FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES - SEM OXENTES NEM MAIS OU MENOS

O Clube de Roma é um grupo de cientistas ilustres que se reúne periodicamente para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados à política, à economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Foi fundado em 1968 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e também pelo escocês Alexandre King.

Tornou-se muito conhecido a partir de 1972, ano da publicação do relatório intitulado Os Limites do Crescimento,[1] elaborado por uma equipe do MIT, contratada pelo Clube de Roma e chefiada por Dana Meadows.

O relatório, que ficaria conhecido como Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows, tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade, como energia, poluição, saneamento, meio ambiente, tecnologia e crescimento populacional. Fo publicado e vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre ambiente mais vendido da história, depois da Bíblia.

Utilizando modelos matemáticos, o MIT chegou à conclusão de que o Planeta Terra não suportaria o crescimento populacional devido à pressão gerada sobre os recursos naturais e energéticos e ao aumento da poluição, mesmo tendo em conta o avanço tecnológico.

Recomendo aos não brincantes, para uma boa reflexão nos feriados momescos que se aproximam, umas excelentes páginas balizadoras, que muito poderão auxiliar numa estratégia de sobrevivência para todos os quatro cantos do mundo: RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA: UMA QUESTÃO DE DIGNIDADE HUMANA, Ladislau Dowbor, São Paulo, Elefante, 2022, 176 p. O autor é professor de Economia da PUC de São Paulo, consultor de agências da ONU e gestor do site http://dowbor.org, pequena biblioteca científica com textos disponíveis gratuitamente. Vale a pena dar uma espiadinha analítica no que está lá à disposição de todos, sem ônus.

Sem preocupações analíticas teologais, muito apreciaria analisar alguns ditos contidos em Provérbios, um dos livros do Primeiro Testamento, considerado o de maior sabedoria em todos os tempos, textos escritos pelo rei Salomão, que teve 800 dos seus 3.000 provérbios incluídos naquela parte das Sagradas Escrituras.

Numa conjuntura pós-moderna que está destruindo inúmeros valores, minimizando as morais, ridicularizando o eterno, debochando do honesto, desvalorizando o sagrado e menosprezando o talento, o bom senso e o bom gosto, além de desconstruir sinceridades e compromissos sociais, uma leitura atenta de Provérbios pode refazer caminhadas, sedimentar novas convicções e alimentar redirecionamentos mais compatíveis com os balizamentos éticos contidos em todas as denominações religiosas.

É oportuno lembrar que Provérbios possui ditos espirituosos, chistes engraçados, dele se originando inúmeros adágios populares. Cito como exemplos dos seus 31 capítulos: Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato (Pv 10,19); Como o vinagre para os dentes e a fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o enviam (Pv 10,26); Melhor viver no deserto do que com uma mulher briguenta e amargurada (Pv 21,19).

Se eu fosse escolher seis provérbios alertadores, faria a seguinte eleição: o que diz que o perverso é mau caráter, sempre dizendo coisas maldosas, no coração carregando o propósito de enganar, para tanto semeando compulsivamente a discórdia, não percebendo que a paulada nele será inevitável e definitiva (Pv 6,12-15); o do dirigente que se influencia pelos fuxicos, imaginando ímpios todos aqueles que dele discordam (Pv 29,12); o que chama a atenção do habilidoso que trabalha para gente obscura (Pv 22, 29); o imprudente que prefere a companhia e os ditos de medíocres ambiciosos (Pv 13,20); o que se arrebenta todo por falta de conselhos, desconhecendo que os bem-sucedidos possuem muitos conselheiros dotados de senso crítico (Pv 15,22); e o que se perde por preferir os beijos dos sabotadores às estocadas leais que ferem por amor (Pv 27,6).

Juntemos as nossas migalhas de esperança. Todos, sem distinção, desarmadamente.

PS. Voltaremos ao JBF no próximo dia 26 de fevereiro, depois de um merecido descanso com a família. Feliz Carnaval para todos os foliões de Momo! Carnaval com serenidade e sem violência. Com todo asseio para com os olhos. Os três.

2 pensou em “CONCEPÇÕES NOVAS PARA AMANHÃS PLANETÁRIOS

  1. Excelente postagem!

    Valeu pelas indicações de leitura: o livro de Ladislau Dowbor e o livro de Provérbios, do rei Salomão.

    Bom descanso, professor!

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