Existe um cão que ladra quando eu passo,
como se visse um bêbado, um mendigo.
E, no entanto, esse cão foi meu amigo
como tantos amigos que ainda faço.
À noite, com que alegre estardalhaço
vinha encontrar-me no portão antigo,
enquanto a dona vinha ter comigo
e, sorrindo, apoiava-se ao meu braço.
Hoje ele faz a outro a mesma festa
e ela o mesmo carinho, tão honesta
como se nem notasse a transição.
Eu rio dessa triste brincadeira.
mas quando uma mulher é traiçoeira
não se pode confiar nem no seu cão!
Giuseppe Artidoro Ghiaroni, Paraíba do Sul-RJ, (1919-2008)
Belo e inteligente soneto. Parabéns ao poeta Giuseppe. Parabéns, Pedro Malta, pelo garimpo literário.
Caríssimo Boaventura,
Agradeço o seu gentil comentário ditado seguramente pelo seu bondoso coração.
Aproveito a oportunidade paa enviar ao povo de Fortaleza – essa maravilhosa cidade onde fui aluno do Colégio Cearense e da Escola Preparatório de Cadetes- o meu saudoso abraço.