DEU NO JORNAL

Guilherme Macalossi

Lula e Lupi

Permanência do ministro se tornou insustentável após a revelação de que ele soube da fraude em 2023 e não tomou providências

Não há qualquer condição política ou moral para que Carlos Lupi permaneça como ministro da Previdência. Na semana passada, quando da eclosão do escândalo dos descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas, ele mesmo já havia dito que a indicação de Alessandro Stefanutto, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), era de sua “inteira responsabilidade”. Filiado ao PDT, que é presidido por Lupi, Stefanutto foi afastado da função por determinação da Justiça. Não bastasse isso, agora há informação de que o próprio Lupi tinha conhecimento do que se passava no INSS.

Segundo apuração da imprensa, Lupi foi avisado pela conselheira Tônia Galleti, representante de aposentados e pensionistas. Isso teria ocorrido ainda em 2023, durante uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social. Ela teria requisitado a inclusão da pauta dos descontos indevidos, mas seu pedido foi negado. A informação consta em ata oficial do órgão. A conselheira teria apontado as “inúmeras denúncias feitas”, além de ter pedido o detalhamento das entidades que possuíam acordos de cooperação com INSS e cobrado a apresentação de medidas que garantissem maior segurança aos beneficiados.

Os descontos ilegais, que parecem ser prática antiga no INSS, não apenas continuaram como ganharam volume durante o governo Lula. Os envolvidos viram ali as portas abertas para roubar o dinheiro de pessoas que não tinha meios nem informações para impedir a continuidade dos descontos. Os números e valores envolvidos no caso são todos superlativos.

Segundo a própria Controladoria-Geral da União, apenas no primeiro semestre de 2024 foram registradas mais de 740 mil reclamações contra descontos indevidos que teriam sido feitos por entidades supostamente conveniadas. 95,6% do total de registros de descontos não havia qualquer autorização dos beneficiários.

Centenas de milhares de pessoas foram roubadas na fonte, tendo o dinheiro de uma vida de contribuições afanado por criminosos incrustados no INSS. É literalmente um esquema em que o dinheiro de idosos era tirado deles e, ao invés de servir para pagar contas e comprar remédios, acabava se transformando em carros e motos de luxo.

Diante do descalabro, Lupi deveria se afastar ou demitido. Desde o primeiro dia já sobrerrestava a responsabilidade política do ministro, que tinha em Stefanutto um homem de sua inteira confiança. Mas não apenas. Se o ministro foi informado das ilegalidades e nada fez para conter a continuidade do assaque aos aposentados, então foi omisso e conivente. E isso tem nome na administração pública e no Código Penal: prevaricação.

2 pensou em “CARLOS LUPI NÃO PODE CONTINUAR MINISTRO DEPOIS DA ROUBALHEIRA DO INSS

  1. É impossível silenciar diante do mais recente e revoltante escândalo que assola o Brasil: o desvio de mais de 6 bilhões de reais de aposentados do INSS. Trata-se de um crime hediondo contra aqueles que passaram a vida trabalhando, contribuindo, e agora, em sua velhice, são saqueados sem piedade por uma quadrilha que se instalou nas estruturas do Estado.
    Mais escandaloso ainda é saber que Carlos Lupi, atual presidente do INSS e dirigente do PDT, estava ciente da situação. A omissão, nesse caso, é cumplicidade. Um homem que deveria zelar pelos interesses dos aposentados, preferiu fechar os olhos ou, pior, proteger os interesses de um esquema criminoso que drenou bilhões de reais dos mais vulneráveis.
    A tragédia se amplia com as denúncias que apontam o irmão do presidente da República como um dos envolvidos nesse esquema obsceno. Em qualquer país sério, tal revelação causaria renúncias imediatas, prisões, e um abalo nas estruturas do governo. No Brasil, no entanto, há um silêncio ensurdecedor de parte da imprensa e uma tentativa vergonhosa de abafar o caso.
    Estamos diante de um retrato cruel do cinismo político: quem deveria proteger o povo, o trai. A impunidade se tornou regra, e os aposentados, que já sofrem com míseros benefícios, enfrentam agora o roubo descarado de seus direitos. Esses bilhões desviados representam a farmácia que não se compra, o alimento que falta, a dignidade que lhes é arrancada.
    Não há mais espaço para conivência. Este não é um caso de má gestão ou erro administrativo. É crime, roubo, e traição ao povo brasileiro. E que fique claro: quem sabia e nada fez, é cúmplice. Quem se calar agora, consente.
    A sociedade brasileira precisa exigir apuração rigorosa, punição exemplar e, acima de tudo, respeito. Chega de governos que tratam o Estado como balcão de negócios de família e partidos. Os aposentados não podem mais pagar essa conta.

  2. Muito menos pode o Ladrão- Mor (viram o respeito, usei maíusculas) permanecer na cena do crime. Eu dou 1 hora para o Bigodinho Fachim – lambe ovos da afdiuma – explicar, já que a sua carinha bonitinha foi a primeira a aparecer na babaquice do erro de CEP. Vejam que nem cito os mais endemoniados, pois a
    esses , todos os círculos do inferno estão reservados

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