CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

QUOUSQUE TANDEM

Acabo de sofrer um choque emocional de intensidade quase que imensurável, com a inesperada coragem da Fo(a)lha de São Paulo publicando em sua edição de 28 deste mês, artigo com o título de “Congresso e STF esvaziaram a Lava-Jato”, de autoria de Felipe Bächtold, onde o autor, “sem papas na língua”, mostra à Nação brasileira aquilo que há muito ela presume e agora vê em letras de forma, sem contestação manifestada, pelo menos até ao presente.

Com disposição para “mamar em onça” ou de abanar o dedo na venta de qualquer dos mais ilustres ministrecos integrantes dessa suprema bandalhice, o autor começa por mostrar que Legislativo e Judiciário se mancomunaram para tolher as atividades investigativas e jurisdicionais em curso, levando a operação Lava-Jato e outras assemelhadas a um esvaziamento que caminha para varrer bem para baixo do tapete, o mais grosso disponível, como muitos previram, espelhados, talvez, do que aconteceu na Itália, com a operação Mãos Limpas (Mani Pulite).

Com a palavra, o autor lista e explica, com extrema clareza, os muitos procedimentos que se concretizaram nos nossos meios políticos, visando esvaziar toda a investigação que se desenvolvia, para tornar inócuas as mazelas encontradas, procedimentos que terminaram por parir a chamada “Lei de Abuso de Autoridade”, eivada de excrescências tais que levaram, inclusive, um órgão internacional da maior credibilidade, como a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), “a advertir o Brasil em relação a ‘ameaças à independência e à capacidade das autoridades públicas para combater a corrupção”.

Segue-se na sequência dessa crítica, as incongruências da chamada “Lei de Improbidade Administrativa”, que joga no caminho dos órgãos investigativos todos os impedimentos que os insignes legisladores conseguiram lembrar como úteis para barrar ou dificultar as investigações ou procedimentos processuais em curso ou por se realizarem, notadamente se concretizada a proposta de alteração do Conselho Nacional do Ministério Público, ampliando substancialmente a possibilidade de influência política nesse órgão, que é a principal instância de fiscalização do trabalho desenvolvido por procuradores e promotores.

E muitas outras propostas em gestação, cada uma das quais das mais estapafúrdias, que, segundo adverte o autor, desembocarão na alteração do Código de Processo Penal, atingindo, dessa forma, quase que mortalmente, o poder investigativo do Ministério Público.

E, somando-se a tudo isto, as muitas diatribes que os ilustres juristas integrantes da Suprema Corte praticam, com inaudita desenvoltura.

Tudo isto e mais algumas outras coisas que decerto virão, somente nos restará posição semelhante à de ‘Pedro Pedreiro’.

Esperando!..

Esperando sempre!..

7 pensou em “ARAEL COSTA – JOÃO PESSOA-PB

  1. Já era de se esperar, mestre Arael.

    Com o quadro melancólico de intelecto politico que temos no congresso e com uma mal afamada corte aparelhada, unicamente, para fins políticos, o resultado desta equação não poderia ter outro resultado.

    Como ousam em querer “enquadrar” vossas excelências nos termos da lei?
    “nós somos a lei” bradaram, certamente.

    O que era dúvida, hoje é certeza. Não temos um povo, temos uma plateia, abobalhada, que a tudo assiste sem sequer mostrar indignação. Somos o sapo, no conforto da agua, ainda morna.

    Esperando, confortavelmente, ela ferver.

  2. Tenho a firme convicção de que a corda está para estourar a qualquer momento.

    Todas as patifarias foram se acumulando e, junto com elas, a imensa indignação da população foi crescendo até o imenso volume em que se encontra atualmente.

    Bastará apenas um pequeno incidente para que, tal qual um gatilho não projetado, precipitem-se as multidões iradas no sentido de esquartejar esses crápulas.

    Aí então, será impossível segurar o estouro da boiada!

    Se alguém der uma tapa em um canalha desses em qualquer lugar público, terminaremos vendo pessoas nas ruas dançando com cabeças coroadas (ou togadas) enfiadas na ponta de uma vara!

    • Concordo em gênero, número e grau com o Prof. Adonis, apesar da corda ser de nylon, ela tem um limite e para mim, já deveria ter estourada, gostaria de ver estes togados fela das putas, expostos a execração pública, sem emprego, sem aposentadoria e na casa do caralho.

  3. Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido, mentira deslavada, pois, legislativo e judiciário há muito usurparam o poder do povo e prendem e arrebentam quem ousa discordar. Povo covarde não reage, quem tem o artigo 142 nas mãos, como uma avestruz, escondem a cabeça sob as asas deixando a bunda de fora. Pós 64 as legiões ficaram acéfalas de chefes fortes e com coragem para acabar com a putaria que tomou conta do país. Estamos todos, fudidos e mal pagos !

  4. Nossas Forças Armadas se converteram em mais uma repartição pública! Expediente de 7 às 4 e aposentadoria integral, com direito a pensão às filhas que não se casam. Só se amigam!

    Isto, se é que muitos não se converteram ao catecismo Lulo-petista.

    Parece que vamos ter que fazer esta revolução nós mesmos, os paisanos.

    Só quando o país estiver conflagrado e pegando fogo é que esses Neo-burocratas vão entrar na briga, e com medo de dar um tiro pois terão de explicar depois.

  5. A história da “mãos limpas” na Itália sempre esteve aí para nos dizer qual seria o fim da Lava-Jato.

    O que me entristece é a quantidade de gente que “abre exceção” para o seu político favorito, como se ele não fizesse parte do sistema (ou “mecanismo”, como disse aquele cineasta).

    Sim, estou falando do cara que acabou com o COAF, apoiou a eleição de Rodrigo Maia e Arthur Lira na Câmara, de Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco no Senado, colocou Augusto Aras no MPF, Ricardo Barros como líder do governo e Kássio Nunes no STF (onde acaba de votar para extinguir o processo contra o PP que agora é aliado) e se dava muito bem com Dias Toffoli que segurou várias investigações envolvendo seus filhinhos.

    Não vai mudar nada. Não mudou nos últimos 200 anos, não vai ser agora que vai mudar.

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