Cantinflas
Mário Moreno, o Cantinflas, famoso ator do cinema mexicano, parecia ter nas veias a comicidade. Não precisava nem falar. Logo ao se apresentar nos telões, com seu inimitável gorro, o bigode dividido ao meio, as calças arriadas até o “traseiro”, além dos inimitáveis trejeitos, não tinha concorrentes. Notabilizou-se.
Seu personagem ficou tão famoso que ele incorporou oficialmente à sua identidade civil, o nome: Cantinflas, que virou sua própria identidade artística – Mário Moreno Cantinflas – cujo nome de batismo era: Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes.
No falar, fazia do idioma de sua pátria, o México, uma poderosa forma de conquistar o público. Era imbatível. Sabia harmonizar suas falas de forma que desse ao espectador a imediata sensação de que a história seria pitoresca.
O melhor é que tinha o cuidado de dar a cada filme, a expressão maior de verdadeiras aulas de boa educação moral e cívica. Por isso, também me encantava.
Possuia u’a marca infalível para provocar gargalhadas: se deslocava sobre o próprio eixo do corpo e dava repentinas paradas na ponta dos pés, como se bailarino fosse. Logo nos fazia rir.
Muito cedo começou a trabalhar, como engraxate. Cativava os clientes com seus trejeitos e piadas, deixando a todos, sorridentes. Tentou várias profissões, começando com engraxate, depois, aprendiz de toureiro, motorista de táxi e pugilista. Aproveitou essas experiências para criar histórias hilariantes.
Aos 20 anos, sua vida deu um pinote. Trabalhando no serviço de limpeza de um teatro, em Acapulco, no México, por ser muito simpático e atrair sorrisos, substituiu um apresentador de variedades e foi contratado como ator.
Invertia frases, trocava palavras e abusava do improviso. Conquistou a população hispânica de seu país e foi atraído por Hollywood. Inteligente, levou consigo, para a fama, o escritor e amigo Jaime Salvador, que escreveu seus filmes de maior sucesso.
Nascido em 12 de agosto de 1911, oriundo de família muito pobre, tinha 12 irmãos. Ao começar a receber salário regular, passou a ajudar os pais nas despesas do lar. Foi abençoado e logo ficou famoso como ator cômico.
Com mais de 40 filmes de sucesso, foi residir definitivamente na América, onde fundou sua própria empresa cinematográfica. Em 1956, com A Volta ao Mundo em 80 Dias, marcou definitivamente a carreira internacional, recebendo o Oscar de melhor filme.
Sua carreira se estendeu até 1980. A crítica registrou que entre as décadas de 1940 e 1950 seus melhores filmes, foram: Os Três Mosqueteiros, O Circo, El Supersabio, O Mágico, O Bombeiro Atômico e Se Eu Fosse Deputado.
Em 1957 ganhou o Golden Globe Award. como melhor ator de comédia musical. Fechou os olhos para sempre em 20 de abril de 1993, aos 81 anos, ao retornar à Cidade do México. Como pessoa, só deixou bons exemplos, favorecendo o público de vários continentes, com sua alegria, quenas entrelinhas de percepção dava aulas de vida.
Com sua maneira incomum de fazer graça, introduziu no cinema seu tipo famoso. Bem mereceu ser imortalizado em notáveis museus do mundo. Sua imagem na Middle American Gallery, em 1961, chama a atenção, no catálogo fotográfico do Museu.
Quando fui levado pelo amigo John Clifford Lawrence Jr. e sua esposa, Eliane, a Hollywood, pisei com o maior respeito na “Calçada da Fama”, onde estão simbolizados os grandes nomes da cinematografia internacional.
Segundo a Imprensa americana, Mário Moreno Cantinflas, como comediante, não teve igual na América Latina.
Em cada um dos seus filmes há uma forte recordação de momentos tão deliciosos, vividos, por mim e meus coleguinhas, frequentadores do Cine Eldorado, nos anos 1950. Dos cômicos, aquele mexicano de nome muito comprido – Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes – nos fazia chegar à fila da bilheteria uma hora antes, mesmo quando o sol estava a pino.
Lembro-me bem que na “Calçada da Fama”, em Hollywood, ao ver seu nome, fiz uma oração em agradecimento e louvor, ao inimitável Mário Moreno Cantinflas!
Que Deus guarde esse amigo que conheci apenas através dos telões do Cine Eldorado, nas saudosas tardes de domingo, no Recife!
Mario Moreno com Cantinflas foi seguidor de Charles Chaplin de Carlitos, que veio antes..
No Brasil tivemos os seguidores do Cantinflas; Oscarito, Mazaropi e mais recentemente Golias , com o Bronco e Renato Aragão, com Didi.
Cada um a seu modo, porém Cantinflas foi o mais puro.
Caro João Francisco.
Suas observações conferem ao meu conhecimento, mais História, dessas pessoas que sidero grandes beneméritos da sociedade.
Felizes de nós que vivemos a época de rever esses grandes talentos.
Grato por seu comentário.
Um abração do Carlos Eduardo.