Mais conversas da terrinha, em livro que estou escrevendo (título da coluna).
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CRAVEIRO LOPES, presidente de Portugal. Em 24/06/1957, visitando o Recife, o general e sua mulher, Berta Lopes, foram recebidos, em jantar, no Palácio do Campo das Princesas. Entre convidados o presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek. E Cid Feijó Sampaio, que poucos meses depois seria eleito governador de Pernambuco. Dando-se então diálogo que fez sucesso, nos jornais locais. Quando sua mulher, dona Dulce, impressionada com o belo colar da portuguesa, e só por querer ser simpática, perguntou
– Diamante?
E dona Berta
– De amante? Não, senhora, de Craveiro.
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RENATINHO MAIA, empresário. Ligou para o restaurante–Café Inn, no estuário do Tejo,
– Presumo que estejam abertos, hoje.
– Claro. Se não estivéssemos, ninguém atenderia o telefone.
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SILVIO MEIRA, gênio. Queria conhecer o Metro de Lisboa. Primeiro mundo, todos sabem. Não se diz Metrô, como o da França. Mas Metro, mesma pronúncia da medida de distância. História curiosa se deu quando ia ser inaugurado, em 1959. A direção contratou o grande poeta português Alexandre O’Neil para fazer seu slogan. Acertaram o preço, que foi pago. E O’Neil escreveu – Vá de Metro, Satanás. Que nunca foi usado, claro. Voltando a Silvio, na Praça Camões, precisava saber como poderia chegar lá. E perguntou, a um patrício que passava,
– Sabes onde fica o Metro?
– Sei, lá embaixo.
E foi embora.
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MARCOS BORGES, professor titular de computação (no Rio). Saiu do Hotel do Chiado e perguntou, ao motorista de taxi,
– Podemos ir à Fundação Calouste Gulbenkian?
– Vamos.
Não disseram mais nada, o taxi logo chegou na Fundação e não havia ninguém por lá.
– Está fechada, o senhor sabia disso?
– Claro, hoje é terça-feira.
– E por que não disse antes?
– Porque o senhor não perguntou.
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ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA, da Universidade de Brown (Estados Unidos). Num restaurante da Madeira, famílias reunidas, perguntou ao escritor Baptista Bastos
– Dá-me licença que tire uma foto do casal?
– Claro, mas deixe-me pôr um ar inteligente na face.
– Não se preocupe, eu depois retoco a foto.
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ZIRA DE SANTIAGO, baronesa. Por ocasião da morte de dona do Carmo
– Pêsames, Lectícia.
– Obrigado.
– Soube que sua mãe foi incinerada (no Brasil seria cremada).