JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

Quebrando coco no lume do machado a mulher ganha a vida e defende a honra

“A terra produzirá espinhos e ervas daninhas, e tu terás de comer das plantas do campo. Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que voltes ao solo, pois da terra foste formado; porque tu és pó e ao pó da terra retornarás”!

A nação inteira se aquieta, e muitos desdenham da Onipotência de Deus. Não é hora para fazermos isso, até por que, “nossos inimigos somos nós mesmos”. O que fazemos, o que desejamos a outrem (que, com efeito bumerangue, retorna para nós) e o que “ensinamos” aos que vem depois de nós e que ficarão na Terra por mais algum tempo, até que também lhes chegue a hora de voltar ao pó.

Produzir o suficiente para garantir o pão. Dividi-lo quando for possível – e quase sempre é possível. Mas, nem sempre fazemos isso. Às vezes até jogamos fora, mas não dividimos.

E, como peregrinos aprendemos que, “ganhar o pão da vida é também uma bênção divina”. Precisamos fazer isso com honradez e dignidade – mas, isso são “detalhes” que muitos fazem questão de esquecer.

Quantas são as formas de ganharmos o pão da vida?

Será que estamos fazendo isso com dignidade?

Ganhar o pão é difícil. Mais difícil ainda e ter a humildade para a divisão.

O produto comestível e medicinal do coco babaçu

Alguém tem noção da vida, do trabalho, e da dignidade de uma “Quebradeira” de coco babaçu?

O óleo produzido estará servido nas mais diferentes mesas e terá mil e uma utilidade (inclusive medicinal). Você certamente não o encontrará passeando na Disneylândia.

“Arrancado” da lama o caranguejo enriquece a culinária

Você, consumidor final das manhãs de domingos e feriados, tem uma mínima noção do que seja, e de como trabalha o “Tirador de caranguejos”?
Sem estudo algum ele tem conhecimento e ação cirúrgica da maré, do tempo e da forma de “tirar o caranguejo Uçá” da loca. Nunca pense que essa é uma tarefa ou um trabalho fácil.

Conhecer as “andadas” dos crustáceos; saber a época do defeso; saber quais as variações para as “unhas grandes” e, principalmente, a época em que os caranguejos estão “gordos”.

Vivendo no Maranhão há 35 anos, aprendi com os “sem-doutorado” que, nos meses cujo nome contém a letra “r”, o caranguejo Uçá não é gordo e gostoso para o consumo. Só sobram os meses de maio, junho, julho e agosto. Nos meses cujos nomes contém “r”, só os que não conhecem isso tem coragem de consumir.

O “tempo do cozimento” é também um aprendizado necessário. Ao levantar a primeira fervura da água, os que sabem, retiram os crustáceos da panela.

O “acompanhamento” é ao gosto de cada um. No Maranhão, o acompanhamento preferido é o “arroz com toucinho”, molho vinagrete, pimenta malagueta com sal e limão e o indispensável óleo de babaçu.

A beleza afrodisíaca do caranguejo uçá

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