MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

O governo Bolsonaro começou com dois ministros que dispensavam quaisquer apresentações: Paulo Guedes e Sérgio Moro. Com o passar do tempo, Tarcísio Freitas mostrou-se extremamente proativo e deu andamento a diversas obras encalhadas há anos, tornando-se outra peça chave para o governo. Maria Cristina, na Agricultura, tem tido um bom desempenho pelo favorecimento ao agronegócio que é responsável por mais de 40% das nossas exportações e tem contribuído bastante com os superávits na balança comercial. A chegada de ministros com perfil político, como Ciro Nogueira e Fábio Faria, para mim quebrou o compromisso com o tecnicismo necessário para equilibrar as contas.

Quando Guedes tomou posse, no dia seguinte dei uma entrevista à Rádio Liberdade de Caruaru onde me pediram para destacar pontos positivos e pontos negativos do discurso. O primeiro ponto positivo que destaquei – e quero falar precisamente desse – foi Guedes ter dito claramente qual seria a base da politica econômica: a) privatizações e concessões; b) combate à inflação; c) política fiscal, ou seja, o governo iria implantar reformas (previdenciária, administrativa, tributária, as principais), não fazer loucuras e reduzir o déficit pela metade para com isso passar maior credibilidade e atrair investimentos. Eu disse que nunca tinha ouvido um ministro deixar tão claro de onde viriam os recursos para equilibrar as contas. Geralmente, o discurso é assim: “precisamos reduzir a dívida publica”, “precisamos gerar empregos”, mas ninguém diz como vai fazer isso. Guedes disse e um ano depois foi eleito o melhor ministro da Economia do mundo.

O ponto negativo que coloquei foi o fato de que a maioria das propostas de Guedes precisava de autorização do Congresso e nesse ponto eu achava complicado pela falta de apoio, pela falta de liderança do governo e, principalmente, pela falta de quadros, bons quadros, no entorno do presidente ou de seus ministros. Tarcísio Freitas, por exemplo, fez parte do governo de Michel Temer, assim como Mansueto Almeida que era secretário do Tesouro Nacional e para mim a maior autoridade em contas públicas neste país. Acho que poucos sabem que os ajustes no orçamento para buscar equilíbrio, ainda no governo Temer, são obras de Mansueto. Veio, então, o primeiro baque com a saída dele do Tesouro Nacional, em junho de 2020.

Como se não bastasse esse fato, o processo de privatização foi parar no STF e caiu na relatoria de Ricardo Lewandowski e este fincou o pé: empresa pública só pode ser privatizada com autorização do congresso. Nitidamente, isso foi uma forma de brecar o sucesso da politica de Guedes. Lewandowski, e as torcidas do Flamengo e do Corinthians, sabia que se não fosse assim, a meta de reduzir o déficit tinha sido cumprida no primeiro ano. O STF aprovou as privatizações das subsidiárias sem que o congresso precisasse autorizar. Qual o foi impacto disso? Salim Mattar sai do governo. Ele que era responsável pelo processo de desestatização entendeu que era difícil o processo de desratização. Foi cuidar da vida e o projeto de Guedes leva um direto de direita ou de esquerda no queixo.

Como se desenhando uma situação tenebrosa, essa semana saíram quatro diretores do Ministério da Economia. Um amigo comentou num grupo que “não entendia como ainda havia coragem de defender Paulo Guedes”, mas em nome da amizade é melhor você não argumentar certas coisas. Mas, não foi culpa direta de Guedes a entrega desses cargos. Foi de Bolsonaro e envolveu o chamado Auxílio Brasil. Dar dinheiro é muito fácil, principalmente quando não é teu. A equipe econômica vinha trabalhando exaustivamente para chegar num número que não causasse impacto nas contas do Tesouro e que não criasse dúvidas no mercado. Então, o presidente espelhado no auxílio emergencial que alavancou sua popularidade, comunicou que o auxílio seria de R$ 500,00 ou, no mínimo, R$ 400,00. Tranquilo: os técnicos fizeram o que eu faria. Qual o motivo de se trabalhar arduamente para se fixar um valor que preservasse as contas, para depois o cara chegar e dizer que o valor era tal? Se tivesse dito isso antes teria evitado a perda de tempo investida para achar esse valor ótimo.

O retrato de tudo isso é que Bolsonaro vai fazer a mesma merda que Dilma fez e que Temer não fez porque não tinha chance de ser eleito, dado aquele lance todo como o JBS. Levy Joaquim, um cara competente, ministro de Dilma, não aguentou dizer que o país não tinha recursos para sandices. Saiu do governo. Simplesmente. A questão é simples gente: um cara ganha R$ 1.000,00 e deve R$ 870,00, ou seja, esse cara tem R$ 130,00 para alimentação, moradia, saúde, educação, vestimenta, etc. e como o dinheiro não será suficiente, ele precisa pedir emprestado. Você emprestaria? Essa é a situação do país.

Eu lamento profundamente por Guedes. Não achei que ele fosse arraigado ao cargo. Quando um presidente começa tomar decisões econômicas acima do ministro da área, ele não precisa do ministro. Foi assim com Guido Mantega. Dilma consultava todo mundo menos ele. Não precisa fazer contas se já tem um valor previamente definido. Para mim, Guedes foi uma grande decepção nesse ponto porque era para ter ido embora. Seu projeto poderia ser útil para um candidato mais comprometido.

No bojo disso tudo, temos inflação alta, taxa de juros subindo, dólar insistindo em permanecer nas alturas, política de combustível distante dos interesses da sociedade, exatamente por essa falta de liderança do governo. Houve a aprovação de MP que permite a venda de álcool direta da usina para o posto e que poderia sacudir o mercado, mas apenas na Paraíba o governo emitiu um decreto autorizando esse tipo de comercialização. Em suma: já vi outros governos trilhando esse caminho, ou seja, trocando o fortalecimento da economia por política populista. Esse caminho nunca teve volta. Não acho que terá agora.

20 pensou em “CAMINHO SEM VOLTA

  1. Guedes já devia ter pedido o boné e ir cuidar da sua vida. Você se alembra naquele sete de setembro, um presidente de peito inflado, falando grosso, urrando como um tigre e no dia oito, um pinto molhado, miando feito gato novo. Naquele dia eu disse que o presidente era frouxo e muito mais apegado à saliva do que a ação. Disse que ele havia capitulado e usei a expressão de Winston Churchill: entre a desonra e a guerra ele escolheu a desonra, vai ter a guerra! Tanto naquele oito de setembro quanto agora, o presidente colocou o interesse pessoal na reeleição, acima dos interesses do Brasil. Tanto aquele dia quanto hoje ele está investindo na bagunça fiscal, em uma conta que os mais pobre é que ficarão com a parcela maior do carnê de prestação, que já chegou, apenas para que ele consiga mais quatro anos de mandato.
    Maurício. Você está sendo até condescendente quando fala em “fazer merda” como a Dilma fez. Eu temo que aconteça com o Bolsonaro o mesmo que aconteceu com Dilma no segundo mandato. Após a reeleição conquistada, ir ao otário público e dizer: olha… estamos sem dinheiro, vamos ter que apertar ainda mais o cinto. Guedes está perdendo tempo no timão dessa “nau dos insensatos”. Já devia ter ido embora há mais tempo. Parodiando Benito Mussolini posso dizer que governar o Brasil não é impossível. É inútil!

    • “entre a desonra e a guerra ele escolheu a desonra” Aplausos! Ele sempre foi assim canta de galo e foge como um pinto.
      “ele está investindo na bagunça fiscal, em uma conta que os mais pobre é que ficarão com a parcela maior do carnê de prestação, que já chegou, apenas para que ele consiga mais quatro anos de mandato” Correto, mais aplausos!
      “Eu temo que aconteça com o Bolsonaro o mesmo que aconteceu com Dilma no segundo mandato.” Não precisa temer, ele não será reeleito, não tem chance.
      “Você está sendo até condescendente quando fala em fazer merda como a Dilma fez.” Mauiricio sabe tudo, é lúcido, mas por educação em nome da politica tribal, ele suavizou no seu texto.
      Felizmente existem frequentadores do JBF sem a doença do bolsonarismo fanático crônico.

      • C Eduardo, o JBF sempre foi um espaço onde todos dizem o que pensam e o que sentem sem qualquer traço de censura. Os comentários são abertos e não são passíveis de aprovação por parte do Editor, ao contrário do que se vê por aí em muitos medalhões da mídia que só publicam o que lhes interessa. Aqui mesmo, nós tínhamos um cara que eu gosto bastante, Goiano Braga Horta, que era declaradamente de esquerda, um cara que acha Lula inocente e tudo mais. Comentava na coluna dele, mas nunca parti para a agressão. Vez por outra ainda troco mensagens com Goiano e muito me envaidece está na relação de amizades dele.
        Uma coisa comum aqui, e talvez isso seja uma indução ao sentimento que você expressou no final, é que TODOS, inclusive eu, que estamos aqui temos verdadeira ojeriza contra corrupção e pode dizer o que quiser de Bolsonaro, mas até hoje, depois de 1000 dias de governo, não se viu um centavo desviado para beneficiar quem quer fosse.

        • Juntando duas afirmações suas eu atentei para mais uma semelhança entre Bolsonaro e Dilma. São muitas.
          “O retrato de tudo isso é que Bolsonaro vai fazer a mesma merda que Dilma fez “
          “Uma coisa comum aqui, e talvez isso seja uma indução ao sentimento que você expressou no final, é que TODOS, inclusive eu, que estamos aqui temos verdadeira ojeriza contra corrupção e pode dizer o que quiser de Bolsonaro, mas até hoje, depois de 1000 dias de governo, não se viu um centavo desviado para beneficiar quem quer fosse.”
          Assuero, não seja ingênuo, não fique contagiado pela doença de Goiano Braga Horta de quem também sou fã, apesar de ser grande adversário no campo das ideias. Quem manda no Governo é o Centrão. Os dicionários de português, muito em breve serão atualizados e o verbete Centrão será definido como: O centrão pode ser definido como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse, de um integrante da família, amigo ou grupo amigos.
          Dilma também não teve nenhuma comprovação de corrupção contra ela, porém fechou os olhos para tudo de ruim que sabemos que aconteceu. Bolsonaro talvez, não venha a ser condenado por corrupção, mas está de olhos fechados para a farra do Centrão. Isso é corrupção?
          Além disso, rachadinha é corrupção?

    • Roque, eu não sou contra a política de renda mínima, mas eu sou terrivelmente a favor da geração de emprego. A distribuição de renda, por si só, não gera riqueza, gera um consumo que é tributado no ICMS e que fica para o estado. O modelo Keynes mostra que o impacto das transferências no aumento do produto é menor do que se o governo aumentasse seus gastos. Eu acreditei bastante nas propostas de Guedes e graças a isso a bolsa chegou a 113 mil pontos, mas é isso: o pote no fim do arco-íris falou mais alto.

      • Mauricio… somos pensadores de mesma pipa. Tal qual você também acredito que o melhor programa social se chama emprego. Diferentemente de C Eduardo eu não fecho o olho para a corrupção e não torço para que o governo dê errado. tal qual você, acredito que se está flertando com a irresponsabilidade fiscal e com andando na corda bamba. no precipício, sem nenhuma rede de segurança abaixo. O Modelo de John Maynard Keynes foi bom sim, no período de depressão, quando o capital estava quase esgotado. Hoje, seria muito bom se todos conhecessem o pensamento de Myses e Hayeck e parassem de falar besteira, investissem na geração de empregos e mandassem o Estado ao diabo que o carregasse, mas longe do bolso das pessoas.

  2. ISSO SE CHAMA “VISÃO TUBULAR”, ISTO É, ENFIAR O OLHO EM UM TUBO E SÓ ENXERGAR O QUE ENTRA PELA OUTRA PONTA.

    E O CONGRESSO… E O STF… E OS GOVERNADORES… E A VELHA IMPRENSA, DIGO, A IMPRENSA CADUCA… ESTÃO COLABORANDO???

    PQP, VOCÊS PARECEM QUE ESTÃO SEMPRE DO CONTRA!!!

    TIREM O OLHO DO BURACO DO TUBO E ENXERGUEM O QUE ESTÁ – SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE – ACONTECENDO(!!!) AO REDOR, DESDE O DIA 1 DESTE GOVERNO!!!

    PORRA, O BOLSONARO PEGOU O BONDE BRASIL – TOTALMENTE DESGONVERNADO E À TODA, LADEIRA ABAIXO, JÁ COM A SUA MAIOR PARTE FORA DOS TRILHOS!!!

    O GUEDES, IDEM.

    E OS OUTROS MINISTROS, IBIDEM.

    VOCÊS QUEREM O QUÊ???

    AH, POR QUE ELE/ELA (DO GOVERNO) NÃO FEZ ISSO, AQUILO E AQUELE OUTRO!!!

    E O LADO ALTAMENTE POSITIVO (JÁ FEITO!!!) – ENFRENTANDO “GATOS E SAPATOS” -, VOCÊS NÃO QUEREM ENXERGAR, POR QUÊ???

    O PIOR DE TUDO – NUMA GUERRA QUE ESTÁ, LITERALMENTE, ACONTECENDO (DESDE A ZERO HORA DO 1º DIA DE GOVERNO – ENFRENTANDO, COM POUCOS, A INIMIGOS PODEROSÍSSIMOS !!!) – É TER, TAMBÉM, INIMIGOS NA TRINCHEIRA.

    • Ilustre Adail (já lhe disse que minha irmã tinha esse nome e isso me torna um admirador seu), eu já falei aqui em diversos momentos sobre benfeitorias que enxerguei na política de Guedes. Acho que o texto aborda uma questão importante que é a subserviência ao sistema. Basta ver quando me refiro à saída de Salim Mattar. Eu entendo que a economia via cumprindo regras que estavam tranquilizando o mercado, exatamente, porque aquele tripé defendido por Guedes estava sendo mantido nos trilhos. O que eu lamento, bastante, é que a equipe fez um esforço tremendo para chegar num valor ótimo de benefício e depois o presidente diz “vai ser R$ 400,00”. Ou seja, do mesmo modo que ele disse que se gastou um tempo incrível e desnecessário com a CPI, ele fez o mesmo com a equipe econômica. No lugar dele eu teria dito assim: “Ministro, eu vou conceder R$ 400,00 ou R$ 500,00 de benefício. Coloque o pessoal para verificar como podemos fazer isso”, Aí, sim. Todos se debruçariam em buscar meios para tornar o valor viável.

      • Dom Assuero:
        Como já diziam os antigos: “Nome e pai não se escolhe”.
        É que os pais (pai + mãe) – e outros “achegos” – da gente têm uma mania que vem desde priscas eras, isto é, de colocar nomes que – segundo eles – soam bem ou homenageiam alguém (parentes, jogadores, artistas, santos, etc.) ou é a soma de pedaços dos seus nomes ou estão na moda ou, às vezes, não sabem nem o porquê.
        De qualquer maneira, é para a vida inteira.
        A não ser que (quando chegar a idade adulta – e, naturalmente, quiser mudá-lo – é só entrar na justiça e usando bons argumentos legais que o justifiquem), o juiz, rapidamente, dá-lhe este direito.
        Nesta minha vida, que já tem muito passado e pouco futuro, e em que fui professor (35 anos), me topei com nomes os mais incríveis.
        Por exemplos:
        Um aluno meu, chamado Solange (imposto pelo pai, que tinha devoção pela própria mãe, e que – fosse filho ou filha – ele exigia que tivesse o nome dela).
        Aliás, um grande “comedor”, pois as gurias curiosas iam “testar” a sua masculinidade e ele “crã”.
        Outro, nascido nas últimas grotas dos cafundós do município de meu Alegrete (o maior do estado), ao amanhecer de um dia em que a mãe sozinha – pois o pai estava “campereando” longe – entrou em trabalho de parto (e já tinha perdido vários nasciturnos).
        Para a sua sorte, estava lá, acampada, uma patrulha da polícia montada que, prontamente, a ajudou no nascimento do dito.
        Resultado: O escrivão não queria registrar o nome que os pais exigiam que fosse, por ser totalmente exótico – e a lei dava-lhe esse direito.
        Grande “briga” na justiça, até que o juiz, muito condescendente (diz-se que ele ouviu toda a história!), deu-lhes ganho de causa:
        Nome do dito: CREPÚSCULO MATUTINO (nasceu ao amanhecer) HONRA É GLÓRIA DO BRASIL (homenagem à patrulha da polícia montada que a ajudou no parto) DE OLIVEIRA GARCEZ.
        E, mais um exemplo:
        O nome da filha de um casal de engenheiros alemães que tinham ido ao meu Alegrete, para junto com outros, construir uma termoelétrica, que atende toda a região e exporta energia para o Uruguai e Argentina: REBOSTIANA – talvez a moça mais linda, meiga e inteligente que eu tenha conhecido.
        Razão do nome: Soma das 2 sílabas iniciais, primeiro do nome dos pais do pai e da mãe + as das avós (paterna e materna) de ambos.
        Já viu! Em alemão, uma mera palavra; em português, uma indecência.
        Pior é quando não sabem o mau e até péssimo significado do nome.
        Por exemplo:
        CLÁUDIA (nome de uma revista feminina famosa e, em cuja época, foi o auge deste nome), feminino de ”Cláudio”.
        Sonoro, famoso, mas que cuja origem vem do adjetivo latino “claudius” que significa “rengo, capenga, coxo, que tem defeito em uma perna” – apelido de um imperador romano.
        Não te esqueças, que, resultante desse adjetivo, há, ainda, em português, o adjetivo “claudicante”.
        Por exemplos:
        “Andar claudicante” e ‘calor claudicante’.
        Mas, deixando de “lero-lero”, à tua irmâ foi dado um nome essencialmente masculino.
        Pois, trata-se do nome dado a um cabo de guerra ou oficial no antigo exército português (também, sinônimo de “vedeta”), cuja função precípua era observar e/ou espionar o campo inimigo e – com a sua patrulha – dar-lhe o primeiro combate, seja atacando, seja resistindo.
        A origem do nome vem do árabe “al-dalid”, que significa o mesmo.
        Por extensão, é aquele que por sua inteligência, coragem mais decisão, isto é, “o que sempre aguenta no osso do peito”, e deve chefiar, guiar ou dirigir qualquer atividade fundamental, não importando os riscos, onde e quando quer que seja.
        Seria, em última instância, um líder natural para qualquer tarefa, sempre que necessário.
        Ou seja:
        “Um legitimo abre-caminhos”, não importa se com atos, idéias ou fatos.
        Aliás, se tu chegares a ler “Os Maias”, do escritor português, Eça de Queiroz, lá ele cita os “adais dos Maias”.
        Como o meu pai era militar de carreira – como todo pai, “vaidoso” e esperançoso do seu primogênito – deu-me este nome.
        Mas como 1 ½ ano depois faleceu, tornei-me o único filho, tentando – “aos trancos e barrancos” – fazer o que pude para que as suas expectativas, depositadas em mim, viessem a ser cumpridas.
        Porém como hoje as Forças Armadas abriram todos os seus quadros às mulheres, a minha “tocaia” – a quem mando meu abraço e os meus mais respeitosos cumprimentos – pode ter e ser uma legítima “adail”, de nome e qualidades.
        Finalmente, fico por aqui, pois, de há muito, já passei dos limites da tua paciência.
        Um baita abraço a ambos,
        Desde o ALEGRETE – RS,
        Adail Augusto (nome do meu avô paterno) Agostini.

  3. Mauricio, a principal critica a esse governo incompetente diz respeito à morte de 605 mil brasileiros. Nada supera a irresponsabilidade de colocar no auge da crise um general despreparado, desalmado, corrupto, mentiroso, imoral, no cargo de Ministro da Saúde. Ele é quem deveria centralizar a coordenação nacional de contenção dos danos da covid. “Manda quem pode obedece quem tem juízo” e assim o Ministro obedecia ao charlatão que desorientava a população, o Homem da Mala da Cobra.
    Por causa do corporativismo, da ganância em faturar comprando medicamentos através de intermediários com históricos reprováveis, que nem deveriam mais ter seus cadastros aceitos no MS, ou qualquer órgão público, por causa da escolha de protegidos (na maioria militares) para ocupar cargos que só poderiam ser assumidos por pessoas com conhecimento comprovado para a função, por tudo isso e muito mais, temos 2.823 mortos por milhão de habitantes. O Brasil é o terceiro maior em números de infectados. Os EUA que tem o maior número de infectados tem 2.267 mortos por milhão (20% menos).
    E essas famílias que perderam pessoas queridas? Quando esse patife do Bolsonaro enviou uma mensagem de condolências para elas, mesmo que coletiva? Quando promoveu um ato de respeito às mortes que ele provocou pelo trato irresponsável que dá ao Ministério da Saúde? Trocou o general por um outro lambe saco, que continua obedecendo por NÃO ter juízo.
    Tudo conta: economia em frangalhos (inflação saindo de controle, desemprego, juros altos, proposta de aumento de impostos), Brasil ignorado pelo mundo desenvolvido (Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, nem mencionou o Brasil ao anunciar o “Pacto pela Preservação da Amazônia”), o desprezo do Governo pela educação ciência e tecnologia (alguém é capaz de dizer o nome do Ministro da Educação?), política dominada pelo que existe de pior no Congresso Nacional (os faixas-prestas que Guedes queria)… esse governo já acabou. Bolsonaro continua no cargo por interesse do Centrão. Bolsonaro serve ao Centrão, apenas isso. Ele não manda mais em nada, assim como Paulo Guedes faz de conta que ainda é ministro por estar apaixonado pelo cargo.
    Tudo conta, mas o desprezo pela vida do cidadão supera qualquer outro erro.

    • C Eduardo, eu sou um cara que gosta de falar baseado em números. Um mês depois da pandemia eu comecei a analisar os dados. Cinco Estados (AM, CE, PE, RJ e SP) respondiam por 70,68% dos casos e 80% dos óbitos. O galo da madrugada levou para as ruas 1,5 milhões de pessoas. Bumba meu boi no amazonas, carnaval no Rio, em São Paulo. o secretário de saúde disse que “não havia preocupação com o corona, mas com H1N1”. Eu cobrei dele, publicamente, a definição do protocolo de tratamento e fui ignorado. Procura uma publicação minha no face no final de abril ou começo de maio do ano passado. Os dados estão lá. A culpa das mortes é do governo estadual. A minha cidade tem 30 mil habitantes e ninguém lá foi pra passeata de Bolsonaro. Teve doentes e óbitos. Haddad teve lá 90% dos votos. Seria então os petistas fazendo o que Bolsonaro manda? Eu tenho dados e sugiro que leia a coluna de Adonis hoje

      • Ótimo, conheço sua forma racional de pensar, por isso disse no comentário: “Mauricio sabe tudo, é lúcido, mas por educação…). Sei que a condução de algum município ou estado deixou a desejar. Eles têm e devem ter autonomia com supervisão do MS. Os erros e acertos de cada estado ou município se somam a péssima condução nacional.
        Na sua resposta você resumiu ao que aconteceu localmente. Envio uma comparação que o Deputado Osmar Terra, membro do Gabinete Paralelo de Gestão da Covid, usou no seu depoimento a CPI e que serve muito bem para dimensionar o que foi feito por quem não seguiu Bolsonaro/Pazuello e quem foi homenageado com carreata pela decisão de seguir com as recomendações do Charlatão.
        O médico e deputado e guru de Bolsonaro, Osmar Terra (MDB-SC) comparou as cidades de Araraquara-SP e Chapecó-SC, que adotaram medidas diferentes para conter a COVID-19… Usando a comparação do assessor do Presidente, devidamente atualizada, encontramos esses números:
        Fonte: dados tabulados pelo pesquisador Wesley Cota, da UFV, com base em números das secretarias estaduais da Saúde coletados pelo Brasil.IO. O projeto ‘Modelagem matemática da disseminação geográfica da Covid-19’ faz parte do Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A base também é usada pela universidade Johns Hopkins, referência mundial no acompanhamento dos dados da pandemia Dados atualizados às 21h15 de 23/10/2021
        Araraquara – 222,41mortes por 100 mil habitantes
        Chapecó – 340,09 mortes por 100 mil habitantes
        Os números não deixam dúvida em Chapecó morreu 53% mais gente do que em Araraquara.
        1 – Você acha que deveria haver uma coordenação nacional para enfrentar a pandemia?
        2 – Você acha que o General Pazuello seria a pessoa indicada para essa tarefa?
        3 – Você acha que quem tomou o esquema completo da vacina contra covid tem maior propensão a contrair AIDS? Ou mesmo, acha que a AIDS seria um efeito colateral da vacina?
        4 – Você que gosta de números, comparando a população, o número de casos e de óbitos por milhão, entre EUA e Brasil, dá pra dizer que o Brasil se saiu bem?
        5 – Você acha que se tivéssemos um governo comprometido com a saúde do povo, que não ficasse brincando de cloroquina, teríamos evitado centenas de milhares de mortes? Se o nosso número de mortos por milhão de habitantes fosse igual ao dos EUA, que não conduziu tão bem a crise, teríamos evitado 120.000 óbitos.
        Também gosto de números, deixo esses para você analisar.

  4. Assuero, o raciocínio, no meu entendimento, está correto. Agora, a cultura do consumo fácil e da gratuidade, não podem caminhar juntos com o crescimento. Também não digo que, para favorecer o crescimento, tenhamos que concordar com tudo. Não conheço o assunto cambial, mas me parece que, “a alta ou a descida” do dólar não depende do governo brasileiro, nem no Brasil. EM TEMPO: Maria Cristina, deve ser a prima legítima da Ministra Teresa Cristina. Ontem, no Cabaré do Berto, li uma postagem de alguém que, em resumo, dizia: é duro ter o dinheiro e não ter o que comprar.

  5. Zé, obrigado pela correção. Eu digitei errado. Obviamente que o governo tem como influenciar o preço do dólar vendendo ou comprando para manter a paridade num nível ideal. Foi isso que o Banco Central fez no começo e queimou reservas para equilibrar o preço interno até perceber que o movimento não era aqui, mas no mercado entre China e Estados Unidos. Aí, o governo entendeu que se continuasse com a política de vender dólares ficaria sem reservas e entrou no “laizzes faire”. Eu faria o mesmo, porque ficou visível que não era apenas o Brasil quem sofria. Câmbio influencia crescimento, taxas de juros, inflação e tudo mais. Grande parte dessa loucura que está aí foi fruto da queda econômica no mundo inteiro. Eu tinha uma coluna num jornal, chamava-se destaque econômico, e um dos últimos artigos que escrevi “O dia que a Terra parou” falava sobre os danos econômicos como esses que estamos vendo: desemprego, inflação em alta, dólar alto, desabastecimento, etc. eu disse mais: a economia não volta a seu estado normal num prazo inferior a 10 anos. Simples, Zé: destruir é fácil. Construir é complicado. Temos 14,7% de desempregados, ou seja, 14,8 milhões de pessoas. Se todo mês a gente conseguisse empregar 500 mil, seria necessário, nominalmente, 30 meses = dois anos e meio – para todo mundo voltar a trabalhar. Matemática é cruel. A economia é pior

    • Assuero, concordo contigo em tudo. Nada a acrescentar. Acabei de ler um livro sobre uma aldeia chinesa. Li o livro todo, por que achei interessante “no que, que o autor desenvolveu a ideia” – na venda de sangue humano. Quase todas as aldeias que vendiam o sangue, vendiam sangue contaminado de HIV. Quem vendia sabia disso e quem comprava, também sabia. Mas, me chamou atenção o trato que as aldeias dão à agricultura de subsistência. O enredo é grande. No Brasil, evidentemente que, quem consome é sempre em número muito maior que quem produz – e nem poderia ser diferente, claro. Mas diferente das aldeias chinesas, o Pescador brasileiro não consome peixe. O peixe que pesca. Ele quer comer carne. O preparo para abater um boi, para que alguém compre 1 Kg, é diferente de quem pesca vários qu8ilos de peixe e deveria comer o que lhe satisfizesse. Trocando em miúdos para não continuar tão prolixo: ostentação, em todos os sentidos. Neste país, quantas pessoas não compram um carro, sacrificando outras coisas e obrigações financeiras, se deveriam e só poderiam andar de bicicleta? Hoje vi uma postagem da Bia Kicis, sobre o valor do litro da gasolina. Tem uma porrada de países, onde a moeda oficial é o dólar, pagando até o triplo do que pagamos nós. DETALHE: esses países não tem a alternativa da agricultura pr4oduzindo o etanol. Será que me fiz entender?

  6. Professor Mauricio, no meu entender o ministro Paulo Guedes foi picado pela mosca azul e ficou viciado com o poder de ministro. Só vai sair do ministério em duas situações, se for demitido pelo “valente” capitão ou pelo fim do mandato do Jair esperando.

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