PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Não há culpa no mundo sem razão
e entretanto, bem visto, é tudo errado.
Quanto inocente a gente vê culpado,
e quantos criminosos têm perdão!

Tudo na vida é uma contradição.
Quantas vezes perpassa ao nosso lado
um riso todo em lágrimas gerado,
um riso que é um mundo de aflição?

Nada vale o que vale. Tudo mente.
Quem mais sofre é talvez quem menos sente.
Nem é verdade aquilo que já vimos.

A vida é de tal forma enganadora!
Talvez a gente ria quando chora…
Choraremos talvez crendo que rimos!

Virgínia Vitorino, Alcobaça, Portugal (1895-1967)

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