PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Aqui do vale respirando à sombra
Passo cantando a mocidade inteira…
Escuto no arvoredo os passarinhos
E durmo venturoso em minha esteira.

Respira o vento, e vivo de perfumes
No murmúrio das folhas da mangueira;
Nas noites de luar aqui descanso
E a lua enche de amor a minha esteira:

Aqui mais bela junto a mim se deita
Cantando a minha amante feiticeira
Sou feliz como as ternas andorinhas
E meu leito de amor é minha esteira!

Nem o árabe Califa, adormecendo
Nos braços voluptuosos da estrangeira,
Foi no amor da Sultana mais ditoso
Que o poeta que sonha em sua esteira!

Aqui no vale respirando à sombra
Passo cantando a mocidade inteira;
Vivo de amores; morrerei sonhando
Estendido ao luar na minha esteira!

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, São Paulo (1831-1852)

Um comentário em “A MINHA ESTEIRA – Álvares de Azevedo

  1. Álvares de Azevedo, romântico, idealizador do amor, melancólico.

    Morreu aos 21 anos.

    Novo demais para saber o que é o verdadeiro amor.

    A foto indica que era um rapaz sonhador, sem maiores preocupações senão a de sonhar.

    Fraco.

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