Visões que na alma o céu do exílio incuba,
mortais visões! Fuzila o azul infando…
Coleia, basilisco de ouro, ondeando
o Niger… Bramem leões de fulva juba…
Uivam chacais… Ressoa a fera tuba
dos cafres, pelas grotas retumbando,
e a estralada das árvores, que um bando
de paquidermes colossais derruba…
Como o guaraz nas rubras penas dorme,
dorme em ninhos de sangue o sol oculto…
Fuma o saibro africano incandescente…
Vai com a sombra crescendo o vulto enorme
do baobá… E cresce na alma o vulto
de uma tristeza, imensa, imensamente.
Raimundo da Mota de Azevedo Correia, São Luís-MA, (1859-1911)