O Clube de Roma é um grupo de cientistas ilustres que se reúnem periodicamente para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados à política, à economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Foi fundado em 1968 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e também pelo escocês Alexandre King.
A entidade tornou-se muito conhecida a partir de 1972, ano da publicação do relatório intitulado Os Limites do Crescimento, elaborado por uma equipe do MIT, contratada pelo Clube de Roma e chefiada por Dana Meadows.
O relatório, que ficaria conhecido como Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows, tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade, como energia, poluição, saneamento, meio ambiente, tecnologia e crescimento populacional. Foi publicado e vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre ambiente mais vendido da história.
Utilizando modelos matemáticos, o MIT chegou à conclusão de que o Planeta Terra não suportaria o crescimento populacional devido à pressão gerada sobre os recursos naturais e energéticos e ao aumento da poluição, mesmo levando em conta o avanço tecnológico.
Recomendo aos sempre pensantes, para uma boa reflexão quaresmal, a leitura de excelentes páginas binoculizadoras, que muito poderão favorecer estratégia de sobrevivência para todos os quatro cantos do mundo: RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DA ECONOMIA: UMA QUESTÃO DE DIGNIDADE HUMANA, Ladislau Dowbor, São Paulo, Elefante, 2022, 176 p. O autor é professor de Economia da PUC de São Paulo, consultor de agências da ONU e gestor do site http://dowbor.org, pequena biblioteca científica com textos disponíveis gratuitamente. Vale a pena dar uma espiadinha analítica no que está lá à disposição de todos.
Sem preocupações analíticas teologais, muito apreciaria também ver analisados alguns ditos contidos em Provérbios, um dos livros do Primeiro Testamento, considerado o de maior sabedoria em todos os tempos. Textos provavelmente escritos pelo rei Salomão, que teve 800 dos seus 3.000 provérbios incluídos naquela parte das Sagradas Escrituras.
Numa conjuntura pós-moderna que está destruindo inúmeros valores, minimizando morais, ridicularizando o eterno, debochando do honesto, desvalorizando o sagrado e menosprezando o talento, o bom senso e o bom gosto, além de desconstruir sinceridades e compromissos sociais, uma leitura atenta de Provérbios reedificará caminhadas, sedimentará novas convicções e realimentará redirecionamentos pessoais compatíveis com os balizamentos éticos contidos em todas as crenças religiosas.
É oportuno lembrar que o livro Provérbios possui ditos espirituosos, poemas, chistes engraçados, dele se originando inúmeros adágios populares. Cito alguns exemplos dos seus 31 capítulos:
Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato (Pv 10,19)
Como o vinagre para os dentes e a fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o enviam (Pv 10,26)
Melhor viver no deserto do que com uma mulher briguenta e amargurada (Pv 21,19).
Se eu fosse escolher provérbios sempre alertadores, faria as seguintes escolhas:
– Os homens maus e sem valor vivem dizendo mentiras. Piscam e fazem gestos para enganar os outros. As suas mentes perversas estão sempre planejando o mal, e eles espalham confusão por toda parte. Por isso a desgraça cairá de repente sobre eles, e não poderão escapar (Pv 6,12-15).
– Quando um governador dá atenção a mentiras, todos os seus auxiliares acabam se tornando maus (Pv 29,12).
– Quem anda com os sábios será sábio, mas quem anda com os tolos acabará mal (Pv 13,20).
– O que se arrebenta todo por falta de conselhos, desconhece que os bem-sucedidos possuem muitos conselheiros dotados de senso crítico (Pv 15,22).
– O amigo quer o nosso bem, mesmo quando nos fere; mas, quando um inimigo abraçar você, tome cuidado! (Pv 27,6).
Juntemos as nossas migalhas de esperança. Saibamos esperançar! Todos, sem distinção, desarmados, sem odiosidades e complexos de superioridade. Sempre brasileiros, sem ódios nem preconceitos nem aloprados alucinados.