DECÁLOGO 2: 10 DITADOS MENTIROSOS
1 – Cada macaco em seu galho – Fiel ao ditado, o macaquinho morreu virgem por não ter pulado para o galho bem próximo em que saracoteava a macaquinha traquina, louca por uma ‘traquinagem’.
2 – É dando que se recebe – A filha da manicure acreditou, deu e recebeu, depois de 9 meses, uma menininha linda chamada Soraya.
3 – Quem tem boca vai à Roma – O fogão lá de casa tem 6 bocas e nunca foi além da cozinha de nossa casa lá no bairro de Nazaré, em Fortaleza.
4 – Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé -. A montanha continuará à espera de Maomé, no mesmo lugarzinho de sempre. Maomé, se quiser, que vá lá que montanha, além de preguiçosa, nunca soube ir a lugar nenhum.
5 – Devagar se vai ao longe – E o menino foi, devagar, como recomendado pela avó. O problema é que o longe é muito longe e, devagarzinho, nunca se chega ao destino final. O neto, hoje adulto e já avô, anda não chegou sequer ao meio do caminho e já está morrendo de cansaço.
6 – Depois da tempestade vem a bonança – Normalmente, acompanhada de uma gripe da bexiga. E nesses tempos de Zica, longe de mim, tempestade.
7 – Diz-me com quem andas e te direi quem és – Jesus andava com Judas Iscariotes. De Jesus, todos falam bem. Do seu companheiro de andanças, não.
8 – Em casa de ferreiro, espeto de pau – Na casa do ferreiro, o espeto é de ferro, que é o que sobra naquela casa. Talvez na casa do marceneiro, o espeto seja de pau.
9 – Cautela e caldo de galinha não fazem mal à ninguém – Disse isso à galinha e ela discordou.
10 – Quem não deve, não teme – Dizia minha avó. Quem deve, treme, digo eu, de medo, dependendo do credor.
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Tem alguns complementos, amigo e mestre Xico.
1. Que, tem boca vaia Roma, dizem os romanos.
2. Ed non se arriva mai, e não se chega nunca.
E por aí. Na próxima, complete cada um dos provérbios/ ia ser engraçado. Bravo. Parabéns.
Quem tem boca vaia Roma, notadamente os torcedores da Lazio …
Em atendimento à sugestão do Padre José Paulo e com todo o respeito que Vossa Reverendísima merece, relato o acontecido nos cafundós do Crato a respeito dos ditados populares mal utilizados:
Bil de Zé do Rio, no afã de impressionar a namorada, pediu ajuda a Toin de Maria Preá. Este, instruído e muito sabido, aconselhou: ‘Isso é muito fácil: basta você, com a maior eloquência possível, falar-lhe alguns provérbios, como, por exemplo, mais vale uma pomba na mão do que duas voando! Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura! Com isso ela cairá facilmente em seus braços!’.
Bil estudou bem os provérbios e, à noite, depois de embonecar-se todo, partiu para o ataque. Lá, na hora, movido por forte e inesperada emoção, sapecou, misturando alhos com bugalhos:
‘Pois é, querida, como você bem sabe, mais vale uma pomba dura na mão do que duas moles batendo numa pedra.’
O namoro terminou na hora e nunca mais Bil ouviu os sábios conselhos de Toin.
Mas que era um bom conselho, aqui para nós era. A namorada perdeu um bom partido, um homem sábio.