ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

Este fim de semana estava relembrando coisas do passado e me deparei com um fragmento de memória de quando eu tinha 16 anos e havia lido na revista Seleções do Read Digest – acredito que a maioria de nós já leu, ou assinou essa publicação maravilhosa -, cujo tema, ainda se me alembro muito bem que era “Comida: o calcanhar de Aquiles do mundo comunista”. Eu, nos meus dezesseis anos li e reli a matéria, até mesmo que meio encantado com a análise feita pelo repórter.

Dizia a matéria que onde o comunismo se instalava, o primeiro sintoma era a escassez de alimentos e o racionamento de comida, insumos, produtos e depressão na atividade produtiva. O articulista dizia que a burocracia, o dirigismo, as decisões erradas o desconhecimento de como a produção funciona eram os responsáveis para que a comida desaparecesse das gôndolas do supermercado. Essa conclusão ficou comigo por muito tempo, aceitando-a como verdadeira e factual naqueles países em que o comunismo logra tomar o controle do estado.

De fato, uma análise histórica do desenvolvimento do comunismo na Rússia, antes dela se tornar a União Soviética, demonstra que o desconhecimento, a burocracia, o dirigismo provocou uma das maiores fomes na Ucrânia, país com a maior área produtiva da Europa, até os dias de hoje. O Holodomor provocado a mando de Josef Stalin – o bigodudo tarado da Geórgia – provocou uma severa fome, com mais de três milhões de mortos por inanição, além de consagrar uma palavra que está muito em voga na atualidade: politicamente correto.

O politicamente correto nasceu surgiu como uma forma de se pasteurizar notícias ruins, a fim de agradar o tarado bigodudo. Quando uma ação do estado dava com os burros n’água, não se informava ao chefe a real situação dos fatos, mas inventava-se uma novilíngua para dizer que tudo estava bem, mesmo sabendo que, de fato, tudo estava caminhando de mal a pior. O resultado dessa novilíngua? Fome e escassez de alimentos.

Hoje, eu beirando os 51 anos de vida – uma boa ideia – retornei àquele texto dos meus 16 anos, apesar dele estar apenas na lembrança, como fragmento. E, ao retornar ao texto vi que as conclusões do articulista estavam todas erradas. Infelizmente, para a minha inocência adolescente, o articulista, ou foi apressado demais, ou inocente demais, ou, ainda, conivente demais com as suas conclusões.

De fato, a escassez de alimentos é um problema nos países comunistas, ou esquerdistas, de modo geral. Mas essa escassez não é fruto da ignorância, da burocracia, ou mesmo da pressa, mas sim de uma intencionalidade bem pensada e melhor executada. O corolário dessa política é o domínio e a submissão da vontade de um povo a uma ideologia perversa e assassina.

Cuba, na década de 1950 tinha o mesmo padrão de consumo de caloria que a Flórida e o mesmo padrão educacional que a Argentina. Quando os tarados de Sierra Maestra – que o diabo os tenha no inferno mais profundo -, tomaram o poder, a primeira coisa que fizeram foi destruir o setor produtivo, principalmente o de alimentos. O resultado foi a instituição das “cadernetas” de rações, dos vales e do racionamento. Hoje, Cuba tem um índice de ingestão de caloria mais próximo do Sudão do Sul, do que o de El Salvador.

Outro exemplo, e esse bem mais próximo é a Venezuela. No começo da década de 1990 o país tinha um padrão de vida próximo ao da Bélgica, um índice de ingestão de calorias semelhante ao da Itália. Depois que o projeto de ditador, Hugo Chavez – que satanás dê banho nele em chumbo derretido três vezes ao dia, no inferno -, os padrões de ingestão de caloria foram ladeira abaixo, chegando, segundo informações não oficiais a menos de 900 calorias diárias na capital, Caracas. Agora imaginem no resto do país.

Nessa crise de privação alimentar, só restou ao povo lançar mão do que tinha, comer cachorro e gato para poder ter acesso à proteína animal, uma vez que o tiranete destruiu o pouco que tinha do setor produtivo, haja vista a maldição do petróleo ter matado a construção de um parque fabril diversificado. A saída encontrada pelo ditador foi jogar a culpa nos “imperialistas” malvadões que queria o povo morrendo de fome. O interessante nessa mazurcada é que o ditador e seus cupinchas não passam pelas mesmas privações calóricas.

O exemplo mais recente são nossos hermanos argentinos. Eles estão trilhando a mesma senda de destruição do setor produtivo, patrocinado pelo governo. Em Buenos Aires, como pode ser visto por reportagem a geladeira dos mais pobres está igual à Antárctica: fria e deserta. A miséria avança cada vez mais para abiscoitar uma maior parcela da população, a pobreza mostra suas fauces e a miséria é retratada em crianças barrigudas. Cheias de verme, mas com nenhum alimento dentro delas.

A que constatação se chega? Muito simples. Quando o comunismo se instala em um país, a primeira vítima é o setor produtivo de alimentos para a população. Cria-se, intencionalmente uma insegurança alimentar para toda a população, menos para o ditador e seus comparsas. E, o dado da realidade é bastante simples, quase simplório, aliás. Quando se está com fome, a única coisa que um ser humano pensa é quando e onde irá encontrar a próxima refeição para saciar sua vontade de comer.

Manter uma população estado famélico, desnutrida, é a melhor estratégia para mantê-la escrava. Uma população em que o pensamento constante é matar a fome não desperdiçará energia pensando em liberdade, em representatividade, em democracia, ou mesmo em fazer algo sem autorização do ditador. Mais uma vez, veja-se o caso Venezuela. Nas últimas eleições o partido do ditador ganhou ameaçando os eleitores que, se eles não votassem nos candidatos do governo…, adeus cesta básica e caderneta de alimentos. Isso sem contar que, essa cesta básica é composta de arroz, farinha de milho, azeite, açúcar…, sem proteína de nenhuma espécie e que só dá para 12 dias, em uma família de 4 pessoas. Os 16 dias restantes, a família que se vire.

A insegurança alimentar, em países comunistas e socialistas é uma política de governo. Uma política para manter a dominação e a escravização da população. Aqueles que podem fugir fogem do país, mas os mais pobres são as vítimas. Vítimas que os ditadores, enquanto ainda estão longe do poder juram que governarão para eles, que a intenção é fazer um governo voltado para que o pobre possa “ter a sua vez”. Quando chegam ao poder, a primeira vítima é o pobre.

O pobre, esse pobre diabo que é mantido na pobreza, justamente para ser escravo de países comunistas e socialistas, ao pensar com o estômago, dada a sua situação famélica, ao votar em promessas vazias não percebe que está, voluntariamente, colocando grilhões em seus pés e pescoço para se tornar escravo de um regime socialista. Eis a razão porque até agora, nunca foi permitido ao Brasil trabalhar e enriquecer.

Nossa classe política, desde a redemocratização sempre trabalhou para que a população se mantivesse pobre. Uma nação em que a maioria das pessoas está na classe média é livre e independente. Não precisa da esmola estatal e não se deixa colocar algemas. Sempre está buscando formas de se manter o mais afastado do estado e depender dele o mínimo possível.

Assim, ao voltar naquele texto dos meus 16 anos, vejo agora o quanto o articulista foi equivocado: Não é burrice, não é burocracia. É algo pensado e executado. Manter a população com fome foi a estratégia mais bem sucedida do comunismo para se manter no poder.

Um comentário em “COMIDA

  1. Permita-me uma pequena correção.
    As geladeiras dos argentinos não estão mais “frias e desertas”.
    Estão apenas desertas, pois seus proprietários/usuários também não tem mais “plata” para pagar a conta de luz.

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