MARCOS MAIRTON - CONTOS, CRÔNICAS E CORDEIS

Tarde melancólica de domingo em Brasília. O céu nublado, mas sem expectativa de chuva.

As cigarras se esgoelando em seu tsi-tsi-tsi intermitente e interminável me fazem lembrar de “Como la cigarra”, de Elena Walsh.

Apesar de a canção, de 1973, tratar aparentemente de uma situação particular, como uma vitória pessoal sobre um momento difícil na vida, acabou adquirindo ares revolucionários, depois que uma gravação de Mercedes Sosa foi censurada na Argentina em 1978.

Foi pela voz de Mercedes Sosa que a conheci, ouvindo um CD que comprei em Buenos Aires, em 2009.

Mexendo no YouTube, encontrei a canção sendo interpretada por Leon Gieco, tendo ao seu lado Gilberto Gil. O ano era 2010, numa celebração dos 200 anos da Revolução de Maio, que nos remete ao início dos movimentos pela independência dos povos da América do Sul.

Mas não encontrei uma versão de “Como la cigarra” em português. Aí, aproveitei a melancolia do domingo e fiz essa aqui. Sem pensar em revoluções, mas apenas nas lutas da vida cotidiana.

Ainda pretendo gravá-la em estúdio algum dia.

6 pensou em “A MELANCOLIA DO DOMINGO E AS CIGARRAS

  1. Obrigado por reavivar as nossas memórias e manter nosso cérebro vivo Marcos. Lendo a sua crônica e ouvindo a música, lembrei que eu tenho essa música gravada em algum lp da minha coleção. Vasculhei no fundo do baú da minha memória e ela me trouxe viva a lembrança de um lp gravado por Renato Teixeira intitulado, ” Um poeta e um violão ” no qual tem a versão de ” Como la cigarra ” feita pelo próprio Renato em 1997, e fuçando no Youtube encontrei essas duas versões nos links abaixo:

    https://www.youtube.com/watch?v=cNTktBQWslw

    https://www.youtube.com/watch?v=HsaAKZiySVo

    Que esses dois vídeos se juntem aos que você postou e façam parte desta
    bela galeria.
    Parabéns pela lembrança!

  2. Vida cotidiana…
    Anda trazendo melancolia a cada nascer do sol quando “ressuscitamos” e não “acordamos” como pensam alguns. Mercedes saudosa Mercedes. Amei a postagem! Gracias.

  3. Pingback: A CIGARRA | JORNAL DA BESTA FUBANA

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