A porta aberta. Veio, quieta e suave…
Era material, espirito? Trazia
uma ligeira inclinação de nave
e uma luz matinal de claro dia.
Não chegava a ser ritmo, harmonia,
nem era cor. O coração bem sabe!
Porém dizer como era não podia
forma não é, e nem na forma cabe.
Língua, barro mortal, cinzel inepto
deixa a flor do conceito – eis o meu repto
nesta noite de bodas, de louvor,
e canta, mansamente, humildemente,
a sensação, a sombra, o estar presente,
enquanto ela a minha alma enche de amor.
Colaboração de Pedro Malta