MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

Direitos constitucionais foram, violentamente, desrespeitados nesse país exatamente por aqueles que deveriam preservar tais direitos. Tivemos prisões por crime de opinião, tivemos prisão em flagrante por um vídeo gravado, tivemos um advogado preso porque disse que o “STF era uma vergonha”, tivemos caso de impeachment no qual a presidente não teve seus direitos cassados, tivemos um ex-presidente inelegível por 8 anos porque numa reunião com embaixadores emitiu uma opinião sobre a insegurança das urnas e, em contrapartida, tivemos uma nota de repúdio – apenas isso – para a presidente de um partido que disse que a justiça eleitoral só existe no Brasil e que custa muito mais do que o fundo partidário. Certamente, se fosse alguém contrário estaria com o mandato cassado.

Temos o SUS adotando o candomblé como pratica integrativa, tivemos o ministério da saúde autorizando tratamento hormonal para crianças acima de 14 anos e ontem tivemos um decreto assinado pelo ministro de direitos humanos liberando geral o uso de banheiros unissex. Não há mais problema sua filha 10 anos entrar num banheiro e um cara de 18 anos entrar também, abrir a calça e urinar ao lado dela. Afinal, o destino de quem cresce é o sexo, não?

Não faz muito tempo, fui devolver um livro numa biblioteca e na entrada do centro havia muitos grupos de alunos conversando. A minha direita tinha uma roda com quatro mulheres e dois homens biológicos. Um deles era loiro, o cabelo arramado com um rabo de cavalo, vestido vermelho a palmo do joelho, de alças, naquele estilo do tomara que caia e as sandálias eram traçadas como aquelas dos romanos. Dava para perceber tudo isso porque o grupo estava a uns 5 metros da entrada. Passei reto! Problema do cara se ele quer andar daquele jeito. Ele tem direito de se vestir como quer.

Na semana seguinte, eu tinha uma aula às 16h e cheguei cerca de 15 minutos mais cedo. A aula anterior estava em andamento e eu sentei um banco próximo para esperar. Eis que esse mesmo jovem vem, senta num banco ao lado, tira um cigarro da bolsa e acende. Eu olhei para ele e perguntei, educadamente, “você vai fumar aqui?” Ele me olhou com profundo desdém e começou a jogar fumaça no ar. Eu poderia ter reivindicado meu direito, ter dito que a lei não permite tabagismo dentro de repartições públicas, etc. Não fiz nada disso com absoluto receio de que ele me denunciasse a direção do centro por homofobia. Levantei, me afastei e fique na porta da sala onde iria dar aula. Ele continuou a fumar tranquilamente porque o sistema induz o cara a achar que ele tem esse direito.

Eu confesso que sou meio lento para processar determinadas coisas. Essa inversão de valores é uma delas. Não dá. Simplesmente, não dá e olha que eu tento me colocar no lugar das pessoas que tomam tais decisões para checar o que eu faria se estivesse nos seus lugares. Escuro total. A única coisa que eu entendi é que seremos obrigados a conviver com isso sabe-se lá por quanto tempo.

Essa coisa de gênero está extrapolando os limites da racionalidade. Não se trata de criticar a opção sexual de ninguém. Se o cara se sente bem transando com outro homem, certamente isso não começou agora. Basta consultar os registros históricos, dá uma passada pela Roma Antiga e verás que em termos de sexo sempre houve criatividade. A questão é uma clínica ser multada porque chega uma mulher trans para ser atendida por um ginecologista e o cara diz que não vai atender.

Os espiritualistas costumam dizer que as grandes catástrofes fazem parte da engenharia divina e funcionam como um instrumento para separar os espíritos inferiores daqueles que estão em regeneração ou num nível de evolução maior. Caramba! Quando eu vejo a situação do Brasil fico pensando que isso é pura lorota. Quem é ruim continua vivendo magnificamente à custa da miséria alheia e não está nem um pouco preocupado com essa tal evolução espiritual. Ah! Quando morrer verá o julgamento do Criador. Mesmo? Não é bem assim o meu sonho ou o sonho de uma grande maioria da população brasileira.

Aliás, por falar em maioria da população, um desembargador aposentado disse em audiência pública no STF que os ministros eram as pessoas mais odiadas do Brasil e Alexandre de Morais chegou a rebater dizendo que era por uma minoria. Nenhum deles tem capacidade de sair às ruas sem guarda-costas. Barroso saiu de um voo porque entenderam não ser seguro visto que havia tantos outros passageiros esculhambando com o cara. Teve que voltar ao Brasil de jato.

Infelizmente, as coisas estão sendo empurradas de goela abaixo como diz. Temos um presidente eleito pelo TSE, temos um ministro dizendo que as provas da Odebrecht foram forjadas, temos um presidente que não anda nas ruas e só se apresenta em plateias previamente organizadas. Não queria esperar pela justiça divina. Queria ver, somente isso, esses canalhas chorando e rangendo os dentes na toada da Salve Rainha.

9 pensou em “DE GOELA ABAIXO

  1. Caro Assuero, tenho uma neta adolescente mas se ocorrer isso na escola onde estuda, um vagabundo adentrar no mesmo ambiente que ela, vou preso mas não ficará de graça. Já passamos do limite, se é pra prender, processar, que o façam, mas o saco está estourando.

  2. Mestre Assuero ,

    O ministro Moraes acha que é uma minoria . Estão descolados da realidade . O conluio Executivo , Judiciário e Imprensa mercenária tem uns aos outros e acham que dominam tudo . Não irão muito longe sem o Povo que é o verdadeiro motivo de existir de qualquer nação . A terceira lei de Newton não falha !

    • Marcelo, ele não é capaz de andar sozinho nas ruas. Se for uma minoria, é uma minoria bem distribuída porque tá presente até fora do Brasil

  3. Não podemos é jogar a toalha. Temos que resistir. Temos que lutar com astúcia porque o inimigo é ardiloso e já mostrou que joga sujo.
    Não podemos dar-lhes as costas. Temos que bater sem socar. Correr devagar, gritar baixo mas não parar nunca. Uma hora a guerra começa a virar.
    Agora, nessa história dos banheiros, a coisa vai feder porque tem uma turma trans que é endemoniada e vai querer mijar nas meninas. Literalmente. Vai dar morte.

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