CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

Dedicado ao talentoso humorista João Cláudio Moreno

A arte abre novos caminhos e novas oportunidades, transformando o indivíduo de dentro para fora e mostra que, independente de quem seja, estamos repletos de dons e talentos que só estão esperando aquela oportunidade para se mostrarem para o mundo.

Benício Bem é um desses artistas repletos de dons e tons musicais, que a natureza contemplou com dádivas, e que, de quando em vez, transforma tudo que é belo em arte, a expressão da subjetividade humana. Pode ser na música, na pintura, na literatura, no teatro, na dança, no desenho, nos adereços, porque a arte é democrática, requer só talento para ser clarividente. Todo mundo pode participar, não importa a idade, o gênero, a crença, a etnia. É o lugar onde artistas profissionais e amadores interagem na mesma freqüência.

De cara, uma das músicas do cantor e compositor piripiriense, Benício Bem, dentre as centena que já compôs, é, sem dúvida alguma pulsante, titulada por ele de “Geladeira” e que ele interpreta com toda a força da paixão que dilacera o coração apaixonado, mas não o prende, nem o fez jogar-se na sarjeta da solidão. Ao contrário, transforma-o no ser talentoso de Poção, resistente ao abandono amoroso. “Sinto saudade, mas eu não te quero mais porque o prazer não é melhor do que a paz,” – canta Benício sem sofrência.

Em entrevista ao apresentador Sandro Abrantes, do programa “Bom Gosto”, da TV Assembleia do Piauí, anos atrás, e o DOIS7MEIA, Benício Bem conta sua trajetória musical: Início, influência, inspiração. Bem mostra que a arte tem o poder de transformar vidas. Ela traz sensibilidade, resiliência e acalento à vida de muita gente que dela precisa, que sofre e que vê nela a verdadeira forma de alívio para as dores do cotidiano.

“Geladeira” já nasceu um clássico da sofrência. Adelino Moreira assinava em baixo. É a mistura da dor de cotovelo, do amor não correspondido, do prazer e da resistência, que ele não se deixou se abater pelo abandono. Ao contrário, deu a volta por cima, sacudiu a poeira e transformou a solidão numa festa de confete e serpentina para o coração abandonado.

Benício Bem prova, através de suas composições inteligentes, inventivas, sobretudo “Geladeira”, que a arte permite que as emoções e os sentimentos venham à tona, sendo este o seu papel na formação da sociedade: dar o sustento que ela necessita, ao garantir que a vida tenha significado.

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