mas lembrei de “Rosa dos Ventos” e não de “Construção”. Desta só lembrei agora, graças a você.
Bem, ser de alguma forma comparado com Chico, como compositor, é uma honra.
Obrigado, João!
Fez as rimas proparoxítonas, mas as métricas não ficaram todas dodecassílabas.
Mairton, para mim v. é mais que o Chico, um velho sambista que ficou velhaco.
Pois é Mairton…..
Que coisa brilhante, que inspiracao …
Eu fico abismado….
Politicamente correto é pra gente estúpida que nao tem o que fazer com seus dois neuronios……
PresidANTA, todes, coitadinho do bandido, LBGTXSAAHKB…….
PQP…. é muita merda…
Parabens, é o mínimo…. 👏👏👏👏
Sigo o relator Arthur em gênero, número e grau… principalmente na fina ironia arthuriana neste comentário… Por não ser fã do politicamente correto, me desfiz de todo acesso à imprensa tradicional e me encontro nesta maravilhoso JBF. Aqui posso defender os valores que aprendi com meu velho pai: sou conservador, sou patriota, amo a família que escolhi para chamar de minha, com as imperfeições inerentes ao fato de ser humano e me identifico com quem com Berto se identifica, pois seu JBF é minha segunda casa…
Grato, amigos!
Mairton… Permita-me chamá-lo assim, Vossa Excelência é um ícone da nossa cultura.
Simplesmente arretado!!! Precisa dizer mais??
Receba minhas considerações!!!
Muito grato, Maurino!
Nota MIL, Dr. Mairton!!! Parabéns!
Composição excelente! Adorei as palavras “proparoxítonas”.
Antes de Chico Buarque, com “Rosa dos Ventos” (1970) e “Construção” (1971), a antiga dupla caipira, “ALVARENGA E RANCHINHO”, fez sucesso com a música “Drama de Angélica” (1965), com versos tragicômicos, terminando com palavras proparoxítonas.
Feliz final de semana!
Muito obrigado, Violante!
Desculpa aí: gostei demais.
Excelente, Excelência!!!
Grato, Jairo!
Parabéns Dr. Mairton, pegou o “mote” e falou tudo que EU gostaria de dizer ao mundo e infelizmente o tal do politicamente “não” permite e se tiver sua permissão. vou replicar! Posso?
Muito grato, xará!
Replique, amigo. Agradeço por isso também!
Prezado Dr. Mairton
Simplesmente genial!!!
Não esperaria nada menos que uma obra de gênio, como essa, do único representante decente da nossa magistratura, a quem admiro e respeito muito.
Obrigado, amigo!
Parabéns pela canção que irá deixar a patuléia “nervosinha”. SENSACIONAL!!!
Obrigado, Praça!
Parabéns, grande Marcos Mairton, pelo satírico recado! Como diriam os próprios politicamente corretos: esse é seu lugar de fala! Abraços desde Fortaleza.
Grato, Bonfim!