Vira o rosto se eu passo; e entretanto,
seu olhar a seguir meu vulto fica.
Que me estima, de certo não indica,
porque parece que me odeia tanto!
Se um dia não me vê, ligeiro espanto
quando me avista o seu olhar explica;
e, nessa alternativa, mortifica
minha alma, escravizada a seu encanto.
As vezes, eu também, rapidamente,
volto meu rosto, finjo, indiferente,
nem pensar que ela vive neste mundo.
Mas, vejo, de revés, que ela me segue,
que o seu olhar ansioso me persegue…
Coração de mulher, como és profundo!
Colaboração de Pedro Malta